Astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia anunciaram nesta quarta-feira (20) a descoberta de novas evidências da existência de um planeta gelado gigante, muito além da órbita de Plutão, mas que ainda seria parte de nosso sistema solar. O novo corpo celeste tem entre duas a quatro vezes o diâmetro da Terra e está sendo chamado de “Nono Planeta“.
A tese, publicada no Astronomical Journal, descreve um planeta com cerca de 5 a 10 vezes a massa da Terra. Mas os autores, os astrônomos Michael Brown e Konstantin Batygin, afirmam que não observaram o planeta diretamente. Ao invés disso, eles detectaram sua existência a partir do movimento de planetas anões e outros corpos celestes menores recentemente descobertos nas regiões mais distantes do sistema solar. Esses corpos menores têm órbitas que parecem ser influenciadas pela gravidade de um planeta escondido. Os astrônomos sugerem que o “Nono Planeta“ pode ter sido arremessado para o espaço profundo, há muito tempo, pela força gravitacional de Júpiter ou Saturno.
Telescópios em pelo menos dois continentes estão procurando o objeto, localizado a uma distância 20 vezes mais longe do que o oitavo planeta, Netuno. Se o “Nono Planeta“ existe, ele é grande. Sua massa estimada faria dele o quinto maior planeta depois Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Mas, tão distante assim da luz do Sol, é possível que seu reflexo não seja detectado, até mesmo pelos mais poderosos telescópios terrestres.
A confirmação de sua existência faria com que fosse necessário reformar os modelos existentes do sistema solar. Plutão, descoberto em 1930, passou três quartos de um século como o icônico nono planeta. Então, há uma década, Plutão recebeu um rebaixamento controverso, passando a ser considerando um planeta-anão.
Curiosamente, no passado as próprias observações de Michael Brown sobre o sistema solar exterior identificaram muitos “mundos pequenos” – alguns próximos do tamanho de Plutão – o que levou a União Astronômica Internacional a reconsiderar a definição do que seria um planeta, resultando no rebaixamento de Plutão.
O diretor de ciência planetária da NASA, Jim Green, advertiu que poderia haver outras explicações para o movimento observado dos pequenos corpos do Sistema Solar exterior. Ele fez referência ao famoso dito de Carl Sagan que “afirmações extraordinárias exigem provas extraordinárias”. Mas ele também afirma que está pessoalmente animado com a nova investigação: “Em que era estamos, onde descobrimos novas coisas sobre o nosso sistema solar que nunca se pensou ser possível até mesmo há poucos anos .”.
Brown afirma que as chances de “Nono Planeta” realmente existir são de 90 por cento (sic).”
Fonte: The Washington Post, Nature.
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