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O treinamento Jedi de Sabine recomeça, agora que ela voltou a ser discípula de Ahsoka, muito depois das duas terem seguido seus próprios caminhos. Agora, mestra e aprendiz terão que, sozinhas, além de reatar sua relação, chegar ao cerne da grande conspiração que se mostra cada vez mais complexa.
O treinamento de Sabine enfim começa
O terceiro episódio abre com a jovem treinando duro nos caminhos da Força, com a ajuda do droide Huyang. Para o desgosto da moça, suas habilidades sofreram um declínio nos anos em que ela esteve longe dos cuidados de Ahsoka.
Ela acaba sugerindo que sua discípula tente um estilo de esgrima mais próximo ao dela como visto nas animações Guerras Clônicas e Rebeldes, uma referência direta ao clássico do cinema samurai japonês, Zatoichi, no qual todo o treinamento é feito com os olhos vendados, cego como o protagonista vivido por Shintaro Katsu e Takeshi Kitano.
Ahsoka mostra a Sabine que há mais do que somente a visão dentre os sentidos necessários para a sobrevivência Jedi, uma clara alusão ao treinamento que vimos com Luke junto de Obi-Wan e Yoda, durante a trilogia clássica. De início, lançando ataques a esmo contra sua mestra, Sabine se mostra ansiosa, frustrada e acima de tudo, despreparada, sentimentos que a levarão a se tornar mais forte.
Uma conspiração às claras, porém ignorada
Enquanto isso, a bordo de uma nave da frota da Nova República, Syndulla encontra-se com membros do novo senado, liderados por Mon Mothma (com Genevieve O’Reilly voltando ao papel, após Andor), junto de Xiono, velho conhecido da Twi’lek, que tem pressa em tratar dos assuntos. Mesmo dispensando das formalidades e de jogar conversa fora, vem à tona o garoto Jacen, filho de Syndulla com Kanan Jarrus, o falecido mestre de Ezra, antigo membro da equipe de Rebels, personagem interpretado por Freddie Prinze Jr. na animação.
Hera compartilha com os senadores os acontecimentos dos dois primeiros episódios da série, em que ela foi atacada por agentes infiltrados leais a Morgan, o que logo é rebatido por uma das senadoras na reunião, afirmando que todos os ex-Imperiais trabalhando agora pelo novo governo fizeram um juramento. Syndulla, sem perder a oportunidade, repete o mantra “Vida longa ao Império” proferido pelos funcionários do estaleiro momentos antes de atacá-la. Ela questiona se é esse tipo de fidelidade que os senadores estão procurando, o que dá uma chance a Mon Mothma de apaziguar a situação, afirmando que as atividades dos bandidos haviam sido concluídas com sua prisão.
Mas Syndulla logo traz um nome que silencia a todos por alguns momentos: Thrawn. O grande vilão da trama a quem todos procuram saber do destino, o Grão Almirante Imperial que todos creem estar desaparecido e com sorte, morto. Hera coloca todos a par dos planos obscuros que a levam a crer que Thrawn está bem vivo, e que se a conspiração em curso continuar sem obstáculos, ele logo voltará para infernizar a vida dos membros da Nova República.
Ela propõe a formação de uma força tarefa encarregada de investigar suas suspeitas, começando com uma viagem ao sistema Denab, onde a última pista encontrada a está levando. Contudo, Xiono se mostra contra os esforços da general, alegando que tal plano não passa de mais uma tentativa dela de utilizar recursos do novo governo em encontrar seu amigo Ezra Bridger, também há muito desaparecido.
Rebatendo a alegação de seu opositor, Syndulla acerta no ponto fraco dele, sua não participação na guerra contra o Império, na qual ele, como muitos outros poderosos, decidiram “esperar para ver quem ganharia” o páreo, uma briga que quem assistiu à excelente série Andor sabe muito bem que Mon Mothma se colocou em risco aberto para financiar os rebeldes.
Mesmo com tal argumento, Hera se vê perante um grupo de senadores em maioria relutantes em se colocar em outro conflito com o que eles acreditam ser um inimigo descentralizado e sem rumo certo. Mesmo assim, ela afirma que conhece Thrawn muito bem, pois ele tirou entes queridos dela, e que sabe bastante do sofrimento da guerra. Mon Mothma, a única aliada de Syndulla na reunião, tenta acalmá-la, colocando o assunto em segundo plano para ser discutido fora da ligação.
Ligações com o passado
Frustrada, a general não tem muito o que fazer a não ser bufar indignada a caminho do corredor, onde encontra seu filho, Jacen, acompanhado do robozinho Chopper. Ele sabendo do retorno de Sabine ao treinamento Jedi e também se mostra interessado em se tornar um guerreiro da ordem, bem como seu pai.
De volta à dupla Jedi, Sabine demonstra impaciência com o ritmo que as coisas vêm sendo conduzidas, afirmando que talvez haja um modo de apressar seu treino vista a ameaça crescente que as duas estão enfrentando. É lógico que não, e Ahsoka explica para ela os caminhos da Força, utilizando-se dos mesmos argumentos de mestres Jedi que já conhecemos.
Sabine sente que ela não consegue utilizar a Força do mesmo jeito que sua mestra, e Ahsoka reforça que para fazer uso do poder por trás das técnicas Jedi, há muito treinamento e um tanto de talento também, e que para a jovem, o melhor é ir aos poucos.
Na cabine da nave, em uma conversa com Huyang, a decisão de Ahsoka em treinar a mandaloriana é colocada à prova. O droide, responsável pelo regimento de ensino da ordem Jedi antes da queda da antiga república, diz que Sabine nunca seria aceita pelo conselho como candidata apta a virar discípula de qualquer que fosse seu mestre.
Ahsoka, por outro lado, afirma que os padrões mudaram bastante desde que a ordem se viu arruinada pelo Imperador, o que Huyang rebate dizendo que um milênio de existência há muito provou que estariam certos em negar treinamento a Sabine, se ainda existisse. Para ela, não só eles falharem ao serem derrotados, mas que a sua protegida não precisa ser exatamente uma Jedi, e sim ela mesma, o que o droide concorda que mesmo Ahsoka não se conforma aos moldes tradicionais.
Sozinhas, porém não desamparadas
Logo em seguida, Sabine e Ahsoka recebem notícias inesperadas de Hera, que as avisa que não haverá ajuda oficial da Nova República nesta investigação. A frota espacial não virá, pois o senado não aprovou; a conversa acaba sendo cortada, pois ao aproximar-se do sistema Denab, as comunicações são bloqueadas, o que levanta as suspeitas de Ahsoka. Saindo do hiperespaço em consequência disso, há sinais de que uma presença não-identificada se encontra em órbita.
Não demora nada até a nave do trio ser abordada pelo esquadrão inimigo liderado pela aprendiz do vilão Baylan, Shin Hati. Há uma batalha espacial na qual Ahsoka força Sabine a usar de seus instintos Jedi para de algum modo tirá-las dessa enrascada. Em um movimento coordenado entre Ahsoka, nos comandos da nave, e Sabine, no controle das armas, elas são capazes de se livrar, aos poucos, de seus perseguidores.
Em meio à perseguição, o trio encontra o seu alvo, o gigante anel em órbita do planeta, onde Morgan se encontra e ordena que Ahsoka e seu bando sejam abatidos de vez, utilizando-se das baterias de laser da estação na qual ela se encontra, visto que seu esquadrão não deu conta do recado. Eles esperam até o último momento para abrir fogo nas duas, que têm bastante trabalho em evitar a total destruição da nave enquanto o droide analisa a curiosa embarcação diante deles.
Abatida, mas não fora do jogo, a nave de Ahsoka, sem os propulsores, segue o rumo que estavam tomando antes de serem atacadas, diretamente para o planeta, ao mesmo tempo em que Sabine e Ahsoka tentam recobrar controle, com Huyang desativado para dar suporte. Apesar de achar que teve êxito em matar sua principal opositora, Hati logo chega para estragar a festa, encarregando-se de finalmente acabar com a nossa heroína.
Sabres de luz e muitos canhões laser
Como último recurso contra o esquadrão prestes a dar cabo do que restou do grupo, Ahsoka toma uma medida desesperada, saindo da nave, sabres de luz em mãos, no lado de fora, no espaço aberto. Com exímia habilidade malabarista, ela é capaz de dar um fim em uma das naves atacantes, enquanto Sabine consegue reativar a nave e trazer Ahsoka de volta para dentro, bem a tempo de evitar os tiros de Shin Hati.
Já na atmosfera do planeta, entre as nuvens, Ahsoka e a jovem dão de cara com alguns membros de uma espécie de baleia voadora, que ficam no caminho entre elas e a ajudante do vilão, mas mesmo assim não é capaz de despistá-la do rastro da dupla. Aproveitando-se de uma abertura dentre os tentáculos das “baleias”, elas conseguem se ver livres, mas não por muito tempo.
No meio tempo, Huyang volta à atividade, sem saber do perrengue que as duas passaram para sobreviver ao ataque de Hati e de Morgan. Aterrissando em um pântano, é o local perfeito para conseguirem ficar fora de vista, mas mesmo assim a garota a serviço do mal não desiste da busca, separando-se de seu colega, dando tempo para o droide informar suas companheiras sobre as suas descobertas quanto à estação em forma de anel onde Morgan se encontra.
Velhos amigos, novos caminhos
Sabine, enquanto isso, relembra os últimos momentos ao lado de Ezra, recordando-se das baleias voadoras com quem elas acabaram de se deparar, de que elas também estavam lá antes do desaparecimento do amigo das duas. A estação, segundo Huyang, revelou ser um anel de hiperespaço, de um tamanho maior do que já foi visto antes.
O droide calcula que tal construção, que ainda está em curso, será capaz de levar quem a usar a localidades muito longe e numa velocidade absurda, até a uma galáxia vizinha, se os navegantes souberem as coordenadas corretas, o que, sim, Morgan e seu bando estão a par. Tal caminho, o robô diz, são os mesmos que os trajetos migratórios das baleias que foram vistas na cena anterior, cujo nome aprendemos ser purrgil.
Em outro lugar do planeta, Baylan encube seus sinistros agentes de perseguir Ahsoka e sua companheira, o que dá fim a mais um episódio repleto de ação e certa dose de intriga da nova série da saga Star Wars.
Nosso veredito
Toda a série precisa de tempo para se enquadrar e entrar nos eixos, e Ahsoka não é exceção. Nos dois primeiros episódios, tivemos a reintrodução dos elementos que para quem assistiu às animações já eram familiares, mas sabendo que a nova produção da Disney+ iria trazer novatos ao cânone de Star Wars fora os filmes, era necessário atualizá-los do que estava havendo.
O terceiro episódio desenvolveu muito bem as reverberações dos acontecimentos da quarta-feira passada, mostrando que o cenário político após a queda do Império é frágil e ainda repleto de ressentimento. Isso ficou claro pelo comportamento dos senadores com relação à missão de Syndulla, ao negar a tão necessária ajuda para a general, que vê seus objetivos entrarem em conflito com seu desejo de rever um amigo há muito sumido.
Já a relação de Ahsoka e Sabine, que agora passa a ser novamente a de uma mestra e sua aprendiz, é bem desenvolvida durante os quase 40 minutos de duração do capítulo da vez, dando bastante tempo para as duas desenvolverem seus pontos de vista e até de os mudarem, como foi o caso da jovem, que se encontrou apressada e sem paciência com os trejeitos tradicionalmente cheios de mistério dos Jedi, mesmo apresentados por alguém como Ahsoka, que já deixou de segui-los há muito tempo.
Para um episódio de transição como este, tivemos uma quantidade razoável de ação, com uma dose de poderio Jedi até, com Ahsoka subindo na asa da nave para abater os inimigos e dar tempo de Sabine reativar os sistemas a tempo de aterrissarem no planeta. Isso sem contar com uma surpresa na forma dos seres espaciais que não só deram as caras para ajudar a dupla a escapar, mas como elementos da história no geral, pois serão eles que irão guiar as duas daqui para a frente.
Resta agora saber o que Morgan e companhia irão encontrar no final de seu caminho, assim que a estação estiver completa. Visto que ela ainda não está e que Ahsoka e Sabine se encontram no planeta, onde imaginamos estar ocorrendo a construção e preparação do tal anel, dá espaço para gente crer que elas não irão deixar os vilões em paz para tal, não é mesmo? Afinal este não seria um produto Star Wars sem haver sabotagem, ou pelo menos, uma tentativa de colocar um obstáculo frente aos vilões.
Mesmo assim, sabendo que Thrawn eventualmente irá dar as caras, caberá a Ahsoka revelar o grande vilão de um modo emocionante e com o peso digno de um nome que há muitos anos tangencia os limites da história de Star Wars, e que com esta série, virá a fazer parte da trama principal, o que para os fãs mais dedicados da franquia, já devia ter acontecido faz muito tempo. Por sorte, ainda temos muitos episódios pela frente para que isso se desenvolva bem, e a que tudo que foi mostrado até agora, parece que virá a acontecer em bom tempo, sem muito rodeio.
Continue nos acompanhando em nossa jornada por Ahsoka semana que vem, e até lá, confira mais novidades do mundo geek aqui, no Showmetech!
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (30/08/23)
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