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Eu fui ver o live-action de A Pequena Sereia (The Little Mermaid, no original) com as expectativas completamente baixas e sem a memória afetiva do clássico de 1989. Eu conhecia a personagem e tinha algumas músicas na mente graças ao game Kingdom Hearts que joguei bastante, anos atrás.
Dado o histórico dos live-action e relançamentos de clássicos da Disney nos últimos anos, fiquei muito empolgado com O Rei Leão por ser uma animação que me marcou muito e foi um choque por ser um filme ruim. Por outro lado, tivemos alguns bons exemplos, como A Bela e a Fera e o meu favorito, Aladin.
No caso de A Bela e a Fera, tivemos um filme que seguiu mais à risca o original, adicionando um ou outro elemento, seja nas músicas ou na estética, mas jogou no seguro e deu certo. Aladin, por outro lado, segue o caminho de reimaginar aquela história com novos elementos e mudanças pontuais na ordem da história, algo semelhante ao que acontece com os últimos remakes da franquia Resident Evil nos games.
A Pequena Sereia segue o caminho de A Bela e a Fera, apenas trazendo o original para o live-action com uma adição ou outra. Por esse motivo, o que ele tem a oferecer funciona muito bem, não estraga a experiência e, graças ao bom elenco, entrega um bom filme.
Assista o vídeo no Canal do Showmetech:
Um mundo fantástico
A Pequena Sereia tem uma história bem simples, com foco em Ariel, a filha mais nova de Tritão, o rei dos mares. Ariel é uma sereia mega curiosa, principalmente com a raça humana e a partir disso toda a história se desenrola.
Halle Bailey encarna a personagem de forma perfeita e conseguimos sentir com ela momentos de tristeza, alegria e, claro, ficamos curiosos também. O filme se passa, quase que inteiramente, no fundo do mar; felizmente isso não causa estranheza e é bem crível.
Algo que pode decepcionar algumas pessoas é em relação às irmãs de Ariel: elas estão presentes no filme, mas não vou lembrar dos nomes de cada uma delas e, sinceramente, o filme não faz muita questão disso, já que se elas têm 3 cenas, é muito. Agora, sobre Ursula, que escolha maravilhosa. Melissa McCarthy é quem traz a personagem à vida e eu simplesmente adorei. O visual é incrível e a atriz faz um ótimo trabalho também, conseguindo passar a perna em Ariel do jeito que deve ser.
O meu maior medo em relação ao filme era sobre os animais e seres marinhos, como Sebastião e Linguado, e cara, eu fui surpreendido positivamente, pois o “Tião” é simplesmente a melhor coisa do filme pra mim. Daveed Diggs deu uma personalidade e tanto para o personagem e eu saí do filme cantando Under the Sea.
Já o Linguado está meio apagadinho na história, aparecendo apenas em algumas cenas-chave. Não senti falta dele, honestamente, mas me deu a impressão que evitaram usar ele em mais cenas por ser um pouco estranho o peixe falante em live-action.
Por último, mas não menos importante, temos Sabidão, interpretado por Awkwafina e que, junto ao Sebastião, rouba a cena quando aparece. Vale ressaltar que a voz de ambos os atores acrescenta muito aos personagens.
O ponto mais fraco do filme acaba sendo o príncipe Eric. Ele não é um péssimo personagem e a atuação de Jonah Hauer-King também não me incomodou, mas seu arco é o mais chato da história e foi onde não consegui comprar tanto a ideia da trama.
Visual e efeitos
Além da história, num filme Disney o visual é de suma importância e felizmente tudo é muito bonito e crível. Vi que algumas pessoas reclamaram que o filme parecia escuro pelos trailers e bom, isso não acontece e temos um fundo do mar mega colorido e cheio de vida, seja pelos seres marinhos, ou pelo jeito lúdico que a fotografia trabalha esse mundo.
A maquiagem de Ariel, das suas irmãs e principalmente de Ursula estão impecáveis e você acredita de fato que aqueles personagens vivem embaixo d’água e conseguem falar ali. E isso nos leva a outro ponto interessante, que é o filme nunca tentar se passar como uma releitura realista daquela história, o que melhora a experiência.
Ele sabe que é um filme, mas não tem vergonha de ser fantasioso e todo cheio de cor e fora do comum. Dado os limites, eu diria que esse filme é o Aquaman da Ariel, visto que até os efeitos especiais embaixo d’água são iguais e funcionam muito bem.
Funcionam tão bem que o momento mais estranho do Rei Tritão é quando ele precisa sair da água e aquilo não fica mais natural. De resto, o filme não conta com cenas de ação ou grandes aventuras malucas e seu foco maior fica para as cenas musicais, mas me surpreendi com a decisão do final, no qual optaram por manter algo envolvendo a vilã Ursula e que particularmente achei bem legal.
As músicas de A Pequena Sereia
Como disse no início, minhas lembranças com o filme original são bem vagas, portanto, não tive nenhum sentimento nostálgico com as músicas. Contudo, elas são ótimas e trazem uma vida a mais para o filme. Admito que eu não consigo ficar tão imerso em filmes musicais por não conseguir comprar aquilo, então houve cenas com músicas nas quais a música era boa, mas a cena não me convenceu.
O elenco está de parabéns cantando, temos músicas agitadas, mais lentas e até um rap que me tirou boas risadas, feito por Awkwafina e Daveed Diggs. Porém, a música que grudou na minha cabeça e fez eu sair do cinema cantando foi Under The Sea com seu ritmo maravilhoso e dançante.
Se você gosta das músicas do original, o filme vai servir muito bem nesse ponto, pois ele respeita cada uma dessas cenas — exceto pela intro com as irmãs de Ariel. A trilha sonora com áudio original já está disponível no Spotify.
Conclusão
A Pequena Sereia me surpreendeu ao entregar um filme redondinho e ter me feito rir bastante. Fui esperando nada e saí com um sorriso no rosto, então valeu muito a pena a experiência. A questão é que essa leva de filmes recentes da Disney são um problema chato na indústria, afinal, eles ficam reciclando produtos já estabelecidos sem a menor necessidade, visto que os clássicos ainda funcionam muito bem e, geralmente, até melhor.
Com isso, acredito que esse filme deva ser um sucesso e Halle Bailey deve se tornar um símbolo para novas crianças aí. O saudosismo bate forte aqui ao lembrar da era dos desenhos 2D, mas sei que isso nunca vai voltar, mas espero ao menos que novos títulos voltem a surgir ao invés de apenas reciclados de clássicos.
Confira também:
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (23/05/23)
CRÍTICA: A Pequena Sereia
CRÍTICA: A Pequena Sereia-
Elenco7/10 Bom
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Fotografia e efeitos7/10 Bom
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Trilha Sonora8/10 Ótimo
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Roteiro e história6/10 Normal
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E quanto aos cabelos tãoooo bem tratados debaixo d’água? Até black power intacto tem? Ariel com irmã asiática? o linguado é um dos principais na animação e você “não sentiu falta dele”? Sério? Me decepecionei tamném com O Rei Leão, como você, mas to vendo que esse será mais um que vou me decepcionar também!
O filme é ruim tanto no aspecto de roteiro quanto de efeitos especiais. Com relação ao roteiro, existem vários furos com personagens comentando fatos que eles não tinham conhecimento, apenas o espectador. Em relação aos efeitos existem problemas também, o mais frequente é a movimentação dos personagens em relação à água, o peixe está sempre parado mesmo com o mar fazendo muito movimento, isso acontece com o pai da Ariel também. Na cena da Ariel lutando com a vilã o rosto dela aparece muito desconfigurado em certo momento, mas a cereja no bolo foi o príncipe sendo puxado pela correnteza na direção contrária que o redemoinho estava girando.