Recentemente temos discutido questões que envolvem tecnologias que podem mudar o mundo e promover um futuro sustentável. Desta vamos falar sobre uma bateria para a casa, que pode guardar a energia do sol recebida durante o dia e sustentar seu consumo. Pioneira na produção de carros elétricos, a fabricante americana Tesla entrou num novo mercado com o lançamento da Powerwall, uma bateria com capacidade de armazenar e administrar energia solar em residências, empresas e até em companhias de fornecimento de energia.
A Powerwall é inspirada nas baterias usadas nos veículos da Tesla e tem 15 centímetros de espessura, 1,2 metro de altura e 91 centímetros de largura. As baterias serão conectadas à internet, podendo ser ser administradas remotamente pela Tesla. É possível colocar até 9 baterias juntas, permitindo armazenar uma maior quantidade de energia. Os kits de baterias de íon-lítio recarregáveis podem ser colocados em garagens e serão vendidos a partir de 3 mil dólares (cerca de 9 mil reais), na opção de 7kWh.
Além disso, a Powerwall pretende uma reviravolta tecnológica: a era da geração distribuída baseada em energia solar. De simples consumidores de eletricidade, todos viram também produtores. “Nosso objetivo é fundamentalmente mudar a maneira como o mundo usa a energia em escala. O objetivo é concluir a transformação da infraestrutura de energia do mundo” afirmou Elon Musk, fundador da empresa. Mas há quem duvide das boas intenções de Musk.
Segundo o editor do canal de Sustentabilidade da Bloomberg, Tom Randall, a Powerwall tem tudo para ser um negócio muito melhor para Elon Musk do que para os consumidores, especialmente os que fazem do estilo de vida sustentável, quase um fetiche. “Contar com o equipamento é uma escolha que faz parte de um estilo de vida – assim como manter um recipiente de compostagem no jardim ou optar por fraldas reutilizáveis para os bebês” afirmou.
O principal argumento de Randall é justamente a questão econômica. “O problema é a forma como as concessionárias funcionam nos EUA. Independentemente do preço baixo que possam ter, as baterias não serão a forma mais fácil, nem a mais barata, de aproveitar a energia solar. Para a maioria dos clientes o melhor é usar a rede elétrica como bateria: consuma a energia solar que você precisa à medida que ela é produzida e venda o restante de volta à rede“, explica.
A mesma ideia também é compartilhada por seu colega Brian Warshay, analista da Bloomberg New Energy Finance. “Quanto a essa ideia de ter uma bateria em cada residência, eu não apenas acho que não faz sentido economicamente, mas também que é algo desnecessário”, disse. “As redes elétricas centralizadas são incrivelmente úteis e eficientes”, completou.
Apesar das críticas, não é possível negar que a ideia de Elon Musk é, ao menos, bastante habilidosa se levado em conta a crescente proliferação dos painéis fotovoltaicos, que convertem a luz solar em eletricidade. Além de captar a energia, é fundamental poder gerenciá-la. Armazenada no Powerwall, a energia estaria disponível para ser consumida à noite – solução ideal para locais remotos e distantes das redes de distribuição.
Segundo estimativa da empresa de consultoria IHS Cera, a indústria de armazenagem de energia valia 200 milhões de dólares em 2012, mas deve chegar a 19 bilhões de dólares até 2017. Musk anunciou a Powerwall em um vídeo feito pelo ColdfusTion, especializado em tecnologia e ciência, nele o CEO da Tesla apresenta suas ideias diante de uma entusiasmada plateia sobre o dispositivo que promete fornecer energia limpa, cortar emissões de CO2 e desacelerar a mudança no clima. Não deixem de conferir!