Por conta do aprimoramento da tecnologia em equipamentos sonoros e da praticidade que ela proporciona na era digital, o sonho de montar um home studio está mais próximo de se concretizar do que você imagina. Inclusive não faltam exemplos de artistas que optaram por trabalhar suas músicas no conforto de suas casas – seja por custo benefício, por praticidade, eventualmente por conta da pandemia, entre outros fatores.
Para você ter uma ideia, o primeiro álbum da cantora Billie Eilish, o When We All Fall Asleep, Where Do We Go? (2019) foi gravado e produzido em um estúdio caseiro junto de Finneas, o irmão de Billie. O disco conquistou um strike de prêmios em 2020, sendo eles de Melhor Artista Novo, Canção do Ano, Gravação do Ano e Álbum do Ano no Grammy Awards. Claro, é um exemplo que deu muito certo em pequenas probabilidades, mas não deixa de ser inspirador para você pensar em ter equipamentos de estúdio em casa e explorar com mais liberdade o seu som.
Se você está interessado em montar um home studio mas ainda tem dúvidas sobre prós e contras, o que comprar e como proceder, recomendo continuar nessa matéria. Aqui tentarei trazer um guia completo para te auxiliar nesse novo investimento, seja com intuito de usá-lo na sua carreira ou para construir um degrau a mais no seu hobbie.
O primeiro passo é encarnar a Nath Finanças e se organizar financeiramente. Coloque na balança seus gastos fixos, o dinheiro que sobra e o quanto você tem disponível para investir nos equipamentos para estúdio em casa. É importante também que além das especificações dos itens, você reserve um tempo para pesquisar comparativos entre lojas, seja pelo custo, pelo material, entre outras características.
Importante destacar que aqui não se deve priorizar o mais barato e levar só o custo como base. É preciso avaliar as características do material também, se ele vai cumprir o que você busca e a estimativa de durabilidade dele – às vezes vale mais a pena pagar a mais em algo que dura anos, por exemplo, em vez de optar para o mais em conta e ter que trocar em um ano ou menos.
Ok, mas não seria mais fácil alugar um estúdio? Provavelmente sim. Mas analisando a fundo, os benefícios de ter seu próprio espaço de criação em casa são maiores, então valem o investimento. Isso porque, como todo artista sabe, independente do campo que atue, a criatividade não é linear, muito menos pensada ou forçada – ela vem quando quer e não liga se surge às cinco horas da manhã ou às três da tarde.
Em geral está tudo bem, mas em termos financeiros o cenário muda. Pense que com o estúdio em casa, você pode acessá-lo o horário que precisar, já o local alugado, tem data e horário na agenda, marcados com antecedência. Imagina pagar por um período de uso e justo nesse dia estar totalmente bloqueado das ideias? É basicamente um dinheiro jogado no lixo.
Sem contar que, geralmente, não se paga apenas o local. O custo também se estende para o engenheiro de áudio e o produtor. Se você e/ou sua banda já sabem o que e como querem gravar, sem muitos erros e repetições, alugar pode ser uma boa nesse caso. Do contrário, não é muito rentável.
Como dito, a tecnologia já se desenvolveu o suficiente para ser implementada em equipamentos mais acessíveis e portáteis, sendo que antes, realmente, instrumentos de alta qualidade só podiam ser encontrados em lugares específicos e especializados para uso no local ou no máximo por aluguel. O processo de mixagem também segue essa linha de raciocínio por ser viabilizada por softwares intuitivos. Então não se apegue à ideia de que a qualidade do áudio vai ser melhor no estúdio comercial. Com os equipamentos e o isolamento acústico adequado, a música produzida na sua casa pode sair tão boa quanto nesses locais alugados.
Então montar um home studio é mais barato?
Pode parecer que não por ser muita coisa para comprar, mas se colocar na balança, acaba saindo mais barato. Ainda na mentalidade da Nath Finanças, é importante gastar apenas quando for essencial e orçar de forma inteligente os equipamentos.
Claro que o processo é assustador, ainda mais quando não se faz a mínima ideia por onde começar. Se você leu até aqui, acredito que te convenci a prosseguir com essa ideia de montar um home studio. Então vamos nessa!
O que é preciso para ter um home studio?
A princípio são dez itens essenciais para construir seu estúdio em casa. Confira abaixo quais são e a importância de cada um nesse processo:
Espaço
Primeiro de tudo é preciso pensar no espaço que você vai dedicar para seu estúdio. Durante a escolha e a avaliação, é importante lembrar que provavelmente, quando o espaço for utilizado, você irá passar um bom tempo por lá. Então, antes de começar a montar o home studio, aconselho observar se esse cômodo escolhido absorver muito barulho externo, se é perto de alguma rua movimentada ou colada com a sala, onde geralmente se tem mais barulho. É ideal também que você repare em eventuais entradas de ar condicionado, pequenas janelas que são viradas para canos e qualquer outro elemento que possa fazer barulho e aparecer nas suas gravações.
Ainda que não seja o lugar mais silencioso do mundo, fique tranquilo. A maior parte dos sons externos podem ser abafados e até mesmo eliminados com um isolamento acústico a lá DIY (Do It Yourself, ou seja, “Faça você mesmo” na tradução livre), tem vários canais no YouTube com dicas para tornar seu ambiente mais propício e com o maior isolamento acústico possível.
Uma dica é unir o útil ao agradável. Alguns objetos, pela composição, conseguem absorver bem o som – materiais como espuma e tecido são exemplos. Você pode pensar uma decoração para o espaço com isso em mente.
Para entender como montar um home studio, talvez você não precise de um espaço tão grande quanto uma sala de estar inteira ou um estúdio profissional, mas, claramente, seria ideal um lugar com espaço o suficiente para que você não se sinta muito apertado – levando em conta os possíveis instrumentos, equipamentos, integrantes da banda, caso tenha, etc.
Se você é um compositor e também produtor, que precisa de espaço para gravar os instrumentos musicais como vocais, guitarras, teclados e outros instrumentos, um quarto será suficiente. Caso seu foco seja apenas a mixagem, sua prioridade deve estar voltada para a configuração do alto-falante e para o tratamento acústico.
Outra dica: ao escolher um espaço para montar um home studio, evite aquele que possui teto baixo ou se configura em um aspecto quadrado. Isso porque, em termos mais físicos, em tetos mais baixos as ondas sonoras refletem o som e acabam prejudicando gravações em microfone. Mas, caso não tenha outra opção e você só tenha um local com essa configuração, foque no tratamento acústico.
Sobre quartos mais quadrados, eles não são recomendados justamente por serem simétricos. Isso quer dizer que eles têm “pontos cegos” onde as frequências sonoras acabam se cancelando devido ao ping pong entre as paredes paralelas. Na prática isso pode desfalcar o som.
Computador (sistema e armazenamento)
O computador é a parte essencial e central para todos os seus projetos – pense que sem ele, você não conseguirá montar, mixar e produzir seu projeto. Com isso, na hora de escolher seu equipamento, é importante ter em mente que ele precisa ter um processador rápido, com armazenamento amplo e capacidade de assimilar o áudio que você está gravando. Aqui essas características são valiosas e não se limitam a um desktop completo ou um notebook – ambos podem oferecer esses elementos, então escolha o que vai de encontro com seu objetivo.
Tudo depende de um ponto de vista. Claro que, em teoria, qualquer software mediano que seja dedicado para o uso diário também pode ser utilizado para gravar projetos sonoros simples. Eu particularmente só recomendo ir por esse caminho caso você tenha muita paciência ou não tenha o orçamento no momento para um equipamento melhor. Por se tratar de várias camadas em uma produção musical, essa categoria de computador pode sofrer um pouco na hora de executar os comandos, ameaçando te deixar em modo espera em uma tela bem travada.
Se possível, procure por um software de alto desempenho e que seja compatível com o sistema operacional de 64 bits. Com essa especificação, a probabilidade do equipamento conseguir segurar a barra no trabalho entre faixas, plugins, DAWs e samples já dispara. No mundo ideal, seria interessante também que o computador escolhido tivesse pelo menos 8GB de memória RAM e um processador 4-núcleos.
Armazenamento: SSD ou HDD?
Antes de entrar nesse tópico, você precisa estar ciente de que é um fato que seu armazenamento vai lotar de áudios, ainda mais se você trabalha com esse tipo de projeto. Então, para começar, seria uma boa investir em um espaço interno de 1TB, acrescentando memória externa caso necessite. A dica aqui para ter um melhor desempenho é usar um SSD (Solid State Drive ou unidade de estado sólido, em tradução livre) como fonte primária e a HDD (Hard Disk Drive, ou unidade de disco rígido) como armazenamento secundário.
Uma opção de armazenamento em SSD é o SSD KC600, da empresa Kingston, que possui 256 GB de capacidade de armazenamento e conexão SATA Rev. 3.0 (6Gb/s) – ele é compatível com versões anteriores para SATA Rev. 2.0 (3Gb/s). Esse SSD pode ser encontrado por R$299,99 à vista na loja Magazine Luiza.
Importante destacar que os SSDs são relativamente mais caros que os HDDs, dependendo das especificações. Para diminuir os gastos, você pode montar um equipamento híbrido utilizando um SSD menor, entre 128 e 256GB para dedicar nas execuções dos softwares principais e usar HDDs com desempenho mais desacelerado em 1TB para armazenamento de arquivos e grandes bibliotecas.
Uma indicação de HD externo portátil para compor seus equipamentos para estúdio em casa é o HIKVISION HDD T3 da marca Hikvision. Ele possui 1T de capacidade de armazenamento com velocidade de rotação em 5400 rpm e conexão SATA. Ele pode ser encontrado por R$292,84 à vista na loja da Magazine Luiza.
Em qual tipo de computador devo investir?
Em termos de qualidade, mire nos Macs da vida. Mas mire já sabendo que não é um orçamento nada barato, sendo que o preço pode chegar até R$24.700,00. Isso porque além da Apple ser uma referência gigante na tecnologia, ela também oferece integração entre seus produtos e tem o Logic Pro x – o megazord da produção musical que possibilita você tocar instrumentos digitais, mixar seus projetos e até mesmo exportar suas músicas com Áudio Espacial. Melhor dos mundos.
Uma opção pode ser o Apple MacBook Air, que consegue suprir os requisitos mínimos e oferece muito mais. Isso porque ele conta com processador M2 da Apple, GPU de 8 núcleos, CPU de 8 núcleos (sendo 4 de desempenho e 4 de eficiência), 8GB de memória RAM e 256GB de armazenamento SDD. O sistema de som conta com quatro alto-falantes e áudio espacial, sendo compatível com áudio em Dolby Atmos, além de oferecer um conjunto de três microfones para capturar voz e som de forma que reduza consideravelmente os ruídos em sua volta. Esse Macbook pode ser encontrado por R$ 14.278,98 na Magazine Luiza.
Se quer economizar, tente construir um PC personalizado. De Black Friday em Black Friday você consegue descontos em peças individuais e acaba economizando uma boa grana.
Se para você o que importa é a portabilidade com preços (bem mais) acessíveis, vamos de notebooks. Vários possuem as configurações indicadas e podem ser encontradas por volta do mesmo preço de um desktop. O Showmetech, inclusive, já preparou uma lista bem completa de recomendações de notebooks para você escolher de acordo com sua meta.
Ainda que a praticidade seja um ponto importante nesse caso, procure priorizar os notes com 14 ou 15 polegadas – eles oferecem um meio termo e você consegue trabalhar visualizando bem o panorama geral dos projetos, além de conseguir carregá-lo por aí.
Interface de áudio
É mandatório que você tenha uma interface de áudio para gravar seus instrumentos em estúdio, bem como os vocais. Caso não saiba ou não se lembre da função da interface de áudio, considere essa informação: ela faz a ponte entre o som produzido de forma analógica e sua configuração em som digital no computador.
Na hora de escolher sua interface de áudio, você deve levar em consideração questões como quantas entradas serão utilizadas e quantas fontes você pretende gravar de uma vez só. Esses critérios são importantes porque existem equipamentos com algumas variações na quantidade de entradas e saídas. Naturalmente, quanto mais entradas a interface tiver, mais instrumentos poderão ser gravados simultaneamente.
Para começar, existe a opção de investir no Um2 Behringer U-phoria, da marca Behringer, que é simples mas dá conta do recado. Essa é uma interface de áudio USB com 2 entradas e 2 saídas com latência ultrabaixa para microfones e instrumentos e pré-amplificador XENYX. A resolução é de 48 kHz e tem compatibilidade com diversos software de gravação, incluindo Avid Pro Tools, Ableton Live e Steinberg Cubase. Ele sai por R$534,55 à vista na loja Magazine Luiza.
Já se quer um equipamento mais elaborado de cara, para montar um home studio, existe a opção de investir no Scarlett 2I2 Focusrite 3 Geração da marca Focusrite. Ele possui uma interface de áudio com 2 entradas e 2 saídas, modo AIR, dual ADAT, loopback, 192kHz/24 bits, duas saídas de fones, MIDI e 106 dB de Range Dinâmico. O preço é de R$ 1.979,10 à vista na Magazine Luiza.
Ele também pode ser comprado junto com um kit que inclui microfone condensador, cabo XLR de 3m e headphone. Uma das maiores vantagens de comprar o kit, é que ele também oferece um pacote de software com duas estações de trabalho de áudio digital, a Ableton® Live LiteTM e o Pro Tools® First Focusrite. O combo pode ser encontrado por R$ 2.839,16 à vista na Magazine Luiza.
Em relação às saídas, geralmente são utilizadas por um conjunto duplo de monitores de estúdio. Ou seja, é necessário que tenha no mínimo duas saídas. Em casos mais tunados, nos quais os engenheiros de mixagem usam mais equipamentos externos na configuração e múltiplos alto-falantes, é preciso que se invista em uma interface com pelo menos quatro saídas.
Muita informação para absorver, né? Então vamos a um exemplo prático. Se você quiser gravar alguém cantando e tocando violão, ao mesmo tempo, duas entradas serão necessárias – uma para a voz e outra para o som do instrumento.
Monitores de estúdio
Assim como citado brevemente no tópico acima, vamos para o quarto elemento: os monitores de estúdio (ou monitores de referência), item que compõe o que é preciso para ter um home studio. É com eles que você consegue ouvir o que está gravando e/ou mixando. Se antigamente eles eram grandes trambolhos, hoje você pode encontrar versões mais compactas que caibam no seu estúdio caseiro.
Esses monitores de referência são projetados para que sejam sonoramente neutros. Isso significa que seu trabalho é garantir que que sua música e os sons gravados sejam “traduzidos” para o computador da maneira mais fiel possível, sem que sofra alguma alteração ou distorção no grave/tom.
Para escolher seu monitor, tenha em mente que quanto maior ele for, mais potente será. Mas ainda assim é preciso levar em conta o tamanho do seu estúdio em casa porque o espaço também influencia na acústica passada para o monitor.
Dentre as opções de monitor para montar um home studio, podemos indicar para pesquisa os equipamentos a seguir.
O Yamaha HS5 da Yamaha é um monitor de estúdio profissional que funciona em 127v. Ele é bi-amplificado (o que é bom, pois contribui para a eliminação de interferência sonora), com alto-falante woofer (responsável pelos sons graves) de 5″ e tweeter dome (alto-falantes que reproduzem os sons agudos, ou seja, de 2kHz a 20kHz) de 1″. Possui entradas XLR balanceado e P10 balanceado, trabalhando com frequências de 54Hz a 30KHz com potência de 70Watts RMS. O preço do monitor é R$ 1.869,15 na loja Magazine Luiza.
Já o par de monitores Presonus Eris 3.5, conta com woofer de 8,89 cm e tweeter de 2,54 cm; tecnologia sem fio Bluetooth 5.0; TRS e RCA balanceados de 1/8 polegada; amplificador de fone de ouvido integrado; controles de ajuste de baixa e alta frequência e amplificador de potência AB de classe lateral. Além disso, o pacote inclui um plug-in dos softwares Studio One Prime e Studio Magic para produção musical. Esse equipamento está saindo por R$ 1.648,90 na Magazine Luiza.
O monitor R1010BT da marca Edifier está entre os equipamentos que incluem Bluetooth. Ele pode ser conectado com 2 dispositivos ao mesmo tempo. Possui amplificador incorporado e a sua potência é de 24W RMS, que é mais que suficiente para dar conta de um espaço sonoro de até 30m² com precisão e eficiência. O monitor apresenta seus drivers com woofer 4″ e tweeter de diafragma de seda de 3/4″. Você pode encontrar esse equipamento por R$ 1.269,99 no Magazine Luiza.
Para lugares que se enquadram na categoria de pequeno a médio, monitores de referência com drivers de 5 a 6 polegadas serão o suficiente para executar bem o trabalho. Caso seu espaço seja maior, é indicado que procure por um monitor de estúdio de 6,5 a 8 polegadas. Não seria apropriado buscar algum monitor maior que 8 porque esses estão em um nível a mais e têm como requisito uma estrutura mais profissional – como as de estúdios profissionais que possuem um tratamento acústico de alta qualidade.
Estação de trabalho de áudio digital (DAW)
A estação de trabalho de áudio digital, mais conhecida como DAW (digital audio workstation) é o software de produção musical que você vai usar para criar suas músicas. O maior critério para definir se o programa escolhido é bom ou não para cumprir seu objetivo é sua capacidade de executar bem a tecnologia MIDI (falarei mais para frente sobre) e os itens de gravação e edição de áudio.
Existem milhares de opções de DAW por aí, inclusive com especificações apropriadas para gêneros musicais específicos. Em geral, são utilizadas em estúdios de gravação os softwares Pro Tools, Logic Pro, Cubase, Nuendo, Studio One, entre outros. Caso queira se jogar no mundo da eletrônica, experimente o Ableton Live, FL Studio ou o Bitwig Studio.
Em termos de grana, podemos definir os tipos de DAW existentes em três categorias simplificadas:
DAWs gratuitas: recomendadas para iniciantes que estão aprendendo sobre produção fonográfica. É uma ótima opção para explorar as ferramentas básicas sem que precise colocar a mão no bolso. Então você pode dar o primeiro passo testando aplicativos como Audacity, GarageBand e a versão gratuita do Studio One.
DAWs com funcionalidade limitada: essa categoria de estação de trabalho de áudio digital oferece um período de teste gratuito para explorar o software antes de decidir se é o ideal para comprá-lo e utilizá-lo em seus projetos. Aplicativos como o Ableton e o Cubase são boas opções nessa faixa.
DAWs pagos: aqui já se enquadram os softwares de nível profissional. Estamos falando de ferramentas como FL Studio, Reaper, Pro Tools e Logic Pro. Eles definitivamente se destacam quando se trata de recursos, interface de usuário e fluxo de trabalho. Existem algumas opções de pacotes entre esses aplicativos, vale analisar qual deles vai atender suas necessidades e qual é mais rentável.
Microfones
Embora haja uma variedade imensa de opções de microfone no mercado para montar um home studio, desde os mais vintage até os mais modernos, muitos profissionais do meio fonográfico recomendam microfones como o Rode NT da marca Rode. Essa linha captura de forma mais clara e limpa os vocais, além de manter a sonoridade natural. Em relação aos instrumentos, esse tipo de microfone também consegue se alinhar ao som original feito ao vivo. Esse microfone está saindo por R$ 1.377,93 à vista na loja Magazine Luiza.
De qualquer forma, para montar um home studio, é preciso que você tenha pelo menos um ou dois microfones para gravar vocais e instrumentos no ambiente. Provavelmente com o tempo você terá uma grande coleção de microfones variados. Aqui vou indicar alguns para o começo.
Na categoria de microfones dinâmicos, indico procurar por modelos como Shure SM57, SM58 ou Audio Technica AT202. Esses exemplos são básicos e clássicos que funcionam como verdadeiros coringas, trazendo bons resultados para qualquer produção que você tenha em mente.
O Shure SM57 é um microfone dinâmico cardioide de mão da marca Shure ideal para o reforço e gravação de sons ao vivo. Por ser cardioide, seu principal ponto forte é o bom isolamento da fonte sonora principal e, consequentemente, a minimização do ruído de fundo. Seu conector é XLR, a resposta de frequência é de 40Hz-15.000Hz e a impedância de saída é 150 ohms. O microfone pode ser encontrado por R$ 1.350,00 na Magazine Luiza.
Já o SM58, também da empresa Shure, é um pouco mais salgado. Ele custa R$ 1.778,00 e está disponível na Magazine Luiza. Porém, é importante pontuar que ele aguenta altos níveis de pressão sonora SPL e não requer alimentação externa Phantom Power. Além disso, possui uma estrutura reforçada e um sistema anti-choque (conhecido por shock-mount) que garante um bom desempenho tanto em lugares fechados quanto ao ar livre e reduz os ruídos de manuseio. Assim como seu irmão mais novo, ele é um dinâmico de mão. Além disso ele possui filtro esférico embutido com pop filter integrado e possui uma resposta de frequência de 50Hz – 15 kHz, com impedância de 300 ohms.
Enquanto isso, o AT202, da Audio Technica, é um microfone condensador com padrão polar cardioide assim como os citados acima. Essa, por sua vez, é a opção mais econômica da lista, sendo vendida na Magazine Luiza por R$ 891,69. Seu ponto alto está na captura de sinais altos com a contenção de ruídos e distorções. Ele é um condensador sólido com saída XLR, ou seja, precisa ser acoplado a um pré-amplificador de microfone (também equipado XLR), de modo que consiga enviar Phantom Power de 48V. Sua resposta de frequência é de 20Hz – 20 kHz e a impedância fica em 100 ohms.
Já quando o assunto é sobre microfones especializados, a prioridade é buscar um condensador ou um microfone de nicho – ou seja, dedicado para uso específico de acordo com o gênero que você tem em mente para trabalhar.
Para instrumentos acústicos, uma boa indicação é o Shure SM81-LC, da marca Shure. Ele faz um ótimo trabalho em captar frequências altas, inclusive de baterias nas gravações em estúdio e reforço de som. Ele tem uma ampla resposta de frequência vai de 20Hz a 20kHz, baixa distorção em uma gama de impedâncias de carga e curva precisa de resposta para a reprodução de fontes de áudio. Esse microfone opera com Phantom Power e se adapta diante as diversas condições de temperatura e umidade. Na Magazine Luiza você encontra esse equipamento por R$ 4.191,68 à vista.
Como citado acima, o Shure SM57-LC, um microfone dinâmico cardioide que não trabalha com sons extremos mas se mostra bem versátil, funciona bem em outras funções especializadas, cumprindo bem o que promete.
Para conectar tudo isso, obviamente você precisará de alguns cabos – entrarei em mais detalhes mais para frente. Mas já adiantando, uns cabos XLR não fariam mal. Nesse caso, pode ser que seu microfone já venha com algum fio ou não. Se faltar, você terá que comprar separadamente. Além disso, outro item funcional é o suporte de microfone. Será necessário dois ou três de acordo com o modelo que você escolheu para o seu estúdio caseiro.
Headphones e Ampliadores
Hoje em dia existe um modelo de fone para cada ocasião. Assim como existem versões resistentes ao suor para exercícios, fones para o dia a dia, antirruídos, entre outros, existem também os mais indicados para os produtores musicais levarem em consideração ao montar um home studio.
O MDR-7506, da Sony, por exemplo, oferece resposta de frequência sólida e replicação de som de forma mais precisa. Ele também oferece o isolamento sonoro necessário para eliminar o ruído externo e sintonizar no que você está trabalhando no momento, sem distrações. O headphone dobrável vem com fio, tem sensibilidade de 104 dB e driver de 40 mm. Ele pode ser encontrado na Magazine Luiza por R$ 1.394,00.
Já uma recomendação para monitor é o modelo dobrável ATH-M50x da Audio Technica. Ele é grande o suficiente para cobrir completamente os ouvidos e oferecem bom desempenho, clareza sonora e isolamento de ruído, mesmo em ambientes barulhentos – ou seja, o vizinho pode sapatear no andar de cima, podem reformar a casa ao lado do começo ao fim que é pouco provável que você ouça alguma coisa com esse fone. Ele vem com cabos desconectáveis, áudio driver de 45mm e sensibilidade de 99dB. O valor desse equipamento está R$ 1.573,57 na Magazine Luiza.
Assim como os monitores, os fones de ouvido sonoramente planos são mais recomendados no estúdio. Um “som plano” garante uma reprodução precisa sem adicionar seu próprio EQ (equalização) ou aprimoramentos no áudio. Os designs ergonômicos são essenciais e muito recomendados para evitar dor e desconforto após uso prolongado. Uma boa vedação, por outro lado, evita vazamentos no microfone durante a gravação.
Teclado MIDI
Particularmente, eu acho que o teclado MIDI é a parte mais charmosa e divertida de escolher na hora de montar um home studio. Dá vontade de colecionar todos os teclados existentes – só vontade mesmo, porque o bolso chora só de pensar nisso.
O termo MIDI significa Musical Instrument Digital Interface, ou seja, uma interface digital de instrumento musical. Tudo por meio da conexão de um aparelho para outro. Portanto o MIDI é responsável pelos teclados sintetizadores, samplers, baterias eletrônicas, sequenciadores e diversas outras ferramentas musicais.
Importante lembrar que teclados sintetizadores são ferramentas musicais nas quais podemos criar e sintetizar sons. Bem no início, o propósito era criar sons a partir de uma cópia de sons dos instrumentos acústicos, mas eventualmente esse método não deu muito certo e a cópia soava bem diferente da original.
Com o surgimento dos samplers, foi possível desenvolver a capacidade de gravar qualquer som (desde instrumentos a sons ambientes) e enviá-lo para um teclado musical capaz de executar o material. Isso se dá pela sincronização entre o sampler e o teclado via tecnologia MIDI.
Ou seja, mais um item essencial para o seu estúdio caseiro. O melhor de tudo é que você não precisa saber tocar piano ou ter algum conhecimento avançado sobre o instrumento. O manuseio do teclado MIDI é bem diferente e seu uso abre portas para amplas possibilidades. É com ele que você vai testar sons variados e experimentar instrumentos virtuais no seu projeto.
Além de ter a função de instrumentos virtuais, os teclados MIDI podem ser usados para tarefas de produção. Samplers e alterações de patch são exemplos. O fato deste aparelho ser multitarefas torna a pós-produção muito mais prática em termos de edição, correção e tantas outras modificações que podem vir a ser necessárias.
Uma recomendação compacta e bem charmosa é o MIDI USB Microkey-25 da marca Korg – ótimo para ser transportado por aí também. Como o nome sugere, esse modelo tem 25 teclas, mas a Korg também tem em seu catálogo as versões com 37 e 61 teclas. O Microkey-25 funciona por USB e conta com o sistema Natural Touch, sensível ao toque — algo que facilita a produção da cadência sonora. Os controladores são o joystick, botão arpeggiator e Sustain / TAP botão. Esse teclado consome menos que 100mA de energia e pode ser encontrado na Magazine Luiza por R$ 895,00.
Existem muitos modelos de teclados por aí, divididos entre os melhores, os mais baratos, etc. Os teclados MIDI podem variar entre modelos que possuem 25 teclas e chegar a equipamentos com 88 teclas, então vai depender muito do espaço que você tem dedicado a ele e as funções que pretende usar.
Cabos e Hardwares
Entre os equipamentos para estúdio em casa, você definitivamente vai precisar de alguns cabos para conectar tudo. Além dele, precisará de suportes para teclado, microfone, etc., mas aí estes vão depender muito de quais instrumentos e aparelhos você comprar.
Sobre os equipamentos essenciais, é interessante que você tenha um Pop Filter para microfones condensadores e um suporte para mic também. O Pop Filter é justamente ideal para gravações em microfones condensadores e não exige muito critério na hora da escolha. Sua função é importante mas, ao mesmo tempo, secundária. Ele tem o papel de atuar como um filtro de proteção contra ruídos para microfones, reduzindo ou até mesmo eliminando sons de estalo gerados pelo impacto. O modelo GT649 da marca Lorben está R$ 32,80 no Magazine Luiza.
Por fim, como comentado, você precisará de cabos para instrumentos e microfones. No caso, cabos XLR. Mesmo sendo um item simples, existem muitas diferenças entre os cabos e vale pesquisar melhor sobre o assunto para comprar de acordo com os equipamentos para estúdio em casa que você escolheu anteriormente.
Tratamento do estúdio
Não importa o tamanho do seu espaço, o que realmente vai fazer a diferença na hora de montar um home studio, na gravação da sua música ou na mixagem da sua faixa é o nível de tratamento deste estúdio para entregar um projeto de alta qualidade.
O tratamento do estúdio está relacionado a materiais dedicados a minimizar os reflexos sonoros. Para isso, painéis de material absorvente como painéis de espuma podem ser colocados em cantos estratégicos. A espuma acústica ampla também é útil para controlar reflexões de frequências consideravelmente mais altas.
Agora que você tem praticamente um guia na mão sobre como montar um home studio, conte pra gente nos comentários o que achou!
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Fontes: Rolling Stone, Audient e Wire Real
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Procuro luminoso NO Ar
Legal, futuramente vou montar um home estudio. Preciso muito disso !
Agradeço pelas dicas…moro na região de Campinas…E necessito contatar bons engenheiros/técnicos/operadores de mesa de som…mixagem…gravação…para consultoria e treinamento…desde já agradeço!