A casa do dragão s02 ep03 rhaenyra finalmente reage e entra em ação (imagem: hbo)

CRÍTICA: A Casa do Dragão S02 EP03 REAGE, Rhaenyra!

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Cansada desse telefone sem fio, a herdeira do trono Rhaenyra segue os conselhos de Rhaenys e mostra ser mais eficaz que todos os homens do reino. Veja a crítica

Já de cara, podemos dizer que o terceiro episódio da segunda temporada de A Casa do Dragão (House of the Dragon) é o melhor até o momento. Isso porque ele finalmente traz pontos que avançam a guerra, na prática, e introduz encontros e diálogos surpreendentes. A Dança dos Dragões está cada vez mais perto, como você verá nessa crítica do episódio O Moinho Ardente:

AVISO: atenção, este texto contém SPOILERS do terceiro episódio. Recomenda-se que você assista a ele, antes de continuar a leitura.

História

Após toda aquela conspiração para o assassinato de Rhaenyra (Emma D’Arcy) e a morte dos irmãos Cargyll como consequência, Rhaenys (Eve Best) se torna a voz da razão e oferece conselhos a ela. Sua lógica mostra que pessoas impulsivas estão prevalecendo no Conselho Verde, uma vez que Otto Hightower (Rhys Ifans) não teria permitido que essa tentativa de assassinato fosse para frente.

    Além disso, Rhaenys comenta que provavelmente Alicent (Olivia Cooke) também não gostaria de entrar em uma guerra. Portanto, incentiva Rhaenyra a se encontrar com Alicent pessoalmente, como um tipo de última jogada para evitar um caos maior.

    Então, Rhaenyra segue seu conselho, mas também consulta Mysaria (Sonoya Mizuno) – agora parte de sua corte como recompensa por ter provado sua lealdade e ter salvado sua vida no episódio anterior.

    Antes de colocar seu plano em ação, Rhaenyra pede para Rhaena (Phoebe Campbell) levar seus três filhos menores para um lugar seguro em Pentos longe de Pedra do Dragão junto com quatro ovos de dragão – que seriam o futuro da família caso tudo resultasse numa ruína.

    A reunião de Alicent e Rhaenyra

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    A Casa do Dragão S02 EP03 (Imagem: HBO)

    Depois de muito tempo de espera, veio aí o encontro de Alicent e Rhaenyra no terceiro episódio da segunda temporada. Elas são excelentes juntas, com uma dinâmica muito envolvente, o que me deixa triste por saber que compartilham tão poucas cenas. 

    Enfim, disfarçada, Rhaenyra entra furtivamente em Porto Real por meio de um barco de pesca e consegue encontrar Alicent sozinha no Septo. Atônita e ansiosa, Rhaenyra pontua que ela não estava lá para se render, mas sim conversar com o objetivo de chegar a algum caminho que levasse para o contentamento de ambas as partes. 

    House of the dragon - 2. ª temporada (imagem: hbo)
    House of the Dragon – 2.ª temporada (Imagem: HBO)

    Isso abre margem para uma discussão ampla que envolve algumas mortes executadas entre as casas e principalmente o fato de que Alicent está usurpando o trono por meio de Aegon, algo de herança legítima de Rhaenyra.

    Para defender ainda mais seus argumentos, Rhaenyra relembra que seu pai, o Rei Viserys (Paddy Considine), reafirmou na noite em que morreu que ela seria sua herdeira. Mas Alicent rebate que está convencida de que ele mudou de ideia em seu último suspiro para favorecer Rei Aegon (Tom Glynn-Carney).

    Para se explicar, Alicent conta a Rhaenyra os detalhes da conversa com o Rei Viserys, que foi o que desencadeou todo esse conflito em primeiro lugar. Falou que Viserys estava “cansado e era difícil de compreender o que queria dizer”, mas falou de seu filho como “o príncipe que foi prometido para unir o reino”.

    Após essa explicação, Rhaenyra liga todos os pontos. Seu pai não estava falando de Aegon, filho de Alicent, mas sim ao Aegon, o Conquistador, mencionado na profecia da Canção de Gelo e Fogo. As duas concluem que houve um engano, mas é tarde demais. Ou seja, um pequeno erro de comunicação gerou um efeito dominó grave e, saber dele, fez com que Alicent abandonasse suas convicções para encarar a terrível verdade.

    Milly Alcock e o retorno de Daemon Targaryen

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    House of the Dragon – 2.ª temporada (Imagem: Collider)

    No terceiro episódio, Daemon reivindica Harrenhal assim que Simon Strong (Simon Russell Beale) promete lealdade a Rhaenyra, que, para variar, ainda não tem ideia de que tudo isso está acontecendo.

    Durante esse momento,  enquanto ele ainda está em Harrenhal, o príncipe tem uma alucinação com a versão jovem de Rhaenyra (Milly Alcock) costurando o pescoço de Jaehaerys (Michael Carter) falecido. É aqui que conseguimos entrar na cabeça de Daemon e começar a entender como ele funciona e como enxerga tudo ao seu redor – inclusive a sobrinha e esposa, idealizada ainda na versão mais jovem.

    Esses acontecimentos marcam um tipo de retorno para o personagem que Daemon, que estava muito apagado até então. As cenas sombrias, as alucinações em Harrenhal e toda a história em meio disso compensaram a monotonia dos dois primeiros episódios. 

    A dinâmica entre os irmãos Aegon e Aemond

    Tom Glynn-Carney continua brilhante no papel de Aegon. Mas para além do seu desejo de vingança, agora ele voltou a ser cruel com Aemond (Ewan Mitchell). Lembrando que a relação deles nunca foi saudável.

    Aemond sofria na mão do irmão quando criança, sendo obrigado a provar seu valor ao conquistar Vhagar, o dragão mais temido do reino. Sem contar que ele perdeu um olho nesse processo todo e, num ataque de ira, acabou matando seu primo Lucerys – algo que aparentemente pesa muito sobre ele e se arrepende. Enfim, esse é um personagem de muitas camadas que se resolvesse se rebelar de alguma forma, teria muito mais potencial que Aegon.

    Nesse episódio, Aegon foi convencido a não sair do reino e, a partir disso, decidiu descontar na bebida (e no irmão). Foi como se ele tivesse esquecido que ambos estavam crescidos e responsáveis por governar o reino, proteger a linhagem e lidar com demandas adultas.

    Novos personagens

    Um dos novos personagens é Gwayne Hightower (Freddie Fox), irmão de Alicent, que passou todo esse tempo fora da corte. Como ele foi apresentado a Sor Criston Cole (Fabien Frankel) só agora neste episódio, pode ser que ele ainda não tinha passado por Porto Real antes. Tão arrogante quanto Cole, tem potencial para embates interessantes.

    O outro personagem que conhecemos neste terceiro episódio da segunda temporada de A Casa do Dragão (House of the Dragon) é um “dragonseed”, ou seja, um bastardo Targaryen ou da casa Velaryon.

    Personagens e atuações

    Crítica: a casa do dragão s02 ep03 reage, rhaenyra!. Cansada desse telefone sem fio, a herdeira do trono rhaenyra segue os conselhos de rhaenys e mostra ser mais eficaz que todos os homens do reino. Veja a crítica
    A Casa do Dragão S02 EP03 (Imagem: Collider)

    Não teria como ser diferente. Os destaques deste episódio de A Casa do Dragão (House of the Dragon) vão para Olivia Cooke e Emma D’Arcy. Claro, elas conseguem brilhar muito individualmente, cada uma em seu reino, mas juntas se complementam de uma forma brilhante. As personagens Alicent e Rhaenyra possuem muitas questões entre si que por muitas vezes se contradizem –  e é delicioso acompanhar isso em tela. Ainda mais pelo fato que o reencontro das duas pode implicar numa aliança futura. 

      Mas nada disso teria acontecido se não fosse Rhaenys, a verdadeira estrela do terceiro episódio da segunda temporada de A Casa do Dragão (House of the Dragon), uma vez que foi ela quem aconselhou Rhaenyra e usou toda sua sabedoria para guiá-la. 

      Outro destaque que, por mais que me doa, merece ser dado, é para Sor Criston Cole. O ator está dominando a arte de se fazer ser odiado de uma forma espetacular. Inclusive, Frankel precisou limitar os comentários no Instagram porque os fãs de A Casas do Dragão (House of the Dragon) levaram para o pessoal e regaram o homem de xingamentos – muito errado, claro, mas serviu de termômetro também para seu desempenho na série.

      Aspectos técnicos

      A casa do dragão s02 ep03 (imagem: hbo)
      A Casa do Dragão S02 EP03 (Imagem: HBO)

      A estratégia de resgatar Milly Alcock para o papel de Rhaenyra foi uma sacada muito boa de acompanhar. Porque além da surpresa para os fãs de vê-la reprisar o papel, analisando pelo lado mais sombrio, entendemos que Daemon ainda enxerga sua esposa como a versão adolescente, talvez idealizada. Isso porque além de ter crescido, a cada dia que passa, ela se mostra mais racional e capaz que ele.

        Outro ponto muito bom foram as cenas feitas em meio à chuvas fortes e ambientalização sombria na história de Daemon, que ofereceu o extremo oposto do que víamos nas interações de Rhaenys e Corlys (Steve Toussaint), que era algo trabalhado mais no diálogo e acentua a química dos atores.

        E, além disso, o corte da discussão diretamente para cabeças cortadas pode até ter sido eficaz, mas a direção de Geeta V. Patel poderia ter sido mais ousada e realizado uma sequência digna de cena de ação. Tudo bem que essa parte da história é menor e quase que um “abre” para o que virá no futuro, mas tinha potencial para ser mais desenvolvida.

        Conclusão

        A casa do dragão s02 ep03 (imagem: hbo)
        A Casa do Dragão S02 EP03 (Imagem: HBO)

        A cada episódio que passa, fica mais claro ainda que o problema maior é a impulsividade dos homens de Westeros. Seja porque são infantis sem senso de estratégia como Aegon ou até mesmo por um desejo de vingança particular como Sor Criston – que se expande para envolver muito mais pessoas do que deveria. 

        Nisso, quem acaba se destacando são justamente as rainhas. Alicent e Rhaenyra trazem humanidade na sua relação, que promete entregar muito mais, sem que apele para papéis mais passivos e submissos. São duas personagens muito fortes com potencial de protagonismo na guerra. 

        Enfim, os pontos legais desse episódio definitivamente englobam o reencontro de Alicent e Rhaenyra – algo que muitos estavam ansiosamente esperando -, a história de Daemon finalmente voltar a criar corpo e ser interessante, o retorno e participação de Milly Alcock como Rhaenyra, e, por fim, a dinâmica mostrada entre Aegon e Aemond. Por outro lado, perder a Batalha do Moinho Ardente nas telas foi um pouco frustrante. 

        De todo modo, no terceiro episódio de A Casa do Dragão (House of the Dragon), começam as movimentações que realmente interessam, envolvendo desde os personagens menores até os mais relevantes. Não teve muitas cenas chocantes como as consequências dos atos de Blood e Cheese ou batalhas significativas iguais às dos gêmeos Cargyll no segundo episódio, mas pelo menos mostrou que todo mundo está de fato se preparando para uma guerra maior por meio de mais ações e menos teorias isoladas.

        Onde ver

        Os três primeiros episódios da segunda temporada de A Casa do Dragão (House of the Dragon) estão disponíveis na Max. Serão oito episódios no total, cada um lançado todo domingo às 22h.

        Veja também

        Veredito

        Veredito
        10 10 0 1
        10/10
        Total Score
        • Roteiro
          10/10 Excelente
        • Personagens
          10/10 Excelente
        • Ritmo do episódio
          9/10 Incrível
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