As tartarugas ninja caos mutante

CRÍTICA: As Tartarugas Ninja Caos Mutante é diversão garantida para pais e filhos

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Cowabunga! O novo longa-metragem das tartarugas mais queridas da cultura pop é leve e divertido, tem de tudo um pouco para fãs de nova e longa data; leia nossa crítica completa 

Há exatos 40 anos, a dupla criativa formada pelos quadrinistas Kevin Eastman e Peter Laird deu início ao que, de início, seria uma irreverente paródia das histórias do herói da Marvel, o Demolidor, mas que, para a surpresa dos dois, se tornou um fenômeno mundial que não sai da mente de seus fãs desde então. 

Agora, nas mãos de Seth Rogen, o eterno garoto de Hollywood, Evan Goldberg, de The Boys e de Jeff Rowe, conhecido pelo sucesso animado A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, o grupo mutante mais querido da TV recebe uma nova origem cinematográfica com roupagem colorida, leve, descompromissada e muito gostosa de assistir.

Santa Tartaruga! Olha só elas! 

As tartarugas ninja caos mutante
Os quatro irmãos chegam com tudo, mas sem deixar de lado o bom humor. (Imagem: Divulgação)

Em As Tartarugas Ninja: Caos Mutante, temos mais uma vez a história de como os quatro irmãos, Leonardo, Rafael, Donatello e Michelangelo, passaram de meras tartaruguinhas nos esgotos de Nova York aos heróis mutantes que vivem à margem da sociedade urbana, e ela é contada de uma forma descontraída e rápida, para dar espaço a toda a ação bem-humorada da qual o grupo é tão conhecido e querido.

O longa-metragem animado, com seus 99 minutos de duração, não só consegue reapresentar os irmãos e seu paizão, o Mestre Splinter, mas também um grande grupo dos vilões da vez, liderados pelo enigmático “Super Mosca”, que divide esse crédito com Cynthia Ultrom, a líder da organização responsável pela gosma que deu início a toda a confusão. 

O elenco, apesar de numeroso, recebe atenção suficiente do filme para construir a personalidade de praticamente todos os participantes da história e dar até aos inimigos das Tartarugas algo a mais do que simplesmente serem os capangas desmiolados do desenho animado, como no caso dos amáveis Rocksteady e Beebop, que juntos de muitos outros mutantes criados por Baxter Stockman, acabam revendo seus conceitos durante o decorrer da aventura.

Uma trama simples, sem enrolação

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A atrapalhada April logo se enturma com os irmãos mutantes. (Imagem: Divulgação)

Falando nela, a história deste longa animado é simples, mas eficaz: perseguido pelos soldados de Ultrom, Stockman é derrotado e perde o valioso frasco de mutagênico, o mesmo que muda a vida dos quatro irmãos-tartaruga. Nos quinze anos que se passaram, nos bastidores, suas criações, que conseguiram fugir, incluindo a mosquinha de estimação do cientista, também cresceram.

A mosca, agora se autodenominando “Super Mosca”, assume a autoria de diversos roubos na cidade visando carregamentos da empresa de Cynthia a fim de montar uma máquina capaz de transformar animais do mundo inteiro em mutantes como ele. Seu ódio pela humanidade por ter matado seu criador acaba gerando um paralelo com o medo que Splinter tem pela segurança de seus filhos adotados. 

Essa relação, mesmo que tratada de modos diferentes entre os dois personagens, gera tanto o conflito que os irmãos-ninja se veem como o único meio de evitar quanto a superproteção que os leva a tentar desesperadamente fazer contato com o mundo externo.

Tal busca os leva a conhecer a atrapalhada April O’Neil, uma estudante do ensino médico aspirante a jornalista, por quem o jovem Leonardo se apaixona à primeira vista, que se vê em meio aos mutantes depois que sua moto é roubada e recuperada por eles, em sua primeira grande atuação como ninjas do bem, fora as tarefas rotineiras de Splinter.

Referências não podiam faltar

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Rocksteady e Beebop, personagens tão queridos quando as Tartarugas fazem parte do numeroso elenco do filme. (Imagem: Divulgação)

Em meio a isso, elas ficam sabendo dos roubos ocorrendo em toda Nova York e decidem colocar um fim a isso, para finalmente serem reveladas à sociedade como os heróis que eles tanto querem ser. Entre uma pancada e outra, vemos como eles se transformaram em lutadores tão habilidosos, uma das grandes mudanças da trama original. 

Nessa versão, Splinter os ensinou não como um discípulo de um grande mestre, mas sim como um entusiasta de filmes de artes marciais de Hong Kong, um paralelo engraçado com o ator que empresta sua voz para a versão original do filme, Jackie Chan, que tem uma curta aparição em um corte do clássico O Mestre Invencível. Nesse meio-tempo, o próprio ratão aprende também uns golpes, como vemos no meio para o final do filme.

Ao finalmente se depararem com o responsável pelos roubos, as quatro Tartarugas Ninja se deparam com outros mutantes, que bem como eles se transformaram graças ao mutagênico, e logo de cara todos se identificam como irmãos, em cenas muito engraçadas no boliche que serve de base do moscão.

Passadas as brincadeiras, os dois grupos logo se desentendem, o que os leva em uma perseguição desenfreada pelas ruas da cidade. Mas é aí que a grande reviravolta do filme acontece, pois vendo que todos são mutantes e que sofreram o mesmo destino, apesar de viverem em ambientes separados, todos, exceto o Super Mosca, se veem contrários ao seu grande plano. 

Aliando-se sob uma causa em comum, os dois grupos partem para a briga contra o vilão, que se vê encurralado e pelo menos no momento, derrotado, caindo nas águas do rio East, junto de seu aparato e um galão do mutagênico. Claro, isso não foi capaz de detê-lo, e grande como Godzilla, totalmente transformado em uma mistura maluca de diversos animais, parte com tudo contra a cidade.

Capturados pela outra vilã do filme, Cynthia, as quatro tartarugas são resgatadas por Splinter, que, a contragosto, se enturma com April para salvar seus filhos. Durante a briga, eles se apossam de um rifle com a capacidade de reverter mutações, e com ele esperam salvar a cidade do ataque desesperado da versão super do moscão. 

Eles só querem ser amados

As tartarugas ninja caos mutante
A camaradagem e química entre os irmãos é contagiante. (Imagem: Divulgação)

Em outra perseguição maluca, agora com todos os mutantes juntos, com April transmitindo pela TV que os mutantes não são uma ameaça e sim os salvadores de Nova York, com a ajuda muito bem-vinda dos nova-iorquinos, as Tartarugas Ninja conseguem o impossível e colocam um fim na ameaça do Mosca, e com isso, finalmente conquistam o respeito e admiração da humanidade. E, ainda por cima, passam a frequentar a escola de April como colegas.

Apesar da simplicidade e inocência do roteiro, As Tartarugas Ninja: Caos Mutante traz um longa-metragem extremamente gostoso de assistir, com piadas engraçadas que tanto as crianças quanto os mais velhos podem curtir juntos. 

Vale a pena citar o trabalho primoroso da equipe de adaptação, que foi capaz de traduzir e modificar alguns dos bordões e das brincadeiras para algo mais abrasileirado, como no caso do “açaí com granola”, que arrancou muitas risadas da platéia da cabine de imprensa.

Seguindo a onda dos filmes da saga Aranhaverso, o novo longa animado das Tartarugas Ninja tem um visual extremamente estilizado, cheio de cor e traços exagerados que realmente trazem à vida o que muitas das outras produções dos quatro irmãos deixaram de lado: a criancice deles. 

Caos Mutante não só dá espaço para a idade mental deles, mas usa isso como o alicerce da trama e o ponto de partida da identidade da equipe durante toda a produção e também para sua inevitável continuação. Isso sem falar em muitos personagens, especialmente dentre os oponentes das Tartarugas, que nunca fizeram parte do primeiro escalão, mas que graças ao seu papel de maior importância no filme, conseguem ter espaço para se desenvolver.

Outro ponto digno de nota da animação é sua trilha sonora, que traz brincadeiras com músicas consagradas dos anos 1980, incluindo o Go Ninja, Go, de Tartarugas Ninja 2: O Segredo do Ooze e outras readaptações orquestradas a dedo por Trent Reznor, que continua impressionando em sua carreira como músico de trilhas sonoras Hollywoodianas.

A dublagem brasileira, por sua vez, não chega a ser tão marcante quanto à das animações da TV, especialmente as do desenho original, mas não deixa de ter seu charme, em especial as partes com as piadas tão bem adaptadas. Dá para ver que todos se divertiram no processo de gravação.

O nosso veredito

As tartarugas ninja caos mutante
O quadrinho original, de 1983, era para ser somente uma paródia do herói Demolidor, da Marvel, mas acabou criando um verdadeiro império do merchandising mundo afora. (Imagem: Mirage Comics)

As Tartarugas Ninja: Caos Mutante é do tipo de animação em longa-metragem que pais e filhos amarão assistir juntos, ainda mais se esses pais e mães cresceram assistindo às animações na televisão. Há muito o que se curtir nesta que a que tudo indica pelo sucesso que vem sendo, muito provavelmente será o começo de uma nova série de filmes na telona. 

E se a cena de meio de créditos deu a entender, logo veremos outro malvadão das antigas dando as caras na próxima aventura dos irmãos cascudos, com a chamada da vilã Cynthia ao mascarado Destruidor, que a ajudará a colocar em curso seu diabólico plano, visto de relance neste filme, que é de montar seu exército de mutantes obedientes.

A Nickelodeon e a Paramount Pictures acertaram a mão com As Tartarugas Ninja: Caos Mutante, que de cabo a rabo homenageia o que o trouxe até aqui, nesses 40 anos de história e abre alas para o que está para vir em futuras aparições destes que são os sempre vivos e antenados répteis que continuam muito na moda.

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Fonte: IMDB [1], [2], [3], Looper e Wikipedia

Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (21/08/23)


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