Furiosa, furiosa: uma saga mad max

CRÍTICA: Furiosa: Uma Saga Mad Max traz uma heroína ainda melhor que o próprio Max

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Furiosa: Uma Saga Mad Max é uma jornada alucinante que conta a história da personagem apresentada pela primeira vez em Mad Max: Estrada da Fúria; saiba mais em nossa crítica completa!

Chegou a vez da personagem apresentada em Mad Max: Estrada da Fúria ganhar seu próprio filme. E que filme! Fique por dentro dos detalhes desta explosiva prequela logo a seguir.

Enredo

Furiosa, furiosa: uma saga mad max
Furiosa: Uma Saga Mad Max faz duplamente jus ao seu nome: é totalmente furioso e uma saga incrível de acompanhar no cinema! (Imagem: Warner)

Em 1979, o mundo do cinema foi chacoalhado de jeito com a chegada de Mad Max, um filme australiano de baixo orçamento estrelado por um jovem até então desconhecido em Hollywood, Mel Gibson. Dirigido por George Miller, o filme contou com duas continuações, Mad Max 2, de 1982, e Mad Max: Além da Cúpula do Trovão, lançado em 1985. Por décadas, os fãs clamaram por uma continuação das aventuras de Max Rockatansky, mas foi somente trinta anos depois que isso viria a acontecer, com o excelente Mad Max: Estrada da Fúria (2015).

Naquele filme absurdamente eletrizante, fomos apresentados a uma realidade ainda mais fora do eixo que dos filmes anteriores e a diversos novos personagens que viriam a se tornar emblemáticas para a série, dentre elas, Furiosa, encarnada então por Charlize Theron, roubando a cena do próprio Max de Tom Hardy. A força da heroína foi tanta naquele filme que não tardou para que Miller bolasse uma história só dela dentro do mesmo universo, e agora, nove anos depois, enfim, temos Furiosa: Uma Saga Mad Max!

Servindo como prequela para o capítulo de 2015, Furiosa conta as origens da personagem, agora interpretada por Anya Taylor-Joy (da série O Gambito do Rei) e como ela foi parar na Cidadela comandada por Immortan Joe, o grande vilão de Estrada da Fúria. Em sua jornada, ela acaba se embrenhando com Dementus (Chris Hemsworth quase irreconhecível), líder de uma gangue de motoqueiros que a captura ainda menina, tirando-a dos braços de sua mãe, e levando a menina para longe de sua terra natal, um dos poucos pontos verdes remanescentes dos ermos australianos tomados por malucos de todos os tipos.

Furiosa, furiosa: uma saga mad max
Dementus, um irreconhecível Chris Hemsworth em um raro papel de vilão. (Imagem: Warner)

Nas idas e vindas do grupo, o personagem de Hemsworth entra em conflito com Immortan Joe, uma briga que se estende pelo filme inteiro, gerando embates veiculares impressionantes, de intensidade pau-a-pau com os de Estrada da Fúria, enquanto que, em meio de tudo isso, Furiosa vai crescendo e cozinhando o seu ódio a ser solto pra cima de todos na primeira oportunidade. A garota passa por poucas e boas e eventualmente chega a hora do confronto com seu algoz, uma das partes mais épicas do filme.

Mas por mais que Furiosa: Uma Saga Mad Max seja uma alucinante sequência de cenas absurdas de ação, são os momentos de silêncio que são os mais marcantes. Neles, de maneira semelhante ao filme anterior, os personagens têm a oportunidade de respirar junto da plateia, e, após alguns momentos angustiantes, passar para o próximo momento do filme. Isso acontece em alguns pontos do filme, com efeitos distintos, passados não só por Furiosa. Para um filme de 2 horas e 28 minutos de duração, onde grande parte dele a intensidade rola solta, alguns minutos de paz soam alto.

Por sua vez, não é de surpreender que Furiosa traz para as telonas uma dose cavalar de adrenalina. A Estrada da Fúria já provou que George Miller ainda estava afiadíssimo como diretor de filmes intensos, e com a ajuda dos efeitos especiais e práticos contemporâneos, consegue tecer cena após cena de batalhas de tirar o fôlego também neste filme. A criatividade continua também em alto nível, trazendo as deliciosas bizarrices motorizadas que tanto adoramos ver nessa série, elevadas ao 11, a ponto de haver uma biga movida a três motocicletas no meio do caos e da barbárie nas areias da Austrália. 

Elenco

Furiosa, furiosa: uma saga mad max
Anya Taylor-Joy faz um excelente trabalho substituindo Theron no papel da heroína. (Imagem: Warner)

Não tem como negar que esta série de filmes não fica para trás de nenhuma outra nesse quesito, mas temos também que dar o devido valor ao mundo construído na sequência de filmes desde 1979 e que culmina em 2024 com alguns dos personagens mais destrambelhados do cinema. Dementus, por exemplo, chega a ser cartunesco, um vilão arrancado dos quadrinhos, que inclusive cita fases de sua personalidade dependendo de seu estado de espírito, nos raros momentos de descontração de Furiosa

A heroína, reapresentada a nós por Taylor-Joy, continua enigmática, vingativa e mais importante, perigosa e fatal, e o retorno de Joe (com Lachy Hulme assumindo o cargo deixado pelo falecido Hugh Keays-Byrne, que esteve na série desde 1979) traz o mesmo nível de frio calculismo que vimos no filme anterior, mostrando que não é à toa que o personagem conseguiu criar o império desértico que vemos ser balançado em Estrada da Fúria.

Apesar de não termos Max neste filme, seu substituto, o sisudo Jack (Tom Burke) cumpre seu papel de mentor da personagem que dá o nome à aventura, e mesmo sabendo que ele não passa deste filme, tratando-se de uma prequela, consegue dar cabo de sua tarefa muito bem, saindo de cena na hora certa para Furiosa ascender à posição de poder dentro do império de Immortan Joe.

Produção

Furiosa, furiosa: uma saga mad max
O filme arrancou aplausos no festival de Cannes e não é por menos. (Imagem: Warner)

Furiosa: Uma Saga Mad Max conta com valores de produção fora de série. Da mesma maneira que Estrada da Fúria, o filme foi todo rodado nas areias da Austrália, contando com tomadas em diversas regiões do país, a fim de dar ao épico muitos cenários variados e marcantes, que auxiliados pela talentosa equipe cenográfica de Miller foram capazes de trazer o pós-apocalíptico novamente ao cinema da maneira que só ele e seu grupo são capazes.

Não há como negar que há sim momentos em que existe a mão pesada dos efeitos especiais auxiliados por CG, especialmente as muitas explosões e a violência gráfica de mortes e a carnificina geral que rola em todo o longa, mas existe, em conjunto, o trabalho absurdamente fodástico de inúmeros dublês e pilotos de extrema capacidade que colocaram tudo de si nas acrobacias ridículas do filme. Poucas não foram as vezes em que a plateia simplesmente teve que soltar um risinho entre as cenas em que segurou o fôlego de tanta maluquice ocorrida na tela durante Furiosa.

Há muito também o que se falar da trilha sonora, que em meio a toda intensidade das batalhas, as tempera com emoção sem sair de seu lugar de coadjuvante à cinematografia maestral do caos generalizado acontecendo por todos os lados. Este é um dos poucos filmes em que a música é pouco memorável fora da produção, mas que é insubstituível dentro do contexto da ação, que ficaria aquém de certa maneira se somente tivéssemos os efeitos sonoros para tomar conta do recado. 

Pode parecer piada, mas é isso que acontece em Furiosa: Uma Saga Mad Max, já que o efeito de emoção é causado pelo casamento perfeito de todos os elementos, tanto de som quanto visuais, fazendo dele algo que faça valer muito a pena a curtição em uma tela de tamanho avantajado e com sistema de som poderoso. Havendo a oportunidade, nós recomendamos assistir no IMAX ou cinema similar, pois o filme pede e brilha nessas condições, bem como Estrada da Fúria o fez nove anos atrás.

Furiosa vale a pena?

Independentemente das suas opções e eventual escolha, não deixe de ver Furiosa: Uma Saga Mad Max no cinema. Trata-se de um dos melhores filmes de ação dos últimos anos e tranquilamente um destaques entre as produções lançadas este ano. Com um elenco muito bem liderado por Anya Taylor-Joy e Chris Hemsworth, essa é uma prequela que você não pode perder! 

Furiosa: Uma Saga Mad Max é um filme imperdível para qualquer amante de cinema ou simplesmente interessado em aproveitar quase três horas da mais pura diversão. Para fãs da série, é uma prequela obrigatória e ponto de partida da nova sequência de filmes ambientados no universo Mad Max. Miller foi capaz de manter o nível, até elevando-o de muitas maneiras com este filme, o que, por sua vez, coloca um peso gigante de expectativa com o que está para vir para Furiosa e os outros habitantes dos Ermos. 

Onde ver Furiosa: Uma Saga Mad Max

O filme entra em cartaz no próximo dia 23 em circuito nacional. Como já dissemos na crítica, recomendamos fortemente que você o assista em salas de cinema com sistema de imagem e som de qualidade, como no IMAX. Para isso, você terá que consultar as listagens de sua cidade para saber se há salas com essa capacidade onde você estiver. 

No geral, as redes de cinema Cinemark, PlayArte, Espaço Itaú e Cinépolis são alguns dos exemplos de redes que oferecem salas com experiências aguçadas de ver filmes. Em São Paulo, destacam-se os cinemas do Shopping Bourbon (Pompéia) e JK Iguatemi (Morumbi) como algumas das melhores nesse quesito, com telas de tamanho avantajado e sistemas de som imersivo.

VEJA MAIS

Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim

Furiosa: Uma Saga Mad Max

Furiosa: Uma Saga Mad Max
98 100 0 1
98/100
Total Score
  • Roteiro
    90/100 Incrível
    O filme serve como uma ótima ponte para os eventos de Estrada da Fúria. Sem spoilers, não saia da sala sem ver os créditos porque eles colocam isso à prova!
  • Elenco
    100/100 Excelente
    Taylor-Joy e Hemsworth brilham em seus respectivos papéis e o elenco secundário também é excelente.
  • Produção
    100/100 Excelente
    Cenas de ação de cair o queixo e muito caos regados por uma trilha sonora primorosa fazem de Furiosa um filme imperdível.
  • Diversão
    100/100 Excelente
    O tempo passa e você nem percebe. Se pudesse dar 11 neste quesito, eu daria. Tranquilamente.
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