A astronomia brasileira não tem a mesma projeção que países desenvolvidos, mas isso não significa que pesquisadores locais não contribuam para a comunidade científica. Um grupo independente, da Rede Brasileira de Observação de Meteoros – BRAMON, descobriu duas novas chuvas de meteoros. São a Epsilon Gruids (EGR) e a August Caelids (ACD).
O anúncio veio depois de três anos de coleta de dados. “Foram centenas de cálculos, envolvendo milhares de meteoros. E para a alegria de todos, não só foi possível validar o primeiro grupo descoberto como encontrar um segundo grupo válido”, disse Lauriston Trindade, pesquisador de Maranguape – CE, que integrou o grupo de pesquisa só em janeiro de 2017.
O curioso é que a descoberta, que tem repercussão internacional, é fruto de uma rede de pesquisa voluntária e colaborativa. Ela é formada por cidadãos de várias formações profissionais que têm interesse na produção e divulgação científica. Segundo o diretor-presidente da BRAMON, Carlos Augusto Di Pietro, que é analista de sistemas, os membros vão de astrônomos profissionais a estudantes de 16 anos de idade.
O que são chuvas de meteoros
Chuvas de meteoros são provocadas pelo choque de partículas com a Terra, enquanto o planeta gira ao redor do Sol. A queima dessas partículas forma rastros luminosos no céu. No senso comum, o fenômeno é conhecido como “estrelas cadentes”. Em períodos de maior incidência, elas formam o que se chama de chuvas de meteoros.
Essas chuvas são catalogadas pela União Astronômica Internacional, com as datas e as posições no céu em que são visíveis. Os brasileiros já ajudaram a determinar 4.205 órbitas. O insight veio depois que os cientistas perceberam um padrão em dois conjuntos de meteoros, que resultaram nas duas novas chuvas Epsilon Gruids (EGR) e a August Caelids (ACD). A primeira tem estimativa de pico em 11 de junho, e a segunda em 5 de agosto.
As descobertas foram incluídas na lista oficial da União Astronômica Internacional.
Todos podem participar
A rede da BRAMON é aberta a todos os interessados em contribuir, mesmo que não tenham equipamentos adequados. Quem desejar dar testemunhos sobre a visualização dos meteoros – e ajudar a confirmar o período de pico – pode entrar em contato por meio da página oficial da BRAMON no Facebook.
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