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Black Mirror é uma série de ficção científica que explora as consequências sociais e psicológicas das tecnologias avançadas. Desde a sua estreia, a série tem sido elogiada por sua abordagem inteligente e provocativa sobre o impacto da modernidade na sociedade. Suas histórias distópicas e surreais — embora, ironicamente, muito próximas da nossa realidade- fizeram surgir o meme “Isso é muito Black Mirror“, que se tornou popular nas redes sociais.
A série de televisão britânica foi criada por Charlie Brooker, estreou em 2011 e foi comprada pela Netflix em 2015. Cada episódio é uma história independente, mas todos compartilham da mesma temática de como a tecnologia pode afetar a vida humana de maneiras inesperadas e muitas vezes negativas.
A profundidade de Black Mirror
Desde sua estreia, Black Mirror se tornou um fenômeno cultural, ganhando elogios da crítica e uma base de fãs bastante dedicada e curiosa. A série é principalmente conhecida por sua capacidade de prever tendências não só tecnológicas, como também sociais, explorando as consequências imprevistas de um futuro cada vez mais próximo.
Após quatro anos de hiato, a sexta temporada chegou à Netflix em junho desse ano, tendo sido ponto alto daquela semana com uma audiência foi de 11,6 milhões de visualizações. Fora isso, a primeira temporada também voltou a ganhar destaque e alcançou o nono lugar no ranking do streaming, chegando a 2,3 milhões de visualizações.
A profundidade da série reside na capacidade de extrapolar essas tendências tecnológicas e prever seus efeitos na humanidade. Os episódios são frequentemente baseados em tecnologias que já existem ou que já estão em desenvolvimento, o que torna o enredo ainda mais assustador e perturbador. Além disso, as narrativas também buscam abordar temas bem complexos e profundos, como a privacidade, a identidade, a morte, a solidão, a conexão humana e a ética. Cada episódio apresenta uma reflexão distinta.
Black Mirror também é conhecida por suas reviravoltas chocantes e finais surpreendentes. Os famosos plot twists, muitas vezes, deixam o espectador refletindo sobre a história por dias. Mas um dos aspectos mais interessantes de todo esse rico e vasto catálogo de apresentações relevantes sobre a sociedade, é justamente quando levantam questões como privacidade, vigilância, redes sociais, inteligência artificial, realidade virtual e muitos outros tópicos da vida moderna. Seu grande diferencial é conseguir chocar o público não pela ficção em si, mas pela verossimilhança com a aplicação da tecnologia no mundo real e suas consequências.
Quando a série surgiu, não havia tantos programas que suspeitavam da tecnologia. Hoje são muitos, então um dos desafios é diferenciar Black Mirror dos outros.
Charlie Brooker, criador da série Black Mirror
Outro aspecto importante é a forma como a série aborda a cultura da tecnologia. A grande aposta do projeto criado por Charlie Brooker é a crítica em relação a ela e sua dependência excessiva. Diversos episódios retratam invenções que podem ser usadas para controlar e manipular as pessoas, além de criar uma sociedade cada vez mais isolada e alienada. É muito claro que a intenção da tecnologia sempre foi facilitar a vida do ser humano, promovendo justiça e até mesmo igualdade, mas apenas se for usada de forma responsável e consciente — o que, no mundo real, não aparenta estar acontecendo na maior parte das vezes.
É válido dizer que, embora muitas pessoas também criem teorias conspiratórias e acreditem que a série tenha alguma relação com o sobrenatural, o diretor afirma que nada passa de uma grande observação atenta da realidade ao longo do tempo. Black Mirror acaba se tornando um grande retrato da vida.
Os episódios de Black Mirror
A premissa de cada episódio é diferente, como se fosse um filme independente. Em cada um, o personagem principal é confrontado com algum problema relacionado à tecnologia. Isso pode ser uma mensagem relacionada à privacidade, relacionamento, controle ou possíveis consequências de um meio tecnológico.
Apesar de cada roteiro ser diferente em termos de estrutura, os episódios continuam tendo referências a cultura pop e realidades alternativas futuristas. Isso só faz com que a série seja, basicamente, um filme avançado e simplesmente perfeito para o gosto popular.
Análise
Listamos os melhores episódios e os de mais repercussão segundo o público e a crítica como a Variety, uma das publicações mais respeitadas e influentes da indústria do entretenimento. Mas não se preocupe, a lista não contém spoilers.
Beyond the Sea (Temporada 6 – Episódio 3)
O episódio Beyond the Sea, da sexta temporada, apresenta uma história sombria e perturbadora sobre a perda, a solidão e a conexão humana. A trama se passa em uma versão alternativa de 1969, onde existe uma tecnologia que permite transferir essencialmente uma consciência para uma réplica mecânica altamente sofisticada.
A história começa com Cliff (Aaron Paul) e David (Josh Hartnett), dois astronautas que estão há dois anos em uma viagem de seis anos no espaço sideral. Eles passam a maior parte do tempo em casa com suas famílias por meio dessa tecnologia de conexão mencionada, até que David passa por uma terrível tragédia que o deixa profundamente destroçado. Cliff oferece ao amigo a capacidade de se conectar à sua réplica e pintar um retrato de sua casa, confiando nele para interagir de forma responsável com sua esposa e seu filho.
O episódio apresenta uma crítica à falta de conexão humana. A tecnologia abordada permite que os astronautas se comuniquem com suas famílias, mas também destaca a solidão e a falta de conexão emocional que eles sentem no espaço. Uma análise à falta de empatia e compaixão também são retratadas. Fora isso, a cinematografia também apela para algo mais perturbador e tortuoso, refletindo a perda e o sofrimento dos personagens. O impacto que a direção da série busca refletir é reforçada até pelo jogo de câmeras viradas de ponta-cabeça.
Assista ao episódio aqui: Beyond the Sea – Netflix
A Joan é Péssima (Temporada 6 – Episódio 1)
O episódio A Joan é Péssima foi um dos mais comentados desde a estreia da última temporada. Apresentando uma crítica à dependência da sociedade em relação à tecnologia e aos perigos da coleta de dados pessoais, a trama acompanha a história de Joan (Annie Murphy), uma mulher que tem sua vida transformada em uma série de TV por um serviço de streaming. Toda a vida da protagonista é baseada, em tempo real, nas ações de Joan e é por conta disso que ela tenta processar a empresa responsável pela produção.
Com um desenrolar de trama bem estratégico, embora a história tenda a se tornar algo complicado e confuso, o resultado é mais impressionante e coeso do que parece. O episódio levanta questões importantes sobre a privacidade, comentando sobre a coleta de dados por meio de aparelhos eletrônicos, como celulares, Smart TVs e outros dispositivos. Os termos de uso, sempre apresentados antes de adquirir algum produto, não à toa foram a escolha da série para exemplificar a questão. A dependência da sociedade em relação à tecnologia e a falta de atenção decorrente disso, é o que mais assustou a audiência alta do episódio.
Além disso, os pontos negativos do deepfake, tecnologia que usa inteligência artificial para trocar o rosto de pessoas em vídeos, e o uso de computação gráfica, também são citados de maneira a representar o perigo que podem causar.
O episódio é tão surpreendente e chocante, que se tornou algo extremamente comentado na internet, rendendo críticas à própria Netflix, uma vez que a plataforma fictícia na série tem características similares ao streaming. Muitos dos espectadores passaram um bom tempo desconfiados.
Assista ao episódio aqui: A Joan é Péssima – Netflix
Black Museum (Temporada 4 – Episódio 6)
Black Museum apresenta três histórias interligadas e que exploram a ideia de como a tecnologia pode ser usada para controlar e manipular as pessoas. O episódio segue a história de Nish (Letitia Wright), visitante de um museu de tecnologia que apresenta artefatos relacionados a crimes e inovações controversas.
A primeira história apresentada no episódio é a de um médico que usa uma tecnologia que permite que ele sinta a dor de seus pacientes, o que levanta questões sobre a ética médica. Já a segunda história aborda um homem capaz de transferir sua consciência para o corpo de outra pessoa, o que diz muito sobre a identidade e a privacidade. A terceira história é a de uma mulher com capacidade de se comunicar com os mortos, retratando claramente questões sobre a vida após a morte e o luto.
Em dado momento, Nish descobre algo sobre seu pai, o que a faz decidir agir e sentir as consequências disso. Pautas que envolvem justiça e o uso da tecnologia como meio para corrigir erros do passado, são elementos que fazem o espectador entrar em um estado de reflexão.
Já em termos de cinematografia, o episódio é bem feito, não deixando de transparecer o tom sombrio e fascinante, assim como a música, ajudando a criar a atmosfera clássica e propositalmente carregada de Black Mirror.
Assista ao episódio aqui: Black Museum – Netflix
Hang the DJ (Temporada 4 – Episódio 4)
Hang the DJ é um episódio que busca explorar a ideia de como a tecnologia pode afetar relações pessoais. A história segue Amy (Georgina Campbell) e Frank (Joe Cole), que vivem em um mundo onde os relacionamentos românticos são altamente controlados por um sistema de emparelhamento tecnológico. Esse mesmo sistema comanda os relacionamentos de ambos, ditando quanto tempo eles podem passar juntos e com quem. Em dado momento, logo são informados de que a tecnologia determinará a duração de seu relacionamento e que devem seguir as instruções do sistema sem questionar.
Questões como identidade e tudo o que a modernização pode fazer para afetá-la são os pontos-chave da história. O episódio aborda justamente a linha tênue do limite do que pode ser útil e prejudicial da tecnologia na sociedade. O sistema de namoro realmente busca a combinação perfeita de pessoas ou apenas manipula o ser humano para seguir instruções? Não à toa, um dos momentos de maior destaque é quando os dois são confrontados com a pergunta: “Quanto tempo você deve gastar com a pessoa certa?”, o que gera uma reflexão quase súbita no espectador.
A proposta da estética também envolve uma paisagem mais futurista em algumas cenas, sem deixar de exibir um aspecto realista. Esse talvez seja um dos episódios mais bem feitos em relação a efeitos especiais.
Assista ao episódio aqui: Hang the DJ – Netflix
Odiados pela Nação (Temporada 3 – Episódio 6)
Odiados pela Nação é um dos episódios mais longos e envolventes da série. Ele aborda questões significativas que, ao invés de explorar o uso de tecnologias futuristas específicas, se concentra em torno de problemas contemporâneos e tendências que já estão presentes no mundo.
A trama segue a vida de Karin Parke (Kelly Macdonald), uma detetive que se esforça em uma investigação policial relacionada a uma série de eventos misteriosos. Esses eventos estão ligados a uma situação que envolve redes sociais, vigilância e justiça popular. À medida que a apuração toda avança, os personagens principais descobrem a profundidade da manipulação em jogo e as consequências devastadoras que essa forma de justiça popular pode ter. Num todo, o episódio aborda como as ações online e a opinião pública podem afetar a vida das pessoas e desencadear consequências inesperadas.
Dessa vez, Charlie Brooker quis debater e examinar como o discurso das pessoas, influenciado pelas mídias sociais e pela pressão do coletivo, pode afetar a vida de alguém. A tensão é habilidosamente construída e a narrativa instiga reflexões sobre os perigos e dilemas éticos da tecnologia no mundo atual.
Assista ao episódio aqui: Odiados pela Nação – Netflix
San Junipero (Temporada 3 – Episódio 4)
No episódio San Junipero, a ideia de vida após a morte e a possibilidade de se viver em um mundo virtual é o que abrange toda a trama que acompanha a história de duas mulheres: Yorkie (Mackenzie Davis) e Kelly (Gugu Mbatha-Raw). As duas se conhecem e se apaixonam através de um mundo virtual, no qual permite que as pessoas vivam em uma versão idealizada dos anos 80 e possam escolher viver lá para sempre após a morte.
O episódio levanta questões interessantes sobre esse assunto e como a tecnologia pode ser usada para criar uma versão idealizada dela, uma vez que se trata de um tema que ainda é um tabu. A questão de identidade e relacionamentos são o foco principal, a ponto de, assim como em Hang the DJ, o questionamento que fica é de se um sentimento pode ser real ou apenas pura ilusão criada por uma tecnologia.
Ao contrário de toda a concepção da série, esse episódio em específico, é notável pela abordagem mais otimista. A atmosfera nostálgica, trilha sonora marcante e o equilíbrio único entre elementos de ficção científica e emoção, são o que o fizeram se tornar um dos episódios mais memoráveis e preferidos na visão do público. Até hoje, ele é frequentemente elogiado por dar um certo frescor, quase como um “respiro” ou alívio no suspense todo que Black Mirror carrega.
Assista ao episódio aqui: San Junipero – Netflix
Queda Livre (Temporada 3 – Episódio 1)
Queda Livre introduz o impacto das mídias sociais e da cultura de avaliação na sociedade. A história se passa em um mundo onde as pessoas são constantemente avaliadas por suas redes sociais e as classificações que recebem, influenciam todos os aspectos de suas vidas. O episódio apresenta a história de Lacie (Bryce Dallas Howard), uma mulher que vive em uma sociedade onde as pessoas são classificadas com base em suas interações sociais em uma escala de 1 a 5. A personagem é uma pessoa com uma classificação baixa e está lutando para melhorá-la.
O episódio aborda questões de autenticidade, identidade e as pressões sociais para se encaixar em padrões de comportamento socialmente aceitáveis, algo que vem ocorrendo na sociedade há um bom tempo. Além do mais, a trama oferece uma visão sombria, porém satírica, da cultura de busca por validação nas redes sociais, questionando até que ponto as pessoas estão dispostas a ir para manter ou melhorar sua imagem online.
Esse episódio também procura destacar como a busca constante por aprovação pode levar a um vazio emocional e a uma sensação de fachada na vida das pessoas. Temas de conformidade social são abordados, assim como a necessidade de ser “agradável” em um mundo altamente conectado pode afetar a autenticidade das relações interpessoais.
Fazendo parte do grupo de episódios preferidos de Black Mirror, esse é um que estimula reflexões sobre as pressões sociais e a busca por validação nas redes sociais, e como esses fatores podem moldar nossas vidas e identidades completamente. É interessante o quão a narrativa serve para nos fazer analisar a nós mesmos. Ele oferece uma crítica perspicaz sobre a sociedade moderna e os efeitos da cultura da aprovação e avaliação constante, o que já resultou e ainda pode resultar em muitas consequências irreversíveis.
Assista ao episódio aqui: Queda Livre – Netflix
Natal (Temporada 2 – Episódio 4)
Natal é um episódio especial da série que se destaca por sua complexidade e profundidade. A história segue dois personagens principais: Matt (Jon Hamm) e Joe (Rafe Spall), cujas vidas estão interligadas em um mundo futurista onde a tecnologia desempenha um papel central. Ambos estão em um relacionamento e lutam para lidar com a morte de uma amiga em comum, até que são apresentados a um dispositivo que permite que eles revivam suas memórias juntos.
Esse episódio fala de temas como isolamento, solidão, ética da inteligência artificial e as consequências não intencionais da tecnologia avançada. Além do mais, também explora questões morais complexas relacionadas ao uso de tecnologia para interagir com o mundo e com as pessoas ao nosso redor.
A narrativa é contada de forma intrigante, com várias reviravoltas e oferecendo um outro tipo de olhar sobre o uso da tecnologia para controlar ou manipular as pessoas, assim como outros episódios. Ao mesmo tempo, a trama lança luz sobre as questões humanas fundamentais de empatia, conexão e moralidade. É o tipo de história de Black Mirror que consegue conectar o comportamento humano com os avanços tecnológicos e como eles se misturam. Muito bem elogiado também por conta disso, o episódio provoca o espectador a refletir justamente sobre o impacto dos avanços da modernidade na natureza humana.
Assista ao episódio aqui: Natal – Netflix
Urso Branco (Temporada 2 – Episódio 2)
Urso Branco se destaca por sua intensidade e atmosfera totalmente perturbadora. A história relata a vida de Victoria (Lenora Crichlow), uma mulher que acorda em um mundo estranho e aterrorizante, sem lembrança do seu passado ou identidade. Ela logo descobre que está sendo perseguida por pessoas mascaradas.
O episódio evidencia temas de memória, punição e vingança em um contexto mais misterioso e de suspense. Ele desafia os espectadores a refletir sobre questões morais complexas e o desejo de justiça em uma sociedade cada vez mais voltada para o entretenimento e a vigilância. Com várias reviravoltas e sempre buscando levar uma sensação de estranheza, mas também fazendo com que o público persista intrigado, a narrativa vai ressaltar sobre a natureza da punição, o papel da mídia e até o voyeurismo. A tecnologia vem a surgir no episódio com a aparição de um dispositivo de realidade virtual responsável pelo enredo todo.
Essa é mais uma história que também conta do lado negativo da tecnologia, no sentido de manipulação e todo lado frio e desumano das pessoas. Tensão e provocação desafiam o espectador a todo momento sobre a natureza da justiça e da vingança em uma era de entretenimento. Ele oferece uma experiência intensa e bastante angustiante.
Assista ao episódio aqui: Urso Branco – Netflix
Volto Já (Temporada 2 – Episódio 1)
Volto Já é voltado para o lado mais emotivo e reflexivo de Black Mirror, explorando temas de luto, tecnologia e a identidade humana. A história segue a vida de Martha (Hayley Atwell) após a morte súbita de seu parceiro, Ash (Domhnall Gleeson). Em sua busca por lidar com a perda, ela se envolve com uma tecnologia inovadora que permite “ressuscitar” as pessoas através de seus registros online e interações passadas.
Com profundidade na questão de como as pessoas lidam com a perda, o episódio dá enfoque na possibilidade da tecnologia ser usada para manter a conexão com entes queridos falecidos e até onde estamos dispostos a ir para preservar a memória das pessoas que perdemos. A narrativa é bem conduzida e retratada com muita sensibilidade, oferecendo um olhar perspicaz sobre o ser humano, a importância da conexão humana e as complexidades emocionais que surgem quando a tecnologia se envolve com as nossas vidas de maneiras mais intensas, profundas e pessoais. É sobre como ela pode ser útil.
Muito bem elogiado pelas performances excepcionais, especialmente de Hayley Atwell, o episódio também é relevante pela capacidade de tocar os corações dos espectadores enquanto levanta questões morais e filosóficas sobre o uso da tecnologia em momentos tão sensíveis. Assim como San Junipero, esse é um dos poucos “alívios” de Black Mirror, uma vez que o clima é mais brando, ainda que tocante.
Assista ao episódio aqui: Volto Já – Netflix
Black Mirror: Bandersnatch
Black Mirror: Bandersnatch é uma experiência interativa e inovadora dentro do universo de Charlie Brooker. Diferente dos episódios tradicionais da série, esse é um filme interativo que permite aos espectadores tomar decisões que afetam o desenvolvimento da história através do controle remoto da TV.
A trama segue Stefan Butler (Fionn Whitehead), um jovem programador que está criando um jogo de videogame baseado em um livro interativo. Conforme os espectadores fazem escolhas ao longo da história, eles influenciam o destino de Stefan e o rumo do enredo. Por ter uma narrativa não linear, que oferece múltiplos caminhos e finais diferentes, sua trama acaba dependendo das escolhas feitas. Ainda assim, o filme também aborda temas característicos da série, como o livre-arbítrio, a realidade alternativa e o controle da tecnologia sobre a vida das pessoas.
Justamente por ser algo interativo e personalizado, a experiência de assistir acaba por ser envolvente e desafiadora, já que os espectadores são confrontados com decisões morais e éticas que afetam o protagonista e o resultado todo. Na época de seu lançamento, foi o primeiro projeto desse modelo da Netflix, o que gerou uma grande comoção, especialmente se considerar que se tratava de algo dentro do mundo de Black Mirror. É quase como uma experiência de viver um episódio assustador, tenso e real.
Além do mais, esse especial também levanta questões interessantes sobre como a tecnologia pode ser usada para criar experiências personalizadas e como isso pode afetar a forma como consumimos mídia. No final de tudo, é como se Black Mirror estivesse deixando de ficar na teoria para ser colocada em prática pela própria sociedade. É uma prova do que o conteúdo da série sempre quis mostrar.
Assista ao filme aqui: Black Mirror: Bandersnatch – Netflix
Black Mirror e suas conexões com a vida real
A esse ponto, já não é mais novidade que Black Mirror se destacou por sua exploração de como a tecnologia impacta a sociedade e a vida das pessoas. A série oferece uma visão distópica de um futuro próximo, onde as inovações tecnológicas, muitas vezes mal utilizadas ou mal regulamentadas, têm consequências perturbadoras. Todos os episódios servem como um espelho da nossa relação com a tecnologia, nos confrontando com os perigos potenciais de nossas escolhas e dependência radical e perigosa.
A série aborda preocupações prementes, como a perda de privacidade devido à vigilância constante, um tópico que tem gerado debates sobre as práticas de observação de governos e empresas. Isso pode ressoar diretamente as discussões sobre ética na coleta de dados pessoais e a necessidade de regulamentação.
Black Mirror também alerta para a manipulação de dados e a disseminação de notícias falsas, ou o que comumente é chamado de fake news, um fenômeno que ganhou destaque nos debates contemporâneos sobre desinformação e sua influência na política e sociedade. Em paralelo a isso, a série também foca na concentração de poder nas mãos de grandes empresas, o que está no centro de debates atuais sobre essas mesmas influências citadas.
Uma busca incessante por validação e aprovação nas redes sociais é outro ponto de conexão, uma vez que validação online pode moldar a autoestima e as relações interpessoais. Essa é uma realidade que muitos experimentam na sociedade atual, onde a imagem nas redes sociais muitas vezes desafia a autenticidade. Com isso, se dá um questionamento importante sobre até que ponto a tecnologia pode substituir a experiência real e como isso afeta nossa relação com o mundo.
Além disso, a inteligência artificial e a automação são temas também bem discutidos, pois desde a época que ainda eram apenas projetos em desenvolvimento, já se falava sobre. Com a crescente presença da IA em nossas vidas e a automação de tarefas, questões éticas sobre o uso e controle da tecnologia se tornaram centrais e até inevitáveis. Em conjunto a isso, se dá a pauta sobre o isolamento social pelo uso excessivo de dispositivos e redes sociais, o que é uma tendência mais do que contemporânea. Black Mirror nos faz questionar bastante sobre como nossa dependência da tecnologia pode nos afastar das relações pessoais genuínas.
Diálogos marcantes
No episódio Queda Livre, a personagem principal é impedida de conseguir um apartamento melhor e um emprego melhor por causa de sua classificação social baixa. A conexão que se faz com a realidade e toda a vida contemporânea é a de usar as redes sociais para julgar e classificar as pessoas com base em suas interações online.
Eu não sou uma pessoa de 4,2. Eu sou uma pessoa de 4,5. Eu mereço mais do que isso.
Queda Livre (Temporada 3, Episódio 1)
No episódio Hang the DJ, a protagonista é forçada a usar um aplicativo de namoro que controla suas relações pessoais e sexuais. O exemplo reflete claramente o uso constante de aplicativos de relacionamentos que muitos usam até hoje para conhecerem outras pessoas, o que já foi motivo de discussões online sobre questões de provocar uma relação a ser banal e até sem propósito.
Eu não quero um relacionamento perfeito. Eu só quero alguém que me ame de verdade.
Hang the DJ (Temporada 4, Episódio 4)
Em Black Museum, uma mulher é apresentada a uma tecnologia que permite que ela sinta a dor de outra pessoa. Embora isso faça refletir sobre um possível sentimento de empatia, também mostra a falta de percepção sobre nós mesmos ao longo do tempo.
Eu não quero sentir a dor de outra pessoa. Eu quero sentir a minha própria dor.
Black Museum (Temporada 4, Episódio 6)
No episódio Arkangel, uma mãe usa um dispositivo de monitoramento para controlar a vida de sua filha. A conexão que isso faz com a realidade é justamente o controle excessivo sobre um ser humano. Apesar do contexto do laço sanguíneo, a ideia de uso de tecnologia para o monitoramento de crianças ainda pode ser considerado radical e motivo de debate sobre direitos humanos.
Eu só quero saber que ela está segura.
Akangel (Temporada 4, Episódio 2)
Em Odiados pela Nação, o uso da tecnologia no episódio é usado para impor consequências negativas. Aqui, o paralelo com a vida real é em relação às redes sociais como instrumento de divisões políticas e sociais, algo bastante recorrente. A cultura do cancelamento é um exemplo disso.
As pessoas estão morrendo por causa de hashtags. Isso é loucura.
Odiados pela Nação (Temporada 3, Episódio 6)
No episódio Metalhead, uma mulher luta para sobreviver em um mundo pós-apocalíptico dominado por robôs assassinos. O paralelo se dá no pensamento sobre as inteligências artificiais e robôs como substitutos de seres humanos.
Eles não têm compaixão. Eles não têm empatia. Eles só têm uma missão.
Metalhead (Temporada 4, Episódio 5)
Em Crocodilo, uma mulher usa tecnologia para reviver suas memórias e descobrir a verdade sobre um evento. A conexão com a tendência contemporânea existe ao envolver o uso da tecnologia para coletar e analisar dados pessoais.
Eu não quero que ninguém saiba o que eu fiz.
Crocodilo (Temporada 4, Episódio 3)
No episódio Striking Vipers, dois amigos usam um jogo de realidade virtual para explorar sua sexualidade, fazendo referência ao uso da tecnologia para a possibilidade de se encontrar e se conhecer.
Eu não sou gay. Eu só estou explorando.
Striking Vipers (Temporada 5, Episódio 1)
Tecnologias e suas referências
Black Mirror é uma série de televisão que apresenta e gira em torno de tecnologias futuristas que, em muitos casos, já se tornaram realidade.
As tendências tecnológicas têm o potencial de transformar a forma como vivemos e trabalhamos. Mesmo que elas apresentem alguns desafios, também não deixam de impactar em termos de oferecer oportunidades para melhorar a eficiência, a segurança e a transparência em uma variedade de setores.
Inteligência artificial
A IA é uma tecnologia com potencial de transformar a forma como vivemos e trabalhamos. Ela pode ser usada para automatizar tarefas, melhorar a eficiência e a precisão em uma variedade de campos, desde a saúde até a indústria automotiva. Hoje em dia, o ChatGPT é o mais buscado.
Como exemplo, o episódio Toda a sua História apresenta um mundo onde os humanos são equipados com tecnologia que grava o que veem e ouvem em tempo real, permitindo que revisem suas memórias. Recentemente, foi anunciado um dispositivo vestível chamado Rewind Pendant, que permite aos usuários capturar tudo o que veem e ouvem ao longo do dia com a ajuda de uma assistente de inteligência artificial. Para se ter uma noção, a novidade já teve 3 milhões de visualizações nas redes sociais e mais de 3 mil pré-encomendas em apenas dois dias após o anúncio.
Realidade virtual e aumentada
Essas duas tecnologias são bem semelhantes, permitindo que as pessoas experimentem um ambiente virtual ou sobreponham informações digitais ao mundo real. Podem ser usadas para melhorar a educação, o entretenimento e a saúde, assim como também são vistas em jogos, treinamento de simulação, publicidade e até mesmo em cirurgias médicas. A tecnologia de realidade virtual é usada em jogos com o uso do Oculus Rift, do Vision Pro ou do PlayStation VR, enquanto a de realidade aumentada pode ser usada em aplicativos como o Pokemon Go ou o Ingress Prime.
A forma como essa tecnologia em questão se torna um assunto crescente a cada dia que passa, faz com que muitos outros assuntos também sejam gerados e discutidos em torno, principalmente, dos relacionamentos. Tendo em vista que as pessoas parecem se mover muito mais para um espaço virtual, com a existência de aplicativos de namoro e salas de bate-papo baseadas em conexões surgidas na internet, a série também aborda isso no episódio Striking Vipers.
Implantes cerebrais
Esses são dispositivos eletrônicos que são implantados no cérebro para melhorar a saúde cerebral. Essa tecnologia já está em desenvolvimento para tratar a epilepsia e o Parkinson, por exemplo. A empresa Neuralink, fundada pelo empresário Elon Musk, está trabalhando em tecnologia de implantes cerebrais que podem ajudar a tratar algumas das doenças neurológicas.
Assistente virtual
Aqui, a tecnologia vai mais além, permitindo que as pessoas interajam com dispositivos eletrônicos usando comandos de voz. Essa tecnologia é usada em smartphones, alto-falantes inteligentes e outros dispositivos eletrônicos. Por exemplo, a Siri da Apple, a Alexa da Amazon e o Google Assistant são assistentes virtuais populares que são usados em todo o mundo.
Reconhecimento facial
Se trata de uma tecnologia que permite que as pessoas sejam identificadas por meio de suas características faciais. Essa tecnologia é usada em sistemas de segurança, como aeroportos e prédios governamentais, mas também já foi aderida para desbloqueios de aparelhos eletrônicos.
Drones e robôs
Em relação a drones, estamos falando de veículos aéreos não tripulados que são controlados remotamente. Essa tecnologia é usada em uma variedade de aplicações, como entregas, inspeções de infraestrutura e filmagens aéreas. Por exemplo, a Amazon já trabalha com um serviço de entrega por drone que pode entregar pacotes em até 30 minutos.
Já sobre robôs, o episódio Metalhead segue a história de uma personagem fugitiva de um grupo de cães robóticos. Essa tecnologia é até algo inerente da ficção científica, mas se considerarmos a realidade, a empresa Boston Dynamics vem logo à mente. Mesmo tendo declarado não ser à favor de uma militarização de seus robôs, suas criações já foram adotadas pela polícia de Nova York e pelo exército francês.
Upload de mentes
No episódio San Junipero, a ideia de que a consciência humana pode ser transferida para um computador, é algo já em planejamento. O bilionário russo Dmitry Itskov, desde 2013, tem investido uma grande parte de sua fortuna em pesquisas para o desenvolvimento dessa tecnologia. Além disso, o cientista e ex-engenheiro do Google, Ray Kurzweil, afirmou na Global Future 2045 International Congress, que o ser humano será capaz de fazer o upload de sua mente ainda nesse futuro não tão distante. Embora ainda não criada e posta em prática, já se trata de algo em evolução.
Redes sociais
Plataformas online que permitem que as pessoas se conectem e compartilhem informações. Essa tecnologia é usada por bilhões de pessoas em todo o mundo para se conectar com amigos e familiares, compartilhar informações e se envolver em discussões políticas e sociais. O Twitter e o Instagram são algumas das redes sociais mais populares do mundo.
Blockchain
Com uma função bem específica, essa tendência tecnológica se refere a um registro digital descentralizado e seguro de transações. Ele pode ser usado para melhorar a segurança e a transparência em diversos setores, desde finanças até saúde.
Veículos autônomos
Pode ser que essa seja a tecnologia mais visionária da sociedade, uma vez que quando pensamos em futuro, aparelhos ou qualquer outros meios sem intervenção humana, sempre vieram à mente. Os veículos autônomos podem ser usados para melhorar a segurança e a eficiência no transporte, além de facilitarem outros setores como é o caso do carro do Google a serviço do Google Street View, por exemplo.
Implicações das tecnologias
Como já dito anteriormente, Black Mirror, desde sua primeira temporada, tem sido reconhecida por sua capacidade única de provocar reflexões profundas sobre o relacionamento complexo entre a humanidade e a tecnologia. A série levanta questões perturbadoras sobre o impacto das inovações tecnológicas em nossas vidas, apresentando cenários que, embora fictícios, não estão tão distantes da realidade quanto poderíamos imaginar.
Com esse contexto em mente, é muito válido também explorar as implicações de cada tecnologia, afinal, a própria série bate justamente na tecla de que tudo tem seus prós e contras. O impacto do avanço da modernidade está sendo tão grande a cada dia, que nunca deixa de ser importante analisar a sociedade como um todo nesse aspecto. Ela é uma ferramenta moldada pelas escolhas da sociedade, portanto, cabe ao ser humano garantir que as decisões tomadas promovam um equilíbrio sensato entre o progresso tecnológico e a preservação dos valores e direitos fundamentais.
Implicações Éticas
As tecnologias retratadas na série, frequentemente levantam dilemas éticos. Por exemplo, a clonagem digital de pessoas, como vista em USS Callister, suscita questões sobre consentimento, identidade e o que significa ser humano. A criação de cópias digitais de indivíduos requer uma análise profunda das fronteiras entre a privacidade e a liberdade individual.
Implicações Sociais
A classificação social, como destacada em Queda Livre, levanta preocupações sobre a forma como as redes sociais e a avaliação de pessoas podem impactar as interações humanas e a discriminação. À medida que nos movemos em direção a sistemas de avaliação social, precisamos considerar como proteger a igualdade e a dignidade humana em um mundo onde nossa reputação virtual pode afetar nossas vidas reais também.
Implicações Econômicas
Tecnologias como a inteligência artificial, exploradas em vários episódios como Rachel, Jack and Ashley Too, têm implicações econômicas significativas. Embora a parte da automação possa aumentar a eficiência, ela também ressalta preocupações sobre o desemprego e a necessidade de requalificação da força de trabalho. O equilíbrio entre os benefícios econômicos e a justiça social requer uma abordagem cuidadosa.
Implicações Políticas
Esse é um dos assuntos mais frequentes, uma vez que diversos episódios dão foco em questões como governos autoritários, controle estatal e desafios políticos. O primeiro episódio da primeira temporada, Hino Nacional, explora o papel da política na sociedade digitalizada, destacando as consequências de decisões em um mundo cada vez mais conectado.
Implicações Legais
A vigilância em massa e a manipulação de mídias sociais, como evidenciado em Urso Branco, desafiam o quadro legal existente. A privacidade em um mundo cada vez mais conectado precisa de regulamentações mais abrangentes, enquanto a responsabilidade das plataformas de mídias sociais em relação ao conteúdo e à desinformação, exige uma análise cuidadosa das leis de responsabilidade.
Implicações Culturais
As mudanças culturais que resultam do avanço tecnológico também são retratados como no caso de Versão de Testes, onde exploram como a cultura do entretenimento é moldada pela realidade virtual e como os jogos estão transformando as experiências culturais. Isso levanta questões sobre como nossos valores e formas de entretenimento estão evoluindo em resposta à tecnologia.
Implicações Ambientais
Embora a série não seja principalmente voltada a esse tema, alguns episódios como Engenharia Reversa, exploram as implicações ambientais do uso da tecnologia militar avançada. A série convida o público a considerar como o avanço tecnológico pode afetar o meio ambiente, especialmente quando se trata de desenvolvimento militar e suas consequências para o planeta.
Implicações de Privacidade
Episódios como Toda a sua História mostram como a tecnologia pode ameaçar a privacidade das pessoas, especialmente quando se trata de gravação e compartilhamento constante de informações pessoais. Nesse quesito, a produção instiga discussões sobre o equilíbrio entre segurança e privacidade em uma era de vigilância constante. Esse fator é um dos que mais são discutidos, uma vez que a realidade serve cada vez mais de prova, não à toa a implicação da Lei Carolina Dieckmann há dez anos.
Black Mirror não é contra a tecnologia
É sempre bom lembrar que a produção nunca teve objetivo de servir como uma crítica ao avanço da tecnologia, muito pelo contrário. Foi devido a isso que Charlie Brooker precisou esclarecer mais uma vez, após o lançamento da sexta e mais recente temporada.
O problema não é a tecnologia – de jeito nenhum. A questão é que abordamos na série a má utilização dela. Fico chateado quando dizem que Black Mirror é uma produção contrária à tecnologia; apenas a usamos de maneira como, por exemplo, outras produções utilizam aspectos sobrenaturais para aterrorizar.
Charlie Brooker, criador de Black Mirror
Embora sempre possam haver dúvidas e opiniões contrárias, justamente pelos episódios pesarem nos aspectos negativos da abordagem do uso da tecnologia, Brooker afirma que não se trata da modernidade e tudo que é criado com ela. Sua perspectiva parece ser bem expressada na série quando, na realidade, a mensagem que é mal interpretada pelo público. Em outras palavras, o showrunner declara que o intuito é mostrar o comportamento, atitudes e reações da sociedade com a tecnologia.
Havia um pequeno perigo de que as pessoas classificassem [a série] como “a tecnologia é ruim” – e achei isso um pouco frustrante. Em parte porque sempre pensei: “Bem, a série não está dizendo que a tecnologia é ruim, está dizendo que as pessoas estão perdidas”. Então, sabe, entendam isso.
Charlie Brooker, criador de Black Mirror
Conclusão
Em resumo, Black Mirror apresenta uma visão sombria do futuro, onde a tecnologia é usada de forma irresponsável e desumana. A série se tornou um símbolo do medo e da incerteza que sentimos em relação ao mundo moderno e em constante mudança. Sempre que uma nova tecnologia é apresentada, referências à série distópica inundam as seções de comentários nas redes sociais. Isso se deve em parte à habilidade de Charlie Brooker em extrapolar tendências tecnológicas e prever seus efeitos na humanidade. No entanto, às vezes suas previsões podem ser assustadoramente precisas. É quase como se a sociedade, com suas novas criações tecnológicas, tivessem confundido as histórias de Brooker com um manual de instruções.
Mas de modo geral, as conexões com eventos e tendências contemporâneas, tornam a série perspicaz e provocativa. Ela nos desafia a refletir sobre como equilibrar o potencial positivo da tecnologia com a responsabilidade, ética e preocupação pelo bem comum. Black Mirror serve como um alerta para que se tenha uma ponderação sobre como as tendências atuais podem afetar o mundo, além de um uso da tecnologia de forma mais consciente e responsável.
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Fontes: Rolling Stone, Terra, VEJA, Voicers
Revisado por Glauco Vital em 16/10/23.
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