Blockchain

Blockchain para iniciantes – e para todos!

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Conheça a tecnologia que está vindo com tudo: você sabe o que é blockchain?

Vivemos numa época completamente empolgante para quem está prestando atenção. Novas tecnologias se desenvolvem a cada momento – em campos inclusive polêmicos, como inteligência artificial, que está abertamente sendo discutida por aqueles que conhecem muito sobre o assunto, e também por aqueles que não conhecem nada. Mas há uma tecnologia tão disruptiva quanto esta que está em ascensão e que vai impactar profundamente a forma que nossa sociedade se organiza – e não somente em termos monetários. Você já ouviu falar em blockchain?

Mãos aperto blockchain tecnologia
Cooperação, tecnologia, segurança.

Muitos dos que já escutaram falar sobre essa tecnologia, ouviram falar exclusivamente associada às criptomoedas, sendo bitcoin a primeira e mais famosa. Foi desenvolvida em anonimato, e a identidade do criador permanece incerta. Mas a blockchain está para bitcoin, como internet está para email. Uma grande rede eletrônica, na qual criamos diversas aplicações. Transações monetárias são apenas uma delas. É um protocolo que nasceu para dar vida às transações de bitcoins, mas desde então está evoluindo para algo ainda maior.

Explicar as transações por bitcoins é explicar blockchain, e vice-versa. Mas para entender a total aplicabilidade da blockchain, vamos recapitular o que nós chamamos de dinheiro:

O dinheiro como conhecemos, o papel-moeda, é um certificado da existência daquele valor. Hoje é comum não refletirmos sobre o que ele representa, e somente aceitar que ele tem total influência em nossa sociedade. Mas basta olhar para trás e lembrar que ele foi uma evolução do escambo, prática econômica onde bens ou serviços eram pagos com outros bens ou serviços equivalentes. Pois bem, o dinheiro então é uma espécie de certificação.

Infraudável, imutável e auditável

A tecnologia blockchain foi concebida como um protocolo de certificação, o equivalente de um livro fiscal, mas gerido abertamente por uma rede de milhares de computadores – os chamados miners, que recebem uma pequena fração dessas transações como incentivo por seu trabalho. As transações ocorrem por códigos e endereços digitais, e são processadas e atualizadas através dessa rede. A segurança dessas transações está no fato de que a medida que essa rede cresce, menor a probabilidade de fraudes, que até poderiam ocorrer… em teoria. Pois na prática, seriam computacionalmente inviáveis.

Explicando sem entrar num abismo técnico: o que a blockchain faz é autenticar uma informação, a atribuindo uma assinatura única. Se traduz em confiança, transparência e descentralização.

Certificados digitais não são novidade. O detalhe aqui é ser descentralizado, e por consequência muito mais eficiente, acessível, e confiável.

Negócios via blockchain

O assunto é debatido com grande importância no World Economic Forum, entre os maiores líderes da economia mundial. A razão é que os impactos da blockchain darão o próximo passo em temos de globalização, e as maiores empresas já estão por dentro de tudo. Os negócios serão afetados 360º, e ciência logística já está iniciando essa transição – empresas com Walmart iniciaram rastreamento da sua cadeia logística via blockchain. Vale ressaltar que para todas as áreas de aplicação, além de eficiência, a blockchain confere a vantagem determinante de custos infinitamente menores; em grande parte graças à dispensa de agentes intermediários, burocracias, falhas e fraudes.

Mas e você?

Nossa gestão pessoal também sofrerá transição. Os diplomas timbrados, assinados e pendurados na parede serão mais do que nunca meramente enfeites: já não é mais o caso do MIT, que emite diplomas via blockchain. Ingressos, vouchers, e diversos outros tipos de documentos como passaportes e identidades poderão ter códigos digitais certificados e transacionados via blockchain. Pode ser não somente a substituição do dinheiro, mas da carteira inteira e além.

Carteira dinheiro documentos
Pronto para dizer adeus? Calma, não tão cedo.

Soa como uma revolução, e sim, é uma questão de tempo, e esse tempo é o da adoção da sociedade inteira para funcionar.

Contratos Inteligentes

Novas plataformas derivadas da blockchain continuam a surgir, como é o caso da Ethereum, desenvolvedora dos primeiros contratos inteligentes, com o objetivo de desburocratizar e torná-los mais acessíveis. A empresa é responsável por simplificar o processo de abertura para novas aplicações – a plataforma é open source e está pavimentando o caminho para novos desenvolvedores realizarem suas idéias.

Aqui entram também contratos de empréstimos entre indivíduos e instituições de toda ordem, mais uma vez deixando os bancos preocupados com a descentralização de poder contínua. Esses valores serão angariados de maneira eletrônica e distribuída, condicionados a serem contemplados, também de maneira automatizada.

O que mais?

Copyrights? Pois sim, as propriedades intelectuais também estão na mira. Muito em breve poderemos ver uma disputa de controle entre as indústrias criadoras e a pirataria instalada nesse vasto mundão virtual.

Posses de terra, crowdfunding, compra e venda de ações são algumas algumas aplicações que já estão na mira dos usuários.

Não apenas empresas, mas países inteiros estão criando suas próprias criptomoedas. Isso na verdade é uma tendência e vai se tornar cada vez mais comum.

Democracia – de verdade!

Derivado da blockchain, já está no ar o aplicativo Mudamos+ que é uma iniciativa do Instituto de Tecnologia e Sociedade, basicamente a mesma galera que concebeu o Marco Civil da Internet. Munido de seu smartphone e esse aplicativo, nós cidadãos podemos propor formalmente projetos de lei, respaldados pela Constituição, desde que reunidas ao menos 1% dos eleitores – o que em nível federal representaria cerca de 1,4 milhões de assinaturas – o Congresso é obrigado a reconhecer o projeto de lei. Isso é algo inédito, pois até agora o principal entrave foi a impossibilidade de auditar tantas assinaturas, se não por meio eletrônico.

É possível adivinhar que surgirão ainda as necessidades latentes, aquelas que não sabíamos que tínhamos ou foram criadas: usaremos essa tecnologia no nosso dia-a-dia para diversos tipos de acordos, para nossa política, direitos humanos, sustentabilidade… basicamente na construção do futuro.

Pois bem, afirmo que já vivemos no futuro. As tecnologias estão tendo filhos; se multiplicando exponencialmente. Numa era de inteligência artificial, onde a tendência é solucionar problemas da nossa vida em sociedade, fica claro a utilidade e aplicabilidade que a blockchain alcançará.

Resta imaginar qual será esse futuro, enquanto o construímos e rumamos a ele.


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