Conforme informado na Veja, pesquisadores estão desenvolvendo nos Estados Unidos uma espécie de “touca cerebral” que permite controlar máquinas e programas de computador com o pensamento. A nova tecnologia poderá ser usada para manipular computadores, próteses robóticas, cadeiras de rodas e até avatares digitais e não requer nenhuma intervenção invasiva: basta colocar a touca sobre a cabeça.
A equipe do neurocientista Jose Contreras-Vidal, da Universidade de Maryland, escreveu três grandes artigos a respeito nos últimos 18 meses, incluindo o texto recém-publicado no periódico Journal of Neurophysiology, explicando como transforma pensamentos em movimento. Ele utiliza uma técnica chamada eletroencefalografia, também conhecida por EEG. O método permite registrar os impulsos elétricos cerebrais a partir de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo; em seguida, essas ondas são decodificadas e transformadas em comandos que controlam uma interface de computador.
Nos dois primeiros estudos, a equipe reproduziu movimentos da mão e do cursor na tela de um computador. No mais recente, os especialistas reconstruíram o complexo movimento tridimensional das articulações da canelas, joelhos e quadris de voluntários caminhando sobre uma esteira.
A tecnologia desenvolvida no laboratório de Contreras-Vidal não é a única a verter ondas cerebrais em movimento. Contudo, a maioria das alternativas é invasiva — com a implantação de eletrodos diretamente no cérebro —, ou requer muito mais treinamento do que a necessária à “touca cerebral“.
Por enquanto, o projeto se concentra em utilizar a tecnologia para ajudar vítimas de acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como derrame. Os mais beneficiados seriam aqueles que tiveram o sistema motor comprometido pela condição.
Um exoesqueleto para o tornozelo poderia utilizar dados de pessoas com movimentos saudáveis para ajudar os mais debilitados a recobrar os movimentos. Outra forma de ajudar os pacientes seria reeducar o cérebro a pensar da maneira “correta” para reproduzir o movimento perdido. Isso seria possível ao decodificar a forma de andar das pessoas saudáveis.
Contreras-Vidal acredita que a tecnologia poderá ser colocada à disposição do público em “alguns anos”. “Estamos desenvolvendo uma interface cerebral segura, confiável e não invasiva que pode mudar a vida de milhões de pessoas que perderam os movimentos”, disse.
Fonte: Veja.
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