A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), órgão regulatório da justiça britânica, aprovou a compra da Activision Blizzard pela Microsoft nesta sexta (13) de outubro. O acordo, valendo em torno de US$ 69 bilhões, demorou cerca de 20 meses para ser finalizado. Agora, a Microsoft tomará conta de jogos populares da Activision Blizzard, como Candy Crush, Overwatch, Call of Duty e Diablo.
Sobre a maior aquisição da história da indústria de games, Phil Spencer, executivo-chefe da divisão Xbox e CEO da divisão de jogos da Microsoft, deu boas vindas à Activision Blizzard, que agora pertence ao seu novo ecossistema.
Joe Skrebels, editor-chefe do Xbox Wire, também celebrou a compra em um post no portal de notícias oficial da empresa. “Nós amamos jogos. Jogamos, criamos jogos e sabemos em primeira mão o quanto os jogos significam para todos nós, como indivíduos e coletivamente, como comunidade. E hoje damos oficialmente as boas-vindas à Activision Blizzard e suas equipes no Xbox”, comentou Skrebels.
O editor-chefe reafirmou o compromisso para com a promessa de continuar a “levar a alegria e comunidade dos jogos a mais pessoas”. Salientando que os jogadores estão no centro de todas as operações, Skrebels também confirmou que continuarão a ouvir comentários dos jogadores, reforçando a construção de uma comunidade onde seja possível ser você mesmo.
A Activision Blizzard veio a público se juntar à comemoração. “Obrigado do fundo de nossos corações por jogar conosco. Fazemos tudo o que fazemos por você e mal podemos esperar para embarcarmos em nossa próxima aventura juntos”, disse a Activision.
Mais detalhes da compra da Activision Blizzard
O objetivo da Microsoft é continuar aprimorando catálogo seu de jogos, envolvendo o Xbox Game Pass, e expandindo seu domínio na disputa do mercado.
Entretanto, apesar do recém sucesso da aquisição, a proposta de aquisição sobre a Activision passou por turbulências durante os 20 meses de negociação. A mesma havia sido anteriormente negada, em abril, pela CMA do Reino Unido. O órgão emitiu um parecer desfavorável à compra, alegando que o interesse da Microsoft poderia reduzir a concorrência no futuro mercado de jogos em nuvem.
A princípio, a Comissão Federal de Comércio havia tentado impedir que o acordo fosse concretizado. Em dezembro, A FTC se posicionou a favor do chamado antitruste, medida que supervisiona as práticas e a organização das empresas, visando promover a competição e prevenir a formação de monopólios não justificados.
No final de 2022, Holly Vedova, diretora do Bureau of Competition da FTC, comunicou à imprensa sua preocupação sobre o assunto, dizendo que “a Microsoft já mostrou que pode e irá reter conteúdo de seus rivais de jogos”. Vedova justificou as ações tomadas pela FTC como uma tentativa de “impedir a Microsoft de obter controle sobre um estúdio de jogos independente líder e usá-lo para prejudicar a concorrência em vários mercados de jogos dinâmicos e de rápido crescimento.”
Anteriormente, a Microsoft já havia realizado outras transações comerciais, como com a Bethesda em 2021, no valor US$ 7,5 bilhões. A FTC, então, usou esse histórico para embasar e firmar sua posição contra a proposta. “A Microsoft decidiu tornar vários títulos da Bethesda, incluindo Starfield e Redfall, exclusivos da Microsoft, apesar das garantias que deu às autoridades antitruste europeias de que não tinha incentivo para reter jogos de consoles rivais”, disse a agência.
A partir daí, visando conquistar a justiça britânica para despreocupar o órgão quanto ao poder de monopólio sobre games, a Microsoft propôs transferir os direitos de jogos em nuvem dos títulos da Activision Blizzard para a concorrente Ubisoft. Ou seja, não haverá a possibilidade de tornar os jogos recém adquiridos como exclusivos para o Xbox Cloud Gaming.
Este ano, um outro acordo legal também foi feito para transparecer uma democratização do uso de jogos e tranquilizar a CMA. A empresa declarou um “compromisso” em disponibilizar Call of Duty (CoD) para a Nintendo por uma década, caso a compra da Activision Blizzard fosse autorizada.
A Sony, principal adversária, demonstrou preocupação diante da possível ascensão de um monopólio e restrição de jogos de seu catálogo, como CoD. A oposição alegou que toda a situação da Microsoft era uma ameaça à indústria. Por fim, a Microsoft respondeu afirmando que os comentários da Sony eram tendenciosos e garantiu seu compromisso de disponibilizar Call of Duty no PlayStation pelo tempo que for possível.
Com a etapa final da compra sendo concluída, os jogos da Activision Blizzard, no entanto, não devem chegar tão cedo ao Xbox Game Pass. Uma publicação da empresa no X, antigo Twitter, feita em outubro, deixou claro que a previsão é que a adição seja feita num momento, até agora, não definido de 2024.
Veja também: Xbox Game Pass: por que assinar o serviço de games da Microsoft
Fontes: Xbox News, The Verge, Engadget, FTC
Revisado por Glauco Vital em 13/10/23.
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