Barbie

CRÍTICA: Barbie prova que rosa combina com TUDO e supera expectativas

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Abusando de tons pastéis, imaginação e nostalgia, Greta Gerwig entrega o melhor filme da sua carreira; confira a crítica com alguns spoilers

Esqueça tudo que você criou de expectativas para assistir ao filme Barbie. A produção da Warner Bros. vai te mostrar algo totalmente diferente. Dirigido pela cineasta Greta Gerwig (Adoráveis Mulheres, 2019), este longa leva o espectador a experimentar uma série de visões e sentimentos dificilmente encontrados anteriormente ao assistir a um filme sobre um brinquedo. Confira a análise, sem spoilers:

A trama

Barbie na barbilândia - divulgação/warner bros.
Barbie e Ken – Divulgação/Warner Bros.

Vivendo na Barbilândia, Barbie e suas outras milhares de versões levam uma vida perfeita, regada a muito rosa, refeições de mentirinha, praia, festas e looks invejáveis. Definitivamente, possuem o melhor de tudo, enquanto dividem seu universo com os Kens, sendo apenas os Kens mesmo.

No entanto, em certo momento tudo começa a mudar para a Barbie Estereotipada, interpretada por Margot Robbie. A personagem começa a se deparar com situações desagradáveis, como banho (sem água) gelado, tombos e o abominável fato de seus calcanhares tocarem o chão.

Aceitando que está com defeito, a boneca da Mattel parte em busca de soluções e se aventura no tão temido e desconfortável mundo real, ao lado do Ken de Ryan Gosling (Blade Runner 2049, 2017).

A diretora

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Barbie na Barbilândia – Divulgação/Warner Bros.

No quarto filme de sua carreira, Greta Gerwig coloca em cena muito do que aprendeu com suas obras e personagens fora do padrão aceito socialmente e apresenta um mundo que leva o público para a sua juventude, onde tudo era fácil, ou pelo menos parecia ser.

A criação da Barbilândia, por exemplo, é a clara representação das brincadeiras infantis, onde bonecos se alimentavam de pratos desprovidos de qualquer alimento e não precisavam de chão ou escadas para se locomoverem.

Por se tratar de um filme que fala, antes de tudo, sobre brinquedos, era de esperar os montantes de bom humor que tomam conta da sala de cinema e fazem com que as pessoas assistam à obra com um sorriso no rosto. Mas, a grande chave desse ponto se encontra no equilíbrio entre as piadas leves, já que é o filme de uma boneca, e sátiras diretas ao sistema patriarcal na qual se encontram os seres humanos atualmente.

Aliás, críticas certeiras ao machismo junto a questões envolvendo o papel da mulher são figurinhas carimbadas nas obras de Greta Gerwig. Como é possível ver em Lady Bird – A Hora de Voar e Adoráveis Mulheres, a diretora não poupa o público quando a ideia é trazer luz à discriminação de gênero.

Uma sátira prazerosa

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Ken ganha papel de destaque – Divulgação/Warner Bros.

Em Barbie, isso tudo fica muito evidente quando a personagem principal precisa sair de seu lar, em uma sociedade praticamente dominada por mulheres, e ir para o mundo real, onde os homens são os mandatários, mesmo que tentem disfarçar isso, conforme dito no próprio filme. Para envolver questionamentos acerca do assunto no longa-metragem, a diretora utiliza o personagem de Ken, muito bem vivido por Ryan Gosling, que esbanja carisma e presença de tela.

Arco principal

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Barbie apresenta uma nova versão da boneca mais famosa do mundo – Divulgação/Warner Bros.

Retornando para o arco de Barbie, a boneca a princípio se vê perdida em um ambiente completamente agressivo e assustador para a sua personalidade inocente. Com a missão de encontrar a sua dona — a garota a qual pertence —, ela passa por situações que vão moldando não apenas a sua visão de mundo, mas também a visão sobre si mesma.

Iludida com a máxima de que as bonecas Barbies foram feitas para melhorar a vida de toda as meninas do mundo, a personagem principal começa a perceber que a sua criação, com a imagem de um ser perfeito esteticamente, com status de inalcançável para a realidade, se tornou ofensiva. Afinal, não são poucas as pessoas que já se culparam por não ter o corpo desenhado e o rosto delicado da boneca.

E é nesse ponto em que o longa-metragem acerta em cheio. Ao perceber que sua dona não é mais uma garotinha de cinco anos, mas sim uma mãe trabalhadora, cercada de problemas e crises existenciais, Barbie passa a questionar sua real função e entende não haver nada de errado em ser comum e enfrentar obstáculos do cotidiano.

Trilha sonora e participações especiais

Dua lipa como a babie sereia, em participação especial
Dua Lipa como a Babie sereia, em participação especial – Divulgação/Warner Bros.

Como se não bastasse, o longa-metragem ainda conta com participações especiais. Uma das mais marcantes, de fato, é a presença do ator John Cena (O Esquadrão Suicida, 2021) aparecendo como Ken sereio e arrancando sorrisos sinceros do público. O personagem até surge em certo momento como par romântico da Barbie sereia, interpreta pela cantora Dua Lipa.

Tocando no assunto da trilha sonora, aliás, essa anda em perfeita harmonia com o desenrolar da história. Utilizada como artifício técnico para enfatizar situações que ocorrem na trama, as músicas apresentadas em Barbie surgem como complemento para o espectador compreender a situação que se passa em tela. Diferente das antigas animações da boneca, onde a cantoria entrava em cena a todo o momento, aqui a dosagem de melodias aparece na medida ideal, liderada pela impactante Dance The Night, que levanta o astral do longa.

Conclusão

Crítica: barbie prova que rosa combina com tudo e supera expectativas. Abusando de tons pastéis, imaginação e nostalgia, greta gerwig entrega o melhor filme da sua carreira; confira a crítica com alguns spoilers
Filme mais aguardado do ano, “Barbie” supera expectativas – Divulgação/Warner Bros.

Pode-se considerar este como um dos melhores trabalhos da carreira de Greta Gerwig. Ao reproduzir uma versão nada convencional da boneca mais famosa do mundo, a diretora não só proporciona ao público a oportunidade de se ver em algumas das personagens.

A produção utiliza diálogos, argumentos, elementos gráficos, cor rosa e piadas com brinquedos, para mostrar ao seu público que, sim, é possível questionar a cultura machista. E isso é sinal de que o filme conseguiu cumprir o seu papel social, ao mesmo tempo em que entregou o devido entretenimento aos espectadores de todos os gostos e idades que estavam ansiosos para este grande lançamento.

Barbie estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (20). A produção já possui 90% de aprovação pela crítica no Rotten Tomatos – site especializado em avaliar filmes. Para conferir as salas de cinema disponíveis em sua cidade, visite o site Ingresso.com.

Assista ao trailer de Barbie

Veja também:

A filmografia completa de Greta Gerwig, a diretora de “Barbie”

Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (18/07/23)

9/10
Total Score
  • Roteiro
    9/10 Incrível
  • Atuação
    10/10 Excelente
  • Montagem
    9/10 Incrível
  • Direção
    9/10 Incrível
  • Trilha Sonora
    8/10 Ótimo
  • Filme
    9/10 Incrível

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18 comentários
  1. Dar o papo agora: é filme pra beliscar um oscar.

    Gostei de tudo, desde a filmagem quanto roteiro (me surpreendeu positivamente)

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