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Na próxima quinta-feira (17), chega aos cinemas brasileiros o mais novo lançamento da Warner Bros. e DC Comics, Besouro Azul (Blue Beetle). O longa-metragem que, dirigido por Angel Manuel Soto (Charm City Kings, 2020) e estrelado por Xolo Maridueña (Cobra Kai, 2018) e Bruna Marquezine (Salve Jorge, 2012), quebra a sequência de crossovers e multiversos dos últimos filmes de heróis para apresentar a divertida, mas com problemas, história de Jaime Reyes.
A trama
Ambientada em Palmeira City, cidade fictícia localizada nos Estados Unidos, a trama apresenta a relação entre os membros da família Reyes e a sua empolgação com o retorno de Jaime (Xolo Maridueña) após um período na faculdade de direito.
A princípio, a situação parece alegre com todos reunidos, mas logo o clima agradável é quebrado com a notícia de que a família enfrenta problemas financeiros. Determinado a ajudar as pessoas que ama, Jaime vai em busca de emprego e consegue uma vaga na renomada empresa Kord.
É onde conhece Jenny Kord (Bruna Marquezine), que tenta a todo custo impedir que os novos mandatários da companhia acabem com o legado deixado por seu pai, Ted Kord.
Após roubar da empresa um misterioso artefato, semelhante a um escaravelho, Jenny o entrega para Jaime, para que ele possa cuidar do objeto e tirá-lo do controle de Victoria Kord, interpretada por Susan Sarandon (Thelma & Louise, 1991).
Acontece que, no momento em que tenta descobrir o que é, o artefato é ativado e se funde a Jaime, transformando-o em tudo o que ele não queria ser no momento: um super-herói.
Uma boa surpresa
Diferente do que o público está acostumado a ver nos cinemas com os lançamentos dos últimos filmes do gênero, com diversos crossovers, embates épicos e viagens pelo multiverso, Besouro Azul retoma a pegada vista muitas vezes em produções do início da última década. A ideia deste longa é contar a origem e a trajetória de um novo super-herói.
Sem promessas de aparições surpresas ou expectativas para o futuro, Besouro Azul utiliza as suas duas horas e sete minutos para mostrar quem é Jaime Reyes, como ele adquire uma poderosa armadura azul e a forma que lida com a mesma.
Outro fator que difere este dos protagonistas tradicionais é o de ter a sua própria família como background para a adaptação como super-herói. Tudo é uma assustadora novidade para Jaime, mas não só para ele. Por saber de sua nova identidade, toda a família Reyes se envolve na trama, muito por quererem ajudar o jovem de 22 anos.
De início, a obra de Angel Manuel Soto utiliza a comédia como artifício para guiar a sua narrativa. Ao longo das apresentações dos personagens, piadas são contadas durante boa parte do tempo, fazendo com que o espectador fique mais próximo de cada um.
Um receio muito grande era o de que o humor tomasse conta da obra como um todo e ditasse o ritmo do filme até o fim. De certa forma, é até possível dizer que algumas piadas e tons cômicos aparecem exageradamente e em momentos inoportunos. Mas, felizmente, o espectador é atingido por uma onda dramática no fim do segundo ato, o que apresenta um equilíbrio, causando impacto no público e tirando a ideia de parecer apenas um show de humor.
Valorização da cultura latina
De fato, Besouro Azul leva ao público algo nunca antes visto, ainda mais nos filmes de super-heróis hollywoodianos. Devido à origem mexicana do personagem principal e de todos os seus familiares, a cultura latina aparece muito bem representada neste longa-metragem.
Primeiro de tudo pela nacionalidade dos atores que compõem a família Reyes que, em sua maioria, são mexicanos. Exceção feita à Belissa Escobedo (Abracadabra 2, 2022), que interpreta Milagro, a irmã de Jaime.
Ter atores mexicanos para interpretar personagens da sua nacionalidade faz toda a diferença na história, uma vez que os costumes e diferenças culturais conseguem ser bem postos diante do espectador.
Contudo, o próprio roteiro valoriza esse artifício a partir do momento que insere no contexto do filme algumas lembranças de programas nostálgicos para o público latino e, principalmente, para muitos brasileiros que cresceram assistindo à TV aberta.
Citando produções irreverentes e de grande conhecimento popular, a direção do filme pega o público pelo jeito certo e revela o que ela se propôs a fazer de diferente para o gênero. Algo que funcionou muito bem.
Bruna Marquezine em Hollywood
Desde o anúncio de que a atriz Bruna Marquezine foi escalada para o papel de Jenny Kord, os brasileiros criaram expectativas e uma forte torcida para que a artista se saísse bem na sua estreia em Hollywood. E, felizmente, as expectativas foram atendidas.
Se Besouro Azul tem um roteiro bastante água com açúcar, pode-se dizer que ele é elevado graças às atuações. Principalmente a de Bruna Marquezine. Claro, a atriz brasileira não teve nenhum grande teste e nenhuma cena que realmente exigisse o seu talento. Contudo, durante todos os momentos em que esteve em cena, entregou o que se esperava dela e ainda mais.
É notável o carisma da artista, que empolga o público presente no cinema e representa o Brasil na sua mais pura essência. Destaque ainda para uma cena na qual, no auge do seu clímax na trama, a personagem de Marquezine nos surpreende com uma fala específica. Uma pena que este é um presente apenas para quem assiste à obra na versão legendada.
Pontos negativos
Como mencionado anteriormente, Besouro Azul abusa da comédia. Característico de filmes do gênero, o humor algumas vezes é colocado em momentos em que não é necessário e pode atrapalhar o envolvimento de quem assiste com a seriedade do momento apresentado. Não é algo que atrapalha a experiência como um todo, mas pode ser desgastante em algumas situações.
Automaticamente, isso leva a outro ponto: o tempo de filme. Definitivamente, se algumas cenas que tinham a ambição de serem engraçadas ou decisões de roteiro desnecessárias fossem evitadas, a duração do longa-metragem seria inferior às duas horas e sete minutos e funcionaria melhor.
O roteiro do filme não é o ápice da sétima arte e algumas ações podem facilmente dar ao espectador a sensação de já ter visto algo parecido antes. O que eleva a trama e realmente faz o público ficar interessado são as atuações e o fato de explorar uma cultura sem muita visibilidade no cenário norte-americano.
Conclusão
Besouro Azul é um bom filme. Com certeza não é a melhor coisa que você vai ver esse ano, nem ocupa a prateleira dos grandes lançamentos de super-heróis. Entretanto, cumpre o seu papel naquilo que promete e consegue divertir seu público ao mesmo tempo em que o faz se sentir representado, sobretudo na América Latina.
É uma pena que James Gunn ainda não tenha apresentado nada em que pretenda utilizar o personagem de Jaime Reyes no novo universo compartilhado na DC. Afinal, Besouro Azul seria um herói interessante de se assistir novamente.
Besouro Azul estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (17). Para conferir as salas disponíveis em sua cidade, visite o site Ingresso.com.
Assista ao trailer de Besouro Azul
Veja também:
Lançamentos do cinema em agosto de 2023: Besouro Azul e mais
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (15/08/23)
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Roteiro5/10 Indiferente
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Atuação9/10 Incrível
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Trilha Sonora9/10 Incrível
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Montagem/edição6/10 Normal
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Efeitos visuais8/10 Ótimo
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