Índice
A nova equipe do universo cinematográfico da Marvel finalmente fez sua estreia. Durante 01h45, Carol Danvers, Kamala Khan e Monica Rambeau enfrentam a vilã Dar-Benn em um tom de muita comédia, mas sem deixar a seriedade no momento certo. Veja o que achamos da direção de Nia DaCosta para As Marvels agora mesmo.
A vilã de As Marvels
A atriz Zawe Ashton foi escolhida para dar vida à vilã Dar-Benn, que nas histórias em quadrinhos, é um homem. O personagem em questão teve pouca participação nas HQs da Capitã Marvel e acabou morto pela Rapina durante uma operação dos Vingadores após tomar o lugar do imperador Kree Clumsy Foulop, utilizando um clone-ROBÔ do Surfista Prateado.
Pode-se dizer que, nas grandes telas, Dar-Benn chega com um motivo mais digno para bater de frente com Capitã Marvel, melhoria bem aceita e que até pode fazer alguns espectadores ficarem do lado de Zawe Ashton por um (curto) tempo.
Não há o que comentar de negativo sobre o trabalho de Zawe para fazer a personagem dar certo para o grande público do MCU. Até a metade do longa-metragem, há uma grande dúvida do porquê da personagem interpretada por Brie Larson ser chamada de “Aniquiladora” durante boa parte do longa-metragem. E para saber mais sobre isso, seremos transportados para acontecimentos do primeiro filme por outro ângulo.
A equipe que demora a engajar
Como esperado, o filme de 2023 segue os acontecimentos diretos de Ms. Marvel, série lançada e finalizada em 2022. A cena pós-créditos da série de Kamala Khan, que neste filme é o grande alívio cômico do roteiro em todas as situações, pode ser considerada a primeira cena de The Marvels. A Disney sempre foi boa em costurar suas produções e não há como negar a maestria.
Nossa famosa Capitã Marvel sempre foi conhecida e inclusive prefere trabalhar sozinha, então é nítido que ela não estava preparada para ter um time para chamar de seu. Ela precisa entender que, além de precisar de ajuda para deter Dar-Benn, nem sempre é necessário ficar sozinha em todas as ocasiões. Mesmo que isso signifique retornar às memórias que deseja esquecer ou revelar verdades que não gostaria.
Quando voltam a se ver, Monica Rambeau e Carol Danvers ainda possuem assuntos inacabados que podem prejudicar o trabalho em grupo. Apesar da explicação dada pela diretora, eu gostaria de ver mais a relação entre essas duas, que foi plantada em 2019. Fiquei com um pequeno gostinho de ver maior interação real em um filme que possui bastante CGI devido a ser 90% ambientado no espaço.
É notável a necessidade de Kevin Feige em consertar o MCU após polêmicas de más entregas em questão de efeitos visuais e roteiros de filmes como Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania e Thor: Amor e Trovão que levam a lugar nenhum. Fãs comentam na internet que perderam a Marvel perdeu o fôlego após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato. Então, apresentar uma nova equipe que será essencial para o futuro é um bom recomeço.
Na grande salada de acontecimentos de The Marvels, a personagem de Iman Vellani passa por um amadurecimento necessário para que sua jornada no MCU tenha grande importância. Assim como eu e você agiríamos, ela fica bem nervosa ao conhecer uma das pessoas que mais admira no universo. Ao mesmo tempo, é notável que o roteiro foi bastante focado em desprender a imagem de Kamala da “simples” fã da Capitã Marvel e se tornar um dos focos desta nova fase do MCU.
Diversidade no elenco
Quem assistiu à série de Ms. Marvel em 2022 e nunca teve acesso à cultura paquistanesa de forma completa, teve uma pequena prévia de como o trabalho da Disney seria feito dali em diante. Este elemento positivo da série também pode ser visto em The Marvels.
Colocar Monica Rambeau (interpretada pela ótima Teyonah Parris) como uma das protagonistas também foi uma decisão clara da Marvel de que, nem sempre, os personagens principais precisam ter um rosto “mais aceito na sociedade”.
É verdade que assuntos como racismo, desigualdade social e outros importantes não são abordados no roteiro de The Marvels, mas uma simples mudança na escalação do elenco traz mudanças importantes para que principalmente crianças se identifiquem com o visual que possuem.
Pontos negativos
O final de Capitã Marvel de 2019 trouxe a destruição da inteligência artificial que controlava e governava Hala, planeta da civilização Kree que resgatou Carol Danvers e a ajudou a ser como conhecemos. A metade de The Marvels mostra como isso afetou quem morava em Hala, mas ao mesmo tempo coloca os motivos da vilã em aberto.
Digo, se era tão simples resolver, por que a tentativa não foi colocada em prática antes? Quando entendi os problemas que causaram tanta insegurança na Capitã Marvel e como tudo poderia ter sido resolvido, me veio a dúvida do porquê da existência da vilã que nem teve tanta relevância nas HQs.
É claro que até entendermos os motivos da vilã, é necessário construir um caminho para tal momento acontecer. Mas, ao mesmo tempo, apesar das resoluções de problemas emocionais que poderes especiais não dão conta, acredito que há outras formas de trabalhar estes pontos de uma forma mais complexa e sem a necessidade de se estender tanto.
A grande ironia é que, apesar de ser derrotada como em qualquer filme, a vilã acaba conseguindo o que tanto queria. Por mais que os meios escolhidos pelas três heroínas não sejam os mesmos.
Conclusão
The Marvels está longe de ser um filme perfeito, mas a entrega final não é desastrosa. A produção traz um amadurecimento importante para todas as protagonistas, ao mesmo tempo que apresenta um time de heroínas que tem carisma, bom trabalho em equipe e bastante poder, seja quando estão juntas ou quando estão trabalhando de forma separada.
O segundo filme com protagonismo de Carol Danvers chega como um respiro que o MCU precisava, mas ainda não resolve todos os problemas; só devemos ver a verdadeira solução em meados de 2024. O roteiro também poderia ser um pouco mais aprofundado para que as personagens amadurecessem ainda mais durante o longa-metragem.
A cena pós-créditos, como padrão da Marvel, abre dúvidas e, ao mesmo tempo, as portas de um futuro animador para quem gosta de filmes de heróis. Mas nos resta esperar o futuro para ver como isso será colocado em prática.
Kevin Feige, mais uma vez, tem o queijo e a faca na mão para colocar o Universo Cinematográfico Marvel nos trilhos e voltar a ter o apoio dos fãs. Precisaremos ser pacientes.
Assista ao trailer de As Marvels
O que você espera do futuro do MCU? Diga pra gente nos comentários!
Veja também
CRÍTICA: Loki S02 E05: O recomeço de tudo?
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (8/11/23)
Descubra mais sobre Showmetech
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.