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A tecnologia está avançando em um ritmo acelerado, e uma das áreas mais impactadas é a criação de imagens e vídeos realistas. Com o uso de Inteligência Artificial, CGI e deepfake, é agora possível criar personagens indistinguíveis de pessoas reais e isso está levando a uma nova era de entretenimento, na qual celebridades que já faleceram podem ser trazidas de volta à vida para estrelar novos filmes e programas de TV. A seguir, vamos descobrir os principais casos de atores e personalidades que foram ressuscitados com IA e quais as principais controversas éticas que isso tem ocasionado.
Assista o vídeo no Canal do Showmetech:
O polêmico comercial da Volkswagen com Elis Regina
Recentemente, a empresa Volkswagen lançou uma nova propaganda para a edição limitada do ID.Buzz, a sua nova Kombi elétrica. Nela, a cantora Maria Rita fazia um dueto impossível com a sua falecida mãe, Elis Regina, em uma campanha celebrando os 70 anos da marca no Brasil, comparando modelos de carros clássicos e atuais.
Muitas pessoas na internet adoraram a homenagem e acharam a propaganda criativa. Entretanto, alguns grupos se mostraram totalmente contra o uso das imagens de Elis Regina por considerarem uma falta de respeito com a cantora que, por motivos óbvios, não teve o consentimento para participar da ação de publicidade da marca. Enquanto isso, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, o Conar, abriu um processo ético contra a Volkswagen e AlmapBBDO, agência publicitária responsável pela ação, para avaliar se é certo ou não “reviver” uma pessoa morta através de tecnologia em uma propaganda.
Os denunciantes não foram revelados pelo órgão em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados, porém a acusação é de que houve falta de ética quando a empresa utilizou ferramentas tecnológicas e IA para trazer pessoas de volta à vida.
As questões éticas desse uso da Inteligência Artificial
O uso de tecnologia e Inteligência Artificial para ressuscitar atores e famosos em filmes, shows e propagandas levanta uma série de questões éticas que são debatidas pela internet e no meio jurídico. As pessoas que faleceram não podem dar seu consentimento para o uso de suas imagens ou vozes, e é importante considerar os possíveis efeitos negativos que isso pode ter em seus entes queridos.
Além disso, a tecnologia também pode ser usada para criar deepfake: vídeos ou áudios manipulados para fazer parecer que alguém diz ou faz algo que nunca disse ou fez, o que pode ser usado para fins maliciosos, como espalhar desinformação ou difamação. Por isso, é importante desenvolver medidas para garantir que a IA seja usada de forma ética e responsável.
A inteligência artificial também pode ser usada para criar imagens ou vídeos de pessoas que faleceram para fins comerciais, como mostrado anteriormente. Por exemplo, uma empresa poderia usar a IA para criar um vídeo de um falecido ator promovendo seu produto. Isso levanta questões sobre o uso de imagens de pessoas que faleceram para fins lucrativos.
No que tange aos aspectos jurídicos, o uso da imagem de uma pessoa falecida para fins comerciais pode gerar muita discussão. Em se tratando de uso sem autorização de qualquer herdeiro ou do próprio titular em vida, a legislação pertinente sobre o tema permite aos herdeiros a realização de atos para que cessem o uso da imagem do artista falecido, ainda que esse uso não seja depreciativo à imagem do falecido.
Gustavo Finotti dos Reis Nunes – Advogado
Além das questões éticas e lucrativas mencionadas, o uso de IA para ressuscitar atores e famosos também pode levantar questões jurídicas. Por exemplo, é possível que os herdeiros de uma pessoa que faleceu possam reivindicar direitos autorais sobre imagens ou vídeos criados com IA de sua imagem. Também é possível que as pessoas que faleceram possam ser consideradas “atores” em filmes ou programas de TV criados com IA, e que elas possam ter direito a compensação por seu trabalho.
Utilizada a imagem com a permissão dos herdeiros, há cautelas a serem apreciadas. Em primeiro lugar, averiguar se o uso da imagem de alguma forma mancha ou não o legado deixado pelo falecido e sua imagem. Em segundo lugar, há de se respeitar uma eventual decisão em vida do falecido acerca do uso da sua imagem e seus limites em testamento; ainda que esse uso seja contrário aos interesses comerciais dos herdeiros.
Gustavo Finotti dos Reis Nunes – Advogado
Como é feita a ressurreição dos famosos?
A recriação de famosos em filmes, shows e propagandas com uso de tecnologia é conhecida como “recriação digital” ou “ressuscitação digital”. Essa técnica envolve o uso de tecnologias avançadas de computação gráfica e efeitos visuais para trazer de volta à vida artistas que já faleceram ou envelheceram significativamente. Essa técnica não é tão novidade assim, apesar de seu uso ter se popularizado pelo aumento considerável na qualidade dessas recriações.
São utilizadas imagens e vídeos existentes do artista, com referência adicionais, para criar um modelo digital altamente detalhado e realista do rosto da pessoa. Esse modelo é então animado para imitar os movimentos e expressões faciais do artista original. Essa técnica é conhecida como “captura de desempenho” e envolve o uso de atores ou dublês para fornecer os movimentos e as expressões necessárias, na maioria dos casos.
Os principais casos
A seguir, vamos listar os principais casos de uso de tecnologia pra ressuscitar famosos em filmes, séries, shows e comerciais. Em diversas ocasiões houve autorização legal para o uso, entretanto temos algumas polêmicas nessa lista que causaram discussões e processos jurídicos.
Anthony Bourdain
Começando por um dos casos mais polêmicos recentes, Anthony Bourdain foi um renomado chef de cozinha, escritor e apresentador de TV nos Estados Unidos. Bourdain ganhou fama e reconhecimento como chef executivo do restaurante Les Halles, em Nova York. No entanto, se tornou mais conhecido por sua participação em programas de televisão relacionados à comida e viagens. Seu programa mais famoso, Anthony Bourdain: No Reservations, foi ao ar de 2005 a 2012 e explorou a culinária e cultura de diferentes países ao redor do mundo. Bourdain também apresentou Parts Unknown, que estreou em 2013 e continuou até sua morte.
A personalidade foi trazida de volta a vida através da recriação de sua voz para narrar trechos do documentário Roadrunner: A Film About Anthony Bourdain, que contava sobre sua carreira e história. A voz gerada por inteligência artificial foi alimentada com centenas de horas de conteúdo de falas do chef que havia disponível pelos seus programas. A produção foi criticada pela recriação, entretanto rebateu alegando que receberam autorização da família e o conteúdo falado pela voz gerada por IA foi escrito pelo próprio Bourdain antes de falecer.
Audrey Hepburn
Audrey Hepburn foi uma renomada atriz e ícone belga-britânica. Ela começou sua carreira como bailarina, mas ganhou fama internacional como atriz de cinema e é mais conhecida por seus papéis em filmes clássicos, como Bonequinha de Luxo, Sabrina e Cinderela em Paris. Sua beleza graciosa, elegância natural e talento como atriz a tornaram uma das estrelas mais populares e queridas de Hollywood.
A atriz, que morreu em 1993, reapareceu em uma campanha de uma marca de chocolates dos Estados Unidos chamada Dove 20 anos após a sua morte. De acordo com o The Verge, foi utilizado uma dublê com semelhanças físicas à atriz Hepburn para criar o vídeo. Utilizando um sistema de codificação de ação facial, o rosto foi digitalizado, capturando os movimentos musculares e texturas necessárias para construir um retrato mais autêntico. Em seguida, a equipe de produção trabalhou para aprimorar ainda mais o rosto da atriz, suavizando transições e expressões para a animação.
Bruce Lee
Bruce Lee é considerado uma das figuras mais influentes e icônicas na história das artes marciais e do cinema de ação. Ele foi pioneiro em sua abordagem às artes marciais, desenvolvendo seu próprio estilo chamado Jeet Kune Do. Sua filosofia era baseada na eficiência, velocidade e adaptação, combinando diferentes técnicas de luta para criar uma abordagem única. Além de suas habilidades de luta e atuação, Bruce Lee também era conhecido por suas ideias filosóficas sobre a autodisciplina, autoaperfeiçoamento e harmonia entre mente e corpo. Ele deixou um legado duradouro, influenciando gerações posteriores de artistas marciais, atores e entusiastas de artes marciais.
O artista, morto em 1973, apareceu em um comercial 40 anos depois da marca de uísque Johnnie Walker. A propaganda foi recebida com controvérsia, principalmente pelo fato de o ator ser abstêmio, ou seja, uma pessoa que não ingere ou ingere muito pouco bebidas alcoólicas. O vídeo recupera algumas falas icônicas de Bruce Lee em entrevistas e utiliza computação gráfica para recriar o corpo e o rosto e contou com a assessoria de Shannon Lee, filha dele.
Chespirito (Roberto Bolaños)
Roberto Gómez Bolaños, mais conhecido como Chespirito, foi o renomado comediante, ator e escritor mexicano que ficou popularmente conhecido por Chaves e o Chapolin Colorado. Esses programas se tornaram incrivelmente admirados na América Latina e alcançaram sucesso internacional.
Oito anos após a sua morte, um serviço de streaming chamado Dish utilizou tecnologia deepfake para reviver o ator no papel de Chaves em um comercial, o que fez surgir polêmicas por parte dos fãs pelo uso da imagem do personagem. A empresa DishLatino revelou que realizou a recriação digitalmente do rosto de Bolaños em um processo que levou 41 dias para ser concluído.
Christopher Reeve
O icônico Superman, Christopher Reeve foi um renomado ator dos Estados Unidos que viveu o papel do super herói mais famoso do mundo na década de 1970 e 1980. Reeve ficou amplamente associado ao personagem devido à interpretação carismática e convincente. Ele trouxe uma presença forte e uma qualidade heroica ao papel, tornando-se um símbolo para muitos fãs e atuou em filmes como Superman: O Filme, Superman II, Superman III e Superman IV: Em Busca da Paz.
Sendo um dos casos mais recentes da nossa lista, o ator foi revivido no filme The Flash de 2023, num momento em que o filme mostra os demais universos existentes e faz uma homenagem aos filmes clássicos inspirados em heróis da DC Comics. Dentre essas aparições, estava o Superman Christopher Reeve. Muitas críticas foram feitas pois os fãs alegaram que poderiam ter utilizado apenas imagens dos filmes antigos ao invés de recriar o ator através de deepfake, o que foi agravado pela péssima recepção do público aos efeitos especiais e computações gráficas do filme do Flash.
Elis Regina
Enfim chegamos na polêmica responsável por reacender essa discussão. Elis Regina é considerada uma das maiores intérpretes da música popular brasileira. Sua voz poderosa, expressiva e versátil conquistou o público e a crítica ao longo de sua carreira, que contou com colaborações de compositores e músicos talentosos, como Tom Jobim, Milton Nascimento, Gilberto Gil e João Bosco.
Como explicado anteriormente, Elis Regina foi recriada no comercial da montadora de carros alemã como uma homenagem às diferentes gerações de carros e usuários da marca ao longo dos anos.
Luiz Gonzaga
Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, foi um cantor, compositor e sanfoneiro brasileiro. Nascido em Exu, Pernambuco, é considerado um dos maiores nomes da música popular brasileira e ficou conhecido por suas canções de temática nordestina, como O Xote das Meninas, O Trem Caipira e Pagode Russo. Ele também foi um dos responsáveis por popularizar o forró e o baião no Brasil.
Em julho desse ano, durante um show do cantor João Gomes no iFood Arraial Estrelado em São Paulo, com a ajuda de inteligência artificial, imagens e voz do cantor Luiz Gonzaga foram exibidas. A ação foi feita para realizar um dos sonhos de João Gomes e levou mais de 40 dias para preparação tanto da parte visual quanto para a vocal, que utilizou amostras de voz do cantor clássico retiradas de seu grande repertório de músicas.
Marlon Brando
Marlon Brando foi um renomado ator americano, considerado um dos melhores atores de todos os tempos. Estrelou filmes notáveis como Uma Rua Chamada Pecado, no qual interpretou o icônico personagem Stanley Kowalski, e Sindicato de Ladrões, quando venceu o Oscar de Melhor Ator. E ele também ficou famoso por seu papel como Don Vito Corleone em O Poderoso Chefão, papel pelo qual ganhou seu segundo Oscar de Melhor Ator.
Outro filme popular que o ator fez foi o Superman de 1978, no papel de Jor-El, o pai do herói. Diante disso, em 2006, quando produziram Superman – O Retorno, o diretor Bryan Singer decidiu trazer de volta o ator – que já havia morrido há 2 anos – para o papel através de CGI.
Michael Jackson
Michael Joseph Jackson não necessita de apresentações. O cantor, compositor e dançarino é considerado um dos maiores artistas da história da música, e seu legado ainda é celebrado. Conhecido por suas coreografias complexas e inovadoras, o cantor foi inovador na música pop.
Em 2014, foi apresentado durante o evento da Billboard um holograma de Michael Jackson revivendo o artista para uma última apresentação. Utilizada a técnica de captura de movimentos através de sensores para rastrear os movimentos de um ator que depois usam essas informações para criar um modelo 3D do ator, usaram um dublê chamado Navi que foi treinado para imitar os movimentos do artista. Até hoje se especula em uma possível turnê mundial utilizando o holograma de Michael Jackson após o sucesso da apresentação.
Oliver Reed
Oliver Reed foi um ator inglês que ficou marcado por seus papéis em filmes como Os Três Mosqueteiros, O Leão do Deserto e Gladiador. Reed foi talentoso e versátil, aparecendo em uma variedade de filmes de diferentes gêneros; ele era conhecido por sua presença imponente e seu talento para interpretar personagens fortes e carismáticos.
Nesse último filme citado, Gladiador, o ator infelizmente morreu durante as gravações e, com a maioria das cenas já gravadas e produzidas, a produção do filme utilizou computação gráfica para as duas cenas restantes. Pela ausência de tecnologia que permitia uma grande qualidade nesse tipo de técnica na época, tais cenas foram produzidas como se o personagem estivesse em lugares sombrios ou de costas para que o público não notasse que algo diferente estava inserido na cena, o que deu certo pois o filme foi indicado a diversos prêmios e venceu cinco Oscars, incluindo o de Melhor Filme de 2000.
Paul Walker
Paul Walker foi um ator estadunidense que ficou mundialmente conhecido por seu papel como Brian O’Conner na franquia de filmes Velozes e Furiosos. Além de seu trabalho na franquia, ele atuou em outros filmes como No Rastro da Bala, Horas Decisivas e Voo Noturno e também era conhecido por seu trabalho humanitário, tendo fundado a organização sem fins lucrativos Reach Out Worldwide, que fornece assistência em situações de desastres naturais.
A morte prematura de Paul Walker ocorreu durante as filmagens de Velozes e Furiosos 7, o que chocou os fãs e toda a comunidade cinematográfica. Como uma forma de homenagem, o filme foi concluído utilizando imagens de arquivos e efeitos visuais e dedicado à sua memória com uma das cenas finais mais emocionantes já feitas, onde há uma despedida para o personagem.
Peter Cushing
Peter Cushing foi mais um ator lendário que foi revivido nos cinemas. Cushing é conhecido por seu trabalho em filmes de terror, especialmente por suas colaborações com a produtora britânica Hammer Films. Ele interpretou o icônico personagem do Dr. Van Helsing em várias adaptações cinematográficas de histórias de vampiros, incluindo Drácula e Drácula: O Príncipe das Trevas, assim como também estrelou como o barão Frankenstein em vários filmes, como A Maldição de Frankenstein.
Na cultura pop, um dos seus personagens de destaque foi o Grande Moff Tarkin em Star Wars Episódio IV – Uma Nova Esperança e, para o filme Rogue One, que mostra os acontecimentos que antecedem o filme clássico, utilizaram computação gráfica para reviver o ator em seu papel como general do império mais uma vez. O filme foi inteiramente gravado pelo ator Guy Henry, que posteriormente teve suas cenas editadas com a superposição da aparência e a voz de Peter Cushing.
Ronald Reagan
Ronald Reagan foi um político americano que se tornou o 40º presidente dos Estados Unidos. Ele se afiliou ao Partido Republicano e serviu como governador da Califórnia de 1967 a 1975 e foi eleito presidente dos Estados Unidos em 1980, quando serviu por dois mandatos consecutivos, de 1981 a 1989.
Em 2018, foi lançado na Biblioteca e Museu Presidencial Ronald Reagan, um holograma em 3D do político que realiza uma performance de três discursos históricos: o seu discurso de posse, uma cena de um filme de faroeste relembrando sua carreira como ator antes da política e uma visita ao Salão Oval da Casa Branca. O holograma foi criado utilizando a técnica de deepfake e serve como uma homenagem ao popular político estadunidense que morreu em 2004.
Salvador Dali
Salvador Dalí foi um renomado pintor e artista surrealista espanhol que deixou um legado duradouro na arte e é lembrado como um dos maiores expoentes do movimento surrealista. Sua contribuição para a arte moderna continua a inspirar e intrigar admiradores e estudiosos até hoje. Sua obra é caracterizada por imagens surreais, elementos oníricos, combinações inusitadas e detalhes precisos.
Apesar de ter morrido há mais de 30 anos, o pintor tem atualmente uma presença física no The Dali Museum, onde foi recriado digitalmente para que o próprio artista consiga guiar os visitantes através de suas obras e sua carreira. Feito pela empresa GSP, o deepfake foi criado por uma equipe de pesquisa que resgatou milhões de frames de entrevistas concedidas pelo pintor em vida, criando uma máscara digital que sobrepôs o rosto de um ator contratado para a captura dos movimentos.
Tupac
Tupac Shakur, conhecido popularmente como Tupac ou 2Pac, foi um rapper, ator e ativista estadunidense. O artista foi uma figura proeminente no mundo do rap e da música hip-hop nos anos 1990 e foi reconhecido por suas letras significativas, que abordavam questões sociais, raciais e políticas, e por sua entrega intensa e carismática. Suas músicas frequentemente refletiam sua experiência como um jovem negro nos Estados Unidos e suas lutas contra a pobreza, a violência e a injustiça.
A sua apresentação em holograma ficou muito popular em 2012, quando durante o show do rapper Snoop Dogg e do produtor Dr. Dre, um holograma realista de artista foi projetado no palco, dando a ilusão de que ele estava se apresentando ao vivo. Essa tecnologia de holograma foi desenvolvida pela empresa Digital Domain Media Group em parceria com a produtora de efeitos visuais AV Concepts. A performance com o holograma de Tupac recebeu uma resposta mista, com alguns elogiando a inovação tecnológica e outros questionando sua ética e respeito à memória do falecido rapper.
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Fonte: ScreenRant, Looper, DeseretNews.
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (25/07/23)
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