Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa chega aos cinemas como um spinoff do filme Esquadrão Suicida e ganha destaque principalmente devido a Margot Robbie (que estava indicada ao Oscar 2020 por “Bombshell – O Escândalo“) interpretando Arlequina.
Esquadrão Suicida, que não foi bem recebido pela crítica especializada, com apenas 27% de aprovação no site de críticas Rotten Tomatoes, é ganhador de Oscar: levou a estatueta de melhor Maquiagem e Penteados na cerimônia de 2017. Uma categoria que muitos ficaram surpresos pela vitória do filme – já que o favorito naquele ano era “Star Trek: Sem Fronteiras“
Aves de Rapina não deve ser considerado apenas como um filme solo de Harley Quinn, mas sim um ensemble film (com muitos atores em destaque), similar a Vingadores e Esquadrão Suicida. A ideia é exatamente reunir diversos personagens da DC em um filme só, não necessariamente respeitando uma lógica ou cronologia do material de origem, ou seja, a história em quadrinhos no qual foi baseada.
O filme é uma adaptação bem livre da história em quadrinhos de mesmo nome. A primeira edição, de 1996, continha somente uma dupla no “grupo” Aves de Rapina: Canário Negro e Oráculo (que depois se tornaria Batgirl).
Então caso você, leitor, seja fã desse quadrinho, vá sem expectativas, pois o grupo Aves de Rapina fica em segundo plano para a história de Harley Quinn.
Eu não sou particularmente conhecedor dessa HQ, mas basta um pouco de pesquisa para descobrir que a Warner e DC misturaram várias linhas do tempo e personagens que nunca antes sequer estiveram na mesma história.
A DC/Warner, no entanto, faz com este filme uma escolha inusitada para a direção do filme.
E novamente acertada em direção à inclusividade – já que filmes de super heróis são normalmente dirigidos por homens (brancos).
Em 2017, eles trouxeram a diretora Patty Jenkins, de Monster: Desejo Assassino para dirigir Mulher Maravilha – e a sequência que sai este ano. O filme foi um dos maiores sucessos da DC até agora.
Ano passado, anunciaram que a diretora afro-americana Ava DuVerney (do aclamado “Selma“) vai dirigir à adaptação dos quadrinhos Novos Deuses.
Agora quem comanda Aves de Rapina é a diretora, relativamente novata, Cathy Yan.
Nascida na China, Yan cresceu em Hong Kong e Washington D.C., e finalmente parou em Nova York para seus estudos. Depois de alguns curtas, conseguiu um disputado lugar no festival de Sundance, onde participou com o filme “Dead Pigs” (ainda inédito no Brasil).
Eu entendo que o sucesso de Margot Robbie em Esquadrão Suicida foi um grande motivador para este filme (do qual ela também participa como produtora), mas poderia ser um filme só dela, já que a junção com a equipe Aves de Rapina não faz muito sentido.
O enredo do filme é difícil de resumir, pois contém muitos personagens e a maneira com que eles vão surgindo fica difícil de abordar sem dar spoilers.
Basicamente se resume ao término do relacionamento entre Harley Quinn e o Coringa, e Quinn tentando se reencontrar.
Neste processo, ela encontra uma miríade de personagens: o gangster Roman Sionis, seu comparsa Victor Zsasz, a detetive Renee Montoya, a cantora de cabaret Dinah Lance (que é a heroína Canário Negro), uma misteriosa assassina (outra heroína: Caçadora) e uma menina delinquente Cassandra Cain. Além, claro, de uma hiena a que ela dá o nome de Bruce (em homenagem a Bruce Wayne).
O filme sofre de um grande problema de tom – uma hora parece ir para o caminho de Deadpool com gags visuais (aquelas cenas que transmitem humor mesmo sem falas) e uma violência gráfica estilizada, outra hora segue um caminho similar ao de Esquadrão Suicida, com algumas tiradas sem graça e um enredo confuso.
Não achei o filme ruim, porém não entendi as escolhas narrativas feitas de reunir todos esses personagens em um filme só. Além disso, o vilão do filme não funciona. Ewan McGregor até tenta fazer algo com o papel, mas não convenceu.
No quesito entretenimento, é com certeza um filme que entretém. Muitas diversas cenas divertidas, principalmente quando Harley Quinn está na tela – realmente Margot Robbie é dona do papel e faz valer as maluquices da sua personagem.
A direção de Cathy Yan é boa, mas também não apresenta nada de novo: escolhas de direção como de qualquer outro filme de ação, com algumas cenas em slow motion e uma edição picotada em cenas de luta.
Até o momento dessa publicação, o filme arrecadou 160 milhões de dólares nas bilheterias internacionais e atualmente tem uma aprovação de 79% no site Rotten Tomatoes.
Harley Quinn vai retornar ao cinemas em 2021 com um novo Esquadrão Suicida que vai ser comandado por ninguém menos que James Gunn. O diretor dos volumes I e II de “Guardiões da Galáxia” foi demitido da direção do terceiro volume pela Marvel depois de um escândalo envolvendo tweets preconceituosos.
Gunn, no entanto, acabou sendo contratado pela Warner/DC para comandar esse reboot.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa está nos cinemas. Confira o filme e comente aqui o que você achou!
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