Consumir conteúdo por streaming virou tendência. É mais cômodo abrir o Spotify, selecionar seu artista favorito e começar a ouvir suas músicas ou escolher uma playlist e receber sugestões selecionadas por uma curadoria. Na Netflix é a mesma coisa: é bem mais simples escolher séries e filmes baseado nas sugestões que você assiste e ter tudo ali ao seu alcance: é só escolher o que quer ver e dar o play, sem se preocupar em ir buscar esse conteúdo.
Esse trabalho de filtrar o conteúdo para trazer algo personalizado e que agrade o seu gosto pessoal é chamado de curadoria de conteúdo. Agora, já passou pela sua cabeça que isso possa existir em aplicativos de mensagem como o WhatsApp? Então veja essa história e entre no bizarro submundo do WhatsApp.
De acordo Eden Wiedemann, existem pessoas que faturam até R$15 mil (ou muito mais) gerenciando grupos de WhatsApp. De acordo com seu relato publicado no LinkedIn, ele descobriu que isso existia ao ver um amigo trocando o Waze por um grupo onde “pegava dicas de trânsito”.
— “Que trânsito absurdo, liga aí o Waze e vê qual o melhor caminho.”
—”Que Waze que nada, o esquema é o Zapzap.”
— “Deixa de inventar moda, pô, o Waze serve pra isso.”
— “Aqui é melhor, vê só?—?disse enquanto clicava no ícone verde na tela de seu Android.”
Trecho do diálogo de Eden e seu amigo.
Eden disse que se aprofundou mais no assunto e descobriu que seu amigo pagava R$10,00 por mês para participar de 4 grupos, que ele disse ser: “Fora PT”, um grupo só com imagens, vídeos e pessoas contra o PT, “bandas sertanejas”? que se trata de uma curadoria de novas bandas sertanejas, o grupo de trânsito e um de “Humor”.
Seu amigo ainda afirmou que o dono dos grupos, chamado de Galego, tem mais de 500 grupos lotados. Na época, os grupos do WhatsApp tinham um limite de 100 pessoas, hoje são 256. Pelo apurado por Eden, Galego estaria ganhando cerca de R$15 mil por mês, mas poderia ganhar bem mais que isso.
Desses 500 grupos, o conteúdo não é totalmente variado, acontece que quando um grupo lota, ele abre outro. E até existe uma busca por novos grupos, como um de “Música Gospel” que ele criou à pedidos.
De acordo com ele, esse negócio funciona a meses, fora do radar e a divulgação acontece boca a boca. Tudo é informal. O pagamento é feito pelo “cliente” com um depósito mensal na conta corrente de Galego e o comprovante é enviado pelo próprio WhatsApp. A ideia de criar os grupos surgiu quando ele vendia DVDs na rua e muita gente o procurava pedindo DVDs com “vídeos engraçados” que as pessoas enviam em grupos de bate-papo e redes sociais.
O mais impressionante disso tudo é a maioria das pessoas são simples. Mas pagam ali seus R$10 reais por mês para ter acesso a um conteúdo, que se elas soubessem o caminhos das pedras, teriam de graça. Não deixa de ser uma espécie de “curadoria de conteúdo“, feita para facilitar a vida de pessoas que trabalham muito e possuem pouco tempo para pesquisar e selecionar notícias por conta própria.
Particularmente, esse submundo do WhatsApp me deixou boquiaberto. De certa forma, mostra que, mais uma vez, o brasileiro sabe se reinventar em momentos de crise.
Confira aqui a matéria completa.
O que você achou de descobrir sobre estes inusitados grupos de WhatsApp? Já participa de algum? Comente abaixo.
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