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É um tanto exaustivo pensar que o sinônimo do cinema para as grandes massas, em 2022, é filme de super-herói. Não por eles não serem divertidos, mas sim pela quantidade massiva de produções do próximo tipo sendo lançadas desde que os Vingadores se tornaram o fenômeno pop que eles são hoje em dia.
Mas isso é muito sobre a Marvel, certo? A DC, casa do Batman, Superman e outros, vem tendo problemas nos últimos anos, com o universo feito por Zack Snyder não exatamente algo que agrada muitos fãs. Qual foi a solução da editora, então, para tentar resolver esse problema? Criar um filme que mistura a saturação de super-heróis com os filmes de brucutu do The Rock – e o resultado é Adão Negro, uma película como tantas outras. Confira nossa crítica a seguir:
Ação desenfreada, pouco desenvolvimento
Na antiga Kahndaq, Teth Adam ganhou o direito de usar os poderes dos deuses ao gritar a palavra “Shazam!”, mas ao invés de utilizar para o bem, usou para ganho próprio em uma campanha de vingança que terminou com seu aprisionamento – sendo desperto cerca de cinco mil anos depois, nos tempos atuais.
A premissa total do filme é então uma espécie de Capitão América menos bonzinho, com os outros heróis da Sociedade da Justiça da América, um grupo clássico dos quadrinhos que chega às telonas nesse longa, entrando em conflito direto com o Adão Negro de The Rock, falando que ele é um perigo enquanto ele não faz muito além de ser um personagem do The Rock, até que um vilão em comum une eles temporariamente para um grande confronto final.
Não há muito mais o que comentar em termos de argumento em Adão Negro – o filme é exatamente o que esperamos de um longa do The Rock, e isso não quer dizer que seja ruim – ele diverte, muito, mas é como gastar duas horas, se entreter e depois não lembrar mais de nada.
As atuações, de fato, são boas – The Rock está desempenhando um papel diferente dos que tem sido comuns para ele nos últimos anos, sendo menos canastrão e usando mais seus músculos de maneira “malvada”, e um especial destaque fica também com Aldis Hodge, que interpreta genialmente o Gavião Negro – e já despertou a raiva de muitos fãs de quadrinhos pela mudança racial do personagem, mesmo que ele seja um ser ficcional com asas. Complicado.
Mas essas interpretações, no fim, também são deixadas de escanteio pelo enorme amor do filme por cenas de ações, com algumas funcionando e outras já sendo um pouco maçantes. É um pouco difícil já que, no começo, eu estava de fato me divertindo bastante no longa, mas estava saturado lá pela metade com tanta porradaria – e principalmente pelo fato da linha condutora, por boa parte do filme, ser a famosa porradaria entre heróis, algo usado à exaustão já nesse tipo de filme.
Ao mesmo tempo, é inegável que é um filme mais divertido que anteriores da DC, e de certa forma é bom falar isso através do pensamento que ele não tem tantas piadinhas infames como está sendo comum nesse gênero – ele parece uma junção de pontos positivos e que críticos cada vez mais falam sobre nesse tipo de cinema ao mesmo tempo que, por medo de não fazer sucesso, continua utilizando outros clichês.
Conclusão: Adão Negro é um dos filmes já feitos
Escrevendo essa crítica, pensei muito se poderia chamar Adão Negro de um experimento no gênero dos super-heróis. Não é, e eu pensar nisso é até um certo desrespeito com a crítica cinematográfica como um todo – ele tem pontos positivos, negativos, mas acima de tudo ele sabe a que tipo de conteúdo pertence. E sabe como se vender também, principalmente com a cena pós-créditos já mostrando qual será o possível próximo conflito da DC nas telonas.
Eu não saí triste nem satisfeito de Adão Negro, posto tudo isso. Eu saí completamente indiferente, com minha vida seguindo da mesma forma que era antes. Me desliguei dela pelo tempo do filme, sem dúvidas, o que é um objetivo básico de qualquer obra de entretenimento, então que bom que fez o básico, mas não há o que pensar, não há o que deglutir.
Adão Negro pode ser um sucesso, o personagem de The Rock pode se tornar algo bem popular nos fãs dos filmes, mas a realidade é que o filme não é nada de mais. Ele existe, serve seu propósito e é isso. O quão bom isso é ao longo prazo, tanto para a DC quanto para o cinema como um todo, só o tempo dirá – mas minhas impressões, neste momento, não são das mais otimistas.
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Crítica: Adão Negro
Crítica: Adão Negro-
Direção7/10 Bom
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Atuação e Elenco10/10 Excelente
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Parte Técnica8/10 Ótimo
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