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O primeiro episódio da segunda temporada de A Casa do Dragão (House of the Dragon) teve uma boa estreia, sem apressar nada e disposto a dar a devida atenção aos protagonistas e horrores que estão por vir.
Aviso: Este texto contém SPOILERS do segundo episódio de A Casa do Dragão (House of the Dragon), começando já AGORA.
Agora o segundo, até então o mais longo, com 72 minutos e intitulado como Rhaenyra, A Cruel, retoma a história a partir do momento que Blood e Cheese matam o príncipe Jaehaerys Targaryen e mostra como as consequências vão se desdobrar em um grande efeito dominó em ambos os lados: Verde e Preto.
Rhaenyra, A Cruel
Ainda que em pequenos passos, estamos caminhando para o que virá a ser a famosa Dança dos Dragões. Enquanto Daemon (Matt Smith) agiu por impulso e conseguiu piorar tudo, ambos os lados estão indignados pela morte de uma criança inocente – só que o Conselho Verde não sabe da inocência de Rhaenyra (Emma D’Arcy) nisso e aí que mora a maior parte dos perigos.
As consequências do arco de Blood & Cheese são melhores que a própria cena de assassinato
Naturalmente, o Rei Aegon (Tom Glynn-Carney) fica furioso e extremamente perturbado com a morte do filho e até então herdeiro. É uma raiva genuína que se estende pelo episódio inteiro e possui margem para escalar por meio de uma guerra propriamente dita.
De fato, a cena de Blood e Cheese que era para honrar o livro e ser tão impactante e gráfica quanto, acabou não tendo o efeito desejado. Mas suas consequências conseguiram remendar a frustração e entregar algo melhor com fúria, desconforto e vingança.
Mesmo que Otto Hightower (Rhys Ifans) tente acalmar os impulsos do neto e rei, Aegon está convencido de que a morte do filho foi encomendada por Rhaenyra (Emma D’Arcy), supostamente motivada pela reivindicação do trono. Com essa teoria em mente, ele está decidido a matá-la, custe o que custar.
Para iniciar seu plano e disseminar a suposta culpa de Rhaenyra por Porto Real inteira, ele planeja um cotejo fúnebre público pelas ruas com o corpo do filho remendado no caixão, enquanto Alicent (Olivia Cooke) e Helaena (Phia Saban) estão sentadas atrás na carroça. Essa é uma cena que desperta muita ansiedade e claustrofobia, seja pelo povo cercando cada vez mais a carroça, quanto pelo desconforto estampado em Helaena, que desde o começo não queria tornar seu luto tão público assim.
Para arrematar com chave de ouro, após capturar um dos assassinos, que confessa ter atuado em dupla com um exterminador de ratos, já que ele não sabia ao certo o nome do cúmplice, o Rei Aegon simplesmente ordena enforcar todos os exterminadores de Porto Real. Ou seja, se com o cortejo fúnebre ele tinha ganhado a simpatia da cidade, agora com esse movimento oposto, tudo pode mudar.
De qualquer forma foi um movimento eficaz. A notícia chega até a Pedra do Dragão e Rhaenyra fica sabendo da morte do príncipe Jaehaerys e que está sendo culpada pelo ocorrido.
Rhaenyra confronta Daemon
Sem hesitar, Rhaenyra confrontou Daemon pelo assassinato, pois claramente ele estava envolvido em tudo isso. Ele tentou se defender dizendo que o alvo era Aemond (Ewan Mitchell) e nega que tenha ordenado assassinar crianças caso não encontrassem ele. Mas a rainha não acredita nisso e dá sequência a uma das primeiras brigas calorosas da temporada.
Depois de Rhaenyra o ter chamado de patético e pontuar que Daemon estava agindo assim por ter rancor de não ter sido nomeado como sucessor do trono, ele voa com Caraxes para fora da Pedra do Dragão. Infelizmente, essa é a única cena (quase) decente com um dragão.
Aegon toma uma das piores decisões
Otto Hightower foi um dos personagens com mais destaque nesse episódio, tentando atuar como a voz da consciência assim como sua função no reino pede. Ele pontua que o enforcamento público dos exterminadores de rato foi um movimento imprudente e que pode gerar problemas, além de deixar claro que seu pai nunca o quis no trono. Bastou isso para reforçar o desejo de vingança em Aegon e trazer seus piores impulsos à tona.
O Rei Aegon demite Otto como sua Mão e o substitui por Criston Cole (Fabien Frankel), que ultimamente tem trazido ideias (horríveis) para entrar em ação. A última, que Aegon acatou, foi de enviar Arryk Cargyll (Luke Tittensor) até a Pedra do Dragão, para se passar por seu irmão gêmeo Erryk (Elliott Tittensor), com o intuito de matar Rhaenyra.
A luta brutal entre os gêmeos
Quase no finalzinho somos surpreendidos com o clímax do segundo episódio da segunda temporada de A Casa do Dragão (House of the Dragon). Seguindo as ordens do Rei Aegon, instruído por Criston Cole, Arryk caminha para a missão suicida de tentar se passar pelo irmão para ter acesso à Rhaenyra.
Isso resulta em uma guerra brutal entre os gêmeos no quarto da rainha (com ela presente, inclusive, detalhe que não consta no livro). É uma luta que não se compara aos padrões de Game of Thrones, mas entretém por ser tão eletrizante e, ao mesmo tempo, emocionante por envolver dois irmãos que se importam um com o outro, não querem prosseguir com a missão, mas que precisam por forças maiores.
O drama de Alicent
Até então está sendo a parte mais chata da segunda temporada. Alicent quer contar a seu pai Otto, e para filha Helaena, sobre seu caso com Criston Cole. Com tudo que está rolando nos últimos tempos, sinceramente, isso é a última coisa que qualquer um gostaria de ouvir ou se importar. Mas isso muda ao final do episódio, uma vez que Criston foi nomeado como a nova Mão do Rei. Será no mínimo interessante quando Aegon descobrir esse affair.
Personagens e atuações
Indiscutivelmente o destaque da vez é Tom Glynn-Carney no papel do Rei Aegon. Sua atuação está impecável, sua potência para representar um personagem enlutado está mais que convincente e todos seus colapsos valeram a pena, compensando as cenas mais mornas do passado.
Os créditos também devem ser dados à Phia Saban que consegue transmitir o desconforto de Helaenae principalmente a ansiedade por estar perdida com seu próprio luto e ter que lidar forçadamente com políticas externas. Enquanto Tom dá vazão para a raiva, Phia vem para abordar o oposto em sua, mostrando introspecção e angústia.
Olivia Cooke segue excelente nesse começo da segunda temporada de A Casa do Dragão (House of Dragon), mostrando mais do que nunca o lado humano de Alicent, que sofre por sua filha, sua família e teme cada vez mais o futuro que está por vir. São os defeitos da personagem que destacam seu papel humanizado, diálogos e cenas mais delicadas. Emma D’Arcy também, pois está conseguindo mostrar muito bem a transição do luto de Rhaenyra para o despertar do seu lado racional e estrategista.
Por outro lado, Daemon de Matt Smith está apagado. Até teve destaque na briga com Rhaenyra em uma fala ou outra, mas no final das contas colocou o rabo entre as pernas e fez o que a rainha ordenou. Falta muito da potência que nos foi apresentada na primeira temporada. Além disso, outro personagem que está em segundo plano é justamente seu rival Aemond, que até então só apareceu em tela para reflexões, lamúrias e autopiedade – coisas que não combinam com ele. Claro, é muito bom ter contato com o lado humano dos personagens, mas, nesse caso, estender muito chega a ser monótono e entediante.
Aspectos técnicos e trilha sonora
O segundo episódio de A Casa do Dragão (House of the Dragon), dirigido por Claire Kilner – que fez três episódios na primeira temporada – e escrito por Ryan Condal, apresenta com calma o início do episódio e vai crescendo com o trabalho de câmera e trilha sonora que segue o caos aumentando na Fortaleza Vermelha.
Todo o foco técnico e sonoro foi conduzido para mostrar os diversos ângulos do luto e da vingança, seja nos diálogos entre os personagens principais, ou até mesmo entre aqueles que tiveram atuações menores no episódio, como Jace (Harry Collett) e Baela (Bethany Antonia). A fotografia e a música exploram os extremos entre a vingança imprudente e o recuo por medo.
Conclusão
Neste episódio, as qualidades se concentram nas atuações de Tom Glynn-Carney, Phia Saban e Rhys Ifans, nos diálogos que finalmente estão sendo construídos para algo maior e o início de cenas de ação mais interessantes. Por outro lado, queremos ver mais de Daemon que está muito apagado na trama, bem como seu potencial Aemond que até então se esconde entre mulheres e tudo que sabe fazer é choramingar.
Onde assistir
Os dois primeiros episódios da segunda temporada de A Casa do Dragão (House of the Dragon) estão disponíveis na Max. Serão oito episódios no total, cada um lançado todo domingo às 22h.
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Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim
Veredito
Veredito-
Roteiro10/10 ExcelenteÓtimos diálogos e dinâmicas entre personagens.
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Personagens9/10 IncrívelNo geral seguem excelentes, com destaque para Aegon e Helaena. Esperamos que Daemon e Aemond voltem a ter força.
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Ritmo do episódio8/10 ÓtimoA temporada ter começado com calma foi algo positivo. Mas caso se estenda em passos lentos, pode se tornar entediante.
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