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Muitas pessoas estão se perguntando como e quando a pandemia vai acabar. O fato é que em diferentes regiões do Brasil e do mundo a pandemia está próxima do fim, mas isso não significa que a cura para a doença foi encontrada ou que é seguro retomar a vida de antes.
A pandemia de COVID-19 está acabando socialmente, mas não em termos médicos. De acordo com especialistas e historiadores, existem duas maneiras distintas de uma pandemia acabar: no sentido medicinal e no sentido social.
O fim da pandemia no sentido medicinal acontece quando a curva epidêmica é achatada. Ou seja, quando o número de infectados e de mortes é reduzido. Uma pandemia também pode chegar ao fim quando é encontrada a cura da doença e todas as pessoas são imunizadas. Ou também se a doença for erradicada.
O fim social ocorre quando as pessoas perdem o medo da pandemia. O fim social já pode ser observado em diversas regiões do Brasil e do mundo. Apesar de o número de casos continuar subindo, as pessoas perderam o medo da COVID-19 e estão voltando a viver suas vidas como se a pandemia tivesse terminado. Já é comum ver pessoas sem máscara e em aglomerações. Mas levando em consideração as questões epidemiológicas a pandemia ainda não acabou.
Afinal, a pandemia vai acabar ainda este ano?
Do ponto de vista médico, a pandemia vai acabar quando surgir uma vacina 100% segura e eficaz contra o vírus ou se o ele for erradicado. O governo de São Paulo firmou uma parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório Sinovac para o desenvolvimento de uma vacina de combate ao coronavírus.
Os testes clínicos da CoronaVac devem ser encerrados em dezembro, e se tudo der certo a vacina deverá ser aplicada em grupos específicos, como os profissionais da saúde, ainda este ano. E a imunização da população deve começar em 2021.
Além do Brasil, a CoronaVac também está sendo testada no sudeste asiático e em algumas regiões da América Latina. Os estudos clínicos estão na última fase e são acompanhados por 12 centros de pesquisas. Recentemente Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, revelou que a CoronaVac é uma das vacinas mais promissoras no mundo.
A indústria farmacêutica ao redor do mundo também está correndo contra o tempo para encontrar uma solução eficaz contra o vírus. Nos Estados Unidos, a farmacêutica Moderna está com as pesquisas avançadas e a vacina experimental mostrou resultados positivos.
A proposta da empresa era solicitar a autorização para a distribuição da vacina antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, que acontecem em novembro. Porém a Moderna informou que não haverá vacinação antes de dezembro.
O que acontece depois da vacinação?
De acordo com a epidemiologista Emily Landon, chefe do Departamento de Doenças Infecciosas da Universidade de Chicago, a vacinação não libera a população para retomar a vida de antes, que conforme Bill Gates deverá mudar para sempre. A imunização não acontece do dia para noite e é preciso um pouco de paciência até que toda a população seja imunizada.
Por isso, é preciso continuar mantendo o distanciamento social e as medidas de prevenção. Mesmo que em 2021 a população comece a ser vacinada, o controle da pandemia dependerá de dois fatores: o percentual de pessoas imunizadas e a eficácia das vacinas. Como o vírus se propaga facilmente por meio do contato físico, será preciso esperar até que a maior parte da população esteja devidamente imunizada para cogitar acabar com o uso de máscaras e com o distanciamento social.
Segundo Paul Offit, diretor do Centro de Educação de Vacinas do Hospital Infantil da Filadélfia, se a vacina for 75% eficaz contra o vírus é preciso esperar até que dois terços da população esteja imunizada para garantir a imunidade coletiva.
Além disso, o processo de vacinação e distribuição das vacinas não é tão simples quanto parece. No caso do coronavírus, provavelmente, as pessoas precisarão tomar duas doses com um intervalo de tempo de até um mês. Será preciso um controle rigoroso de quem foi ou não vacinado. Zeke Emanuel, presidente do Departamento de Ética Médica e Política de Saúde da Universidade da Pensilvânia, aponta grandes lacunas na configuração da vacina no Estados Unidos, incluindo potenciais faltas de capacidade de produção, seringas e embalagens.
O que esperar para o futuro?
As pessoas ainda devem continuar convivendo com o coronavírus durante um tempo. Para a virologista Angela Rasmussen o processo para o fim da pandemia ainda pode demorar um pouco, talvez alguns anos. De acordo com Rasmussen as pessoas precisam compreender que a vacina não é capaz de erradicar o vírus. Vale lembrar que apenas dois vírus foram erradicados oficialmente: a varíola e a peste bovina.
Muitos especialistas acreditam que continuará a haver mortes causadas pela COVID-19, como acontece com a gripe todos os anos, mas as taxas irão diminuir após a vacinação. Talvez algumas normas, como o uso de máscara, se tornem obrigatórias no inverno, pois é a época do ano em que o vírus se espalha com mais facilidade. É preciso ter em mente que, apesar de as pessoas estarem vivendo como se tudo já estivesse normalizado, a vida “normal” não deve voltar tão cedo. Ainda há riscos reais e é preciso continuar com as medidas de prevenção.
Fonte: Politico; Governo de São Paulo
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