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Após a tomada do Afeganistão, grandes empresas de tecnologia têm se preocupado sobre os tipos de conteúdos que poderiam circular em suas plataformas a respeito do grupo extremista. Como resultados, elas estão reivindicando o conteúdo do Talibã em posição contrária às atitudes do movimento, com base nas políticas de cada companhia. Algumas já estão bloqueando o acesso, outras ainda estão por tomar uma ação. ()
Sob o teto da lei norte-americana, as big techs seguem o posicionamento dos Estados Unidos contra a organização do grupo dentro das redes sociais. Para impedir que continuem propagando notícias extremistas, as companhias estão procurando maneiras de orquestrar a situação da maneira mais sábia possível, segundo suas convicções.
Situação do Talibã
O Talibã é um movimento fundamentalista e nacionalista islâmico cujas ações são motivadas por questões religiosas extremistas. No Afeganistão, o grupo já assumiu o governo três vezes. É associado frequentemente à violência e à opressão de direitos civis, principalmente para as mulheres, que são submetidas a regras rígidas de comportamento social. Esta é a organização radical responsável pelo atentado à ativista Malala Yousafzai em 2012.
No último (15), o Talibã invadiu o palácio presidencial em Cabul, capital do Afeganistão, e assumiu o controle do poder. O presidente Ashraf Ghani fugiu para que não houvesse derramamento de sangue. No aeroporto de Cabul, único local de saída no país, integrantes do grupo atiraram para o alto a fim de estabelecer ordem no local. Com medo, os afegãos entraram em pânico e foram vistos subindo em aeronaves para tentar escapar da tirania. Vídeos que circularam nas redes sociais mostram imagens terríveis do momento, que resultou em mortes após a decolagem de aviões.
Em meio ao caos da guerra, o Afeganistão agora está sob o controle de um grupo que acredita na soberania étnica e religiosa. A população vive um momento incerto e de extrema opressão. Enquanto isso, os Estados Unidos são diretamente questionados sobre um possível contra-ataque. O presidente Joe Biden assumiu responsabilidade pelo retorno do Talibã em coletiva à imprensa e defende retirada. Tempos atrás, o executivo-chefe dos EUA tinha pretensões de evacuar o exército local no Afeganistão ainda em agosto. O ex-presidente Donald Trump culpa Joe Biden pelo ataque.
Posição das empresas sobre o Talibã
As principais redes sociais estão prevendo ações para impedir a propagação de conteúdos de cunho ofensivo pelo Talibã. Assuntos e contas relacionadas ao movimento estão tendo o acesso bloqueado. Segundo o Financial Times, o WhatsApp fechou uma linha de ajuda do grupo, que utilizava a rede para dizer à população em Cabul que eles eram os responsáveis pela segurança do país. Isso também cumpre a lei norte-americana, segundo uma porta-voz da empresa para o Business Insider.
Entretanto, o WhatsApp diz ainda que não pode apagar mensagens criptogradas do Talibã. Sendo um assunto que constantemente vem à tona, a política de privacidade da rede social não permite que mensagens de texto e voz de qualquer usuário sejam divulgadas e acessadas em banco de dados. Dessa forma, o Talibã ainda conseguirá utilizar o canal para compartilhar informações, embora o WhatsApp esteja trabalhando para impedir atitude para além dos envios escritos.
Já o Facebook anunciou na última terça-feira (17) que baniu o Talibã em todas as suas plataformas, incluindo o Instagram. Em uma rede influenciável que acumula muitos locais de propagação de notícia, a empresa seguiu uma de suas políticas de atuação. A atitude se enquadra contra as “Organizações Terroristas Perigosas” do governo norte-americano, que prevê que qualquer informação de grupo, instituição ou movimento considerados ameaça à nação, seja impedido de propagar informações nas plataformas online. Portanto, está proibido também elogios e apoios ao grupo, ações passíveis de banimento de conta.
Em um dos pontos aos quais a companhia é mais criticada, o Facebook implementou ainda uma equipe de especialistas para averiguar problemas na rede a respeito do grupo e evitar o discurso de ódio. Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talibã, criticou a atitude do Facebook e disse que a empresa está reprimindo a liberdade de expressão no Afeganistão com o banimento de contas.
A princípio, o YouTube não havia confirmado o banimento do Talibã em sua plataforma. Mas, na última segunda-feira (16), disse à Reuters que seguirá a lei dos Estados Unidos, cuja norma obriga tal atitude. Sendo assim, qualquer conta associada ao grupo será descontinuada.
Na contramão das outras companhias, o Twitter não se mostrou firme ao banimento de contas. A Reuters afirmou em uma matéria que a rede social era usada por porta-vozes do Talibã para compartilhar atualizações do grupo para milhares de seguidores. Entretanto, ao questionar o Twitter de tais atitudes e o que seria feito para combatê-las, a empresa se recusou a responder, apenas reiterando sua política interna de prevenção à conduta violenta e odiosa.
Questionados pela Business Insider, a empresa disse que a situação no Afeganistão está progredindo e as equipes estão observando o uso da rede social para pedir ajuda. “A principal prioridade do Twitter é manter as pessoas seguras, e permaneceremos vigilantes. Continuaremos a aplicar proativamente nossas regras e revisar o conteúdo que possa violar as regras do Twitter, especificamente as políticas contra a glorificação da violência, manipulação de plataforma e spam”, disse o Twitter para o portal Insider.
Enquanto a situação caótica no Afeganistão é instaurada, as corporações dos Estados Unidos tentam combater o discurso tirano e ofensivo no ambiente virtual. Isso acontece antes do país muito provavelmente tomar uma atitude conflituosa com seu exército no local agora dominado pelo Talibã.
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Fontes: Business Insider (1) | Business Insider (2) | Business Insider (3) | Interesting Engineering
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