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A maior vencedora do Grammy de todos os tempos, acumulando 32 prêmios na conta até o momento, não cansa de surpreender seus fãs do jeito mais positivo possível. Os próximos projetos da Beyoncé, na verdade, foram plantados já em 2022 com o lançamento do álbum Renaissance. A partir disso, foi divulgado que essa nova “era” da cantora seria dividida em três atos cheio de referências culturais e históricas, além de feats surpreendentes. Então para você que quer saber mais sobre os atos da Beyoncé e o que pode vir por aí, confira os principais pontos abaixo!
Recapitulando a carreira
Beyoncé, uma das cantoras, compositoras e atrizes mais populares e aclamadas da atualidade, conheceu a fama lá no final de 1990, quando era vocalista do grupo Destiny’s Child e teve o primeiro sucesso com No, No, No, No Part 2, single do primeiro álbum. Já o projeto seguinte, The Writing’s on the Wall (1999), conquistou dois Grammys enquanto o terceiro, Survivor (2001), dominou o primeiro lugar na parada da Billboard e lançou o hit Bootylicious. A essa altura, após algumas formações de grupo, o Destiny’s Child era composto por Beyoncé, Kelly Rowland e Michelle Williams. Depois de um tempo, as três se separaram para focar em projetos solos.
Com talento de sobra e boas composições na manga, Beyoncé lançou seu álbum solo de estreia Dangerously in Love em 2003. O projeto nasceu já com ótimas críticas e conseguiu emplacar de cara o hit Crazy in Love, com participação do rapper — e atual marido — Jay-Z. Logo em 2004, a cantora ganhou cinco Grammys.
Pulando para 2006, veio o segundo álbum de estúdio, o B’Day, que contou com vários produtores renomados e entregou hits como Deja Vu e Irreplaceable. Embora esse projeto tenha seguido por uma pegada mais funk, foi o pop destes sucessos que conquistou o público.
Em 2008, Beyoncé e Jay-z se casaram e se tornaram um dos casais mais poderosos da indústria musical. Ainda esse ano, a cantora lançou o I Am… Sasha Fierce, terceiro álbum de estúdio. De músicas mais introspectivas até as mais dançantes, foi a partir dele que conhecemos o hit atemporal Single Ladies (Put a Ring on It) e sucessos como If I Were a Boy, Sweet Dreams, Halo, Broken-Hearted Girl e Diva. Aqui ela realmente dominou o Grammy e arrebatou seis prêmios de uma vez.
No ano de 2011 chegou a vez de ser lançado o 4, que como o título já sugere, é o quarto trabalho solo em estúdio de Beyoncé. Com referências e colaborações de peso, o álbum ofereceu músicas icônicas como Love on Top – que ganhou um Grammy – e Run the World (Girls).
Após a era do álbum 4, a cantora fez uma surpresa para os fãs e lançou o Beyoncé (2013), álbum visual que foi um marco na indústria musical e impactou diretamente na forma como artistas produzem e lançam suas músicas. Esse, inclusive, foi considerado um dos melhores (se não o melhor) álbum de 2013. E dá-lhe mais Grammy.
Já o eclético Lemonade (2016) veio com outra pegada em melodia e composição. Criado como mais um álbum visual, o projeto foi exibido no canal de televisão HBO como um especial. A cantora mais uma vez foi aclamada e venceu mais dois Grammys, incluindo o de melhor vídeo com Formation.
Em 2018, Beyoncé e Jay-Z lançaram um álbum colaborativo chamado Everything Is Love por meio do The Carters, nome que deram para o duo. Ainda nesse ano, a cantora foi a atração principal no Coachella Valley Music and Arts Festival e produziu o Homecoming (2019), documentário sobre essa apresentação.
Ainda que Beyoncé trabalhasse em projetos variados nesse meio tempo, os fãs aguardavam ansiosamente pelo próximo álbum solo. Então, depois de seis anos praticamente sem trabalhos solos, chegou o que seria o primeiro ato da Beyoncé: Renaissance (2022). Com Cuff It, Virgo’s Groove, Thique e Pure/Honey na conta, ela chegou ao seu número atual de conquistas no Grammy (32).
O que são os atos da Beyoncé
Assim que Beyoncé anunciou o Renaissance, ela descreveu o álbum como sendo um projeto em três atos. O primeiro, claro, com este nome, o segundo, Cowboy Carter, que teve seu lançamento em 2024 e o terceiro que ainda é uma incógnita.
De todo modo, o processo criativo do primeiro ato da Beyoncé levou três anos para ser elaborado e foi desenvolvido na pandemia. O que era para ser uma jornada de exploração sem perfeccionismo ou pressão, tornou-se mais um projeto grandioso da cantora, que se expande para além da sua magnitude e traz com ela referências da música negra e sua importância como matriz.
Primeiro ato: Renaissance
Como mencionado, o Renaissance (2022) abriu as portas para os atos da Beyoncé. As músicas para esse primeiro ato da cantora foram feitas durante a pandemia e ela conta que teve suporte dos filhos, do marido e de toda a equipe para se inspirar e entregar um trabalho extraordinário.
Mais do que contar um arco narrativo, o primeiro ato da Beyoncé retrata como a música feita por artistas negros moldou o pop ao longo dos séculos. Neste álbum, a cantora foca nos ritmos do house music e suas vertentes. Nostalgia, dance music, groove e vocais potentes definem essa fase para celebrar a cultura.
Em relação às participações e referências, temos Drake, Jay-Z, Pharrell Williams, James Brown, Twinkie Clark e Giorgio Moroder, devidamente creditados no álbum. Além disso, Beyoncé compôs e produziu o álbum ao lado de nomes como Nova Wav, The-Dream, Symbolyc One, A. G. Cook, Honey Dijon, Beam, Tricky Stewart, BloodPop, Skrillex, Hit-Boy, No I.D.e P2J.
Como mencionado, o primeiro ato da Beyoncé dá uma aula sobre a história dos ritmos do house e seus vários gêneros. O primeiro single desse álbum, Break My Soul, com Big Freedia, mostrou a que veio com o puro suco do house. Mas não é só isso. Cuff It traz o melhor do disco, Plastic Off the Sofa e Virgo’s Groove o funk, techno em Thique e até o ball culture aparece com Alien Superstar e Pure/Honey. Para encerrar com chave de ouro, Beyoncé mescla a interpolação de I Feel Love da lendária Donna Summer com outras sonoridades.
Um ponto importante desse álbum como um todo, é que ele foi dedicado ao tio de Beyoncé, Johnny Knowles, que morreu devido a complicações do HIV. Em uma declaração no site oficial de Beyoncé, a cantora disse: “Muito obrigada ao meu tio Johnny. Ele foi a minha fada-madrinha e a primeira pessoa a me expor para muita música e cultura que serviram como inspiração para esse álbum”. E durante um discurso emocionante ao lado de Jay-Z no GLAAD Awards 2019, ela também reforçou em seu discurso: “Quero dedicar este prêmio ao meu tio Johnny, o gay mais fabuloso que já conheci, que ajudou a criar a mim e a minha irmã”.
Segundo ato: Cowboy Carter
O segundo ato da Beyoncé, muito aguardado, foi lançado em 2024 e trouxe as melhores referências do universo country. Em uma mescla de country, blues, R&B e folk, o álbum Cowboy Carter também conta com grandes nomes como Dolly Parton, Willie Nelson, Linda Martell, além de Post Malone, Miley Cyrus e Shaboozey.
E como Beyoncé não deixa passar nada, o oitavo álbum se revelou um grande projeto de referências históricas e familiares, protagonismo negro na arte, conexões com filmes de faroeste e muita pesquisa de ritmo country aliada aos artistas mais renomados da cena.
As faixas, além de reforçarem a mensagem de que o country precisa ser mais maleável e permitir novos rumos para não ser extinto, também resgata a origem do gênero e seus principais representantes. Enquanto algumas músicas misturam o country com outros gêneros como o hip-hop, outras reforçam as raízes e trazem personalidades como Willie Nelson, que contribuiu para a popularização do country fora da lei na década de 1960.
Uma curiosidade é que o primeiro ato da Beyoncé, na verdade, era pra ter sido o Cowboy Carter, mas com a pandemia, a cantora entendeu que não era o momento. Então, ela trocou a ordem dos álbuns e colocou o Renaissance em primeiro lugar para todos aqueles que precisavam de melodias dançantes nesses novos tempos após isolamento.
Em uma publicação no Instagram, Beyoncé explicou a inspiração por trás do álbum na época. Comentou que ele estava sendo feito há mais de cinco anos e que nasceu de uma experiência em que ela não se sentiu bem-vinda. Muitos dos fãs acreditam que a cantora se referiu ao momento em que Beyoncé performou Daddy Lessons, em 2016, no CMA Awards (Country Music Association Awards) ao lado do trio The Chicks. Depois desse evento, ela recebeu muitas reações racistas e preconceituosas.
Com o segundo ato da Beyoncé, fica claro a denúncia do fato de que muitos artistas negros são completamente ignorados e não recebem oportunidades no cenário country. Então a cantora usou elementos country para fazer sua própria música, ao seu modo, criando o próprio gênero. Essa interpolação de gêneros musicais historicamente negros a princípios da cantora como artista e pessoa, reforçam seu posicionamento contra estereótipos.
Por fim, uma última curiosidade é que o nome do álbum é inspirado na história e na força dos cowboys negros originais do Oeste americano. O próprio termo “cowboy” era usado como algo pejorativo para descrever os homens ex escravizados como “meninos”, que eram os mais habilidosos e, consequentemente, tinham os trabalhos mais difíceis de lidar com cavalos e gados.
Ao acabar com a conotação negativa da palavra, o que sobra é a força e a resiliência desses homens e isso, para Beyoncé, é o verdadeiro significado da força do Oeste.
Terceiro ato: expectativas e rumores
Após Renaissance (2022) e Cowboy Carter (2024), o que poderia vir a ser o terceiro ato da Beyoncé? Uma coisa é certa: após se aventurar no disco e no country, a probabilidade de ela sair dos terrenos conhecidos é imensa. Ainda não temos previsão de quando o terceiro ato pode ser lançado e, vindo da Beyoncé, ele pode vir de surpresa a qualquer momento.
Enquanto isso, reunimos algumas teorias de fãs sobre os possíveis gêneros musicais que o terceiro ato dos novos projetos da Beyoncé pode vir a explorar.
Rock como possível terceiro ato da Beyoncé
Essa é uma das teorias mais populares traçadas pelos fãs. Um álbum voltado para o rock seria o projeto perfeito para dar continuidade no propósito de resgatar e relembrar os vários ritmos que surgiram a partir de trabalhos de músicos negros.
Essa teoria continua a ser alimentada por alguns motivos. No interlúdio Smoke Hour ★ Willie Nelson podemos ouvir Maybelline, de Chuck Berry, nosso verdadeiro pai do rock. Além disso, há uma interpolação de For What It’s Worth, do Buffalo Springfield, na música Ameriiican Requiem, referências aos Beach Boys e a Nancy Sinatra em Ya Ya, um cover de Blackbiird, dos Beatles, e a interpolação de Landslide, do Fleetwood Mac, em II Most Wanted, música feat com Miley Cyrus.
Para arrematar essa teoria, é importante lembrar que Beyoncé já pisou no território do rock antes. No álbum Lemonade (2016), ela fez a música Don’t Hurt Yourself com a participação de Jack White, guitarrista do White Stripes.
Jazz como possível terceiro ato da Beyoncé
Ainda seguindo a lógica de resgatar os gêneros criados e explorados por músicos negros, o jazz também pode ser uma boa opção, ainda mais por ser algo antigo e puxar o gancho no blues. Esses são ritmos repletos de histórias que envolvem muita tristeza, mas muita luta também. Seria uma referência e tanto caso Beyoncé seguisse esse rumo.
Um álbum com referências latinas ou em espanhol como possível terceiro ato da Beyoncé
Ok, essa teoria provavelmente foi lançada pelo pessoal que não superou a parceria de Beyoncé com Shakira para Beautiful Liar. Mas é bom lembrar que ela lançou Irreemplazable (2007), versão em espanhol do álbum em estúdio.
Além disso, a cantora também faz referência à música latina, sul-americana e espanhola em seu segundo ato Cowboy Carter, na canção Flamenco, por exemplo. Tudo é possível!
Gospel como possível terceiro ato da Beyoncé
Esse seria quase o mesmo caminho que Beyoncé fez em seu segundo ato, já que o gospel também prestaria homenagem às suas raízes familiares que têm relação com as tradições da igreja.
No Cowboy Carter podemos encontrar várias referências religiosas em músicas como American Requieem, Amen e Just For Fun. O primeiro ato também passou por esse tema com Church Girl, em forma de crítica aos padrões conservadores, usando samples de grandes nomes do gospel.
Enfim, independente do caminho que Beyoncé vá seguir, uma coisa é certa: o terceiro ato vai seguir o padrão de alta qualidade e surpreender a todos, como a cantora sempre fez.
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Fontes: Elle, Billboard e Forbes
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim
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