Sabe aquelas regras que acabam sendo deixadas de lado no dia a dia porque acreditamos que não são realmente importantes, como o uso dos porquês da língua portuguesa? Acredite, algumas delas podem acabar se provando úteis mesmo em nosso cotidiano. Se você fosse escrever ou digitar o número “mil” ou o preço da gasolina agora, por exemplo, usaria vírgula ou ponto para separar centavos e unidades de milhar? Talvez isso não importe em sua lista pessoal de gastos do mês, mas saber quando usar os símbolos mostra o seu domínio na escrita e pode ser até mesmo uma ferramenta no mercado de trabalho.
Padrão internacional
Há diversos aspectos em comum entre países muito distantes entre si, mas as diferenças na linguagem podem acabar se tornando obstáculos na comunicação. Para que nada se perca na tradução, existem sistemas como o Sistema Internacional de Medidas (SI), aprovado pelos países membros do Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), para unificar alguns aspectos globais.
Mas você provavelmente já percebeu que, enquanto no Brasil medimos a temperatura em Celsius, nos EUA os graus são representados em Fahrenheit. Da mesma forma que o país prefere medir distâncias em milhas, e não em quilômetros, como fazemos. Isso acontece porque alguns aspectos culturais e históricos são preservados respeitando a soberania de cada país. Outro caso pode ser percebido ao escrever grandes valores monetários e separar centavos.
No livro A Volta ao Mundo em 80 Dias de Júlio Verne, por exemplo, as edições brasileiras trazem frases como “seu peso específico é de 1.170“, que nas edições estadunidenses foi traduzida como “its specific weight being 1,170“. Nesse caso, existe certo e errado? Qual é a regra, exatamente?
Quando usar vírgula ou ponto
O novo acordo ortográfico da língua portuguesa, decretado em 2008, não apresenta regras ou proibições quanto ao uso da vírgula, ou ponto, em numerais. Já o Sistema Internacional de Medidas reforça a importância de se seguir um padrão ao produzir documentos escritos. Ou seja, não começar utilizando vírgula para separar centavos (ou casas decimais em geral) e depois mudar para o ponto. Mantenha a coerência do texto.
O importante é, então, analisar o contexto. Se você está escrevendo um texto em português, para brasileiros, é recomendado seguir o costume local. Caso esteja escrevendo em inglês, para americanos, pense em como eles estão acostumados a ver os números no dia a dia. A regra também vale para você entender textos internacionais. Geralmente, em inglês, você vai encontrar casas decimais separadas por ponto e unidades de milhar separas por vírgula, como na imagem acima, em que a quantidade de ações foi representada por números como 10,000 e os índices de alta ou queda por números como 0.332.
Conclusão
Em português: separe casas de milhar com ponto e casas decimais com vírgula.
Exemplo:
A. Em 2021, a população estimada do município do Rio de Janeiro era de 6.775.561 pessoas. O PIB per capita em 2019 era de R$52.833,25
B. As estimativas oficiais recentes de julho de 2015 indicam que Nova Iorque tem uma população de 19.795.791 habitantes. Esta estimativa representa um aumento de 2,1% desde 2010
Em inglês: separe casas de milhar com vírgula e casas decimais com ponto.
Exemplo:
A. The official estimates from 2021 put Rio de Janeiro’s population at 6,775,561. The PIB per capita was registered as R$52,833.25 in 2019
B. The recent official estimates from July 2015 put New York’s population at 19,795,791. This estimate represents a 2.1% increase since 2010
Como mencionamos, porém, não existe regra que te impeça de escrever um texto em português separando casas decimais com ponto. Mas mantenha a coerência! Escolha a forma mais apropriada conforme o seu objetivo e não mude no meio do caminho. Caso esteja lendo ou interpretando, atente-se à origem do texto para não confundir os números. A Alemanha, por exemplo, segue o mesmo costume que o Brasil, enquanto a Suécia separa unidades de milhar com espaço, e não vírgula ou ponto. O importante é a gente se entender no final!
Fontes: Ambra College, BIPM, Governo Federal do Brasil, IBGE, World Population Review, Domínio Público, The Project Gutenberg.
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