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Mais uma empreitada no ramo de mídias sociais para compartilhar notícias está sendo promovida: é o caso do Artifact, que propõe ser um TikTok de textos. O apelido é justificado pelo objetivo de indicar aos usuários matérias que tenham a ver com assuntos que as pessoas gostam de acompanhar. Quanto a isso, a ideia de Kevin Systrom e Mike Krieger, cofundadores da rede social da Meta, é integrar uma curadoria de artigos com inteligência artificial.
O site do app, inclusive, já permite o cadastro de novos usuários. Já o seu funcionamento, parecido com a plataforma da chinesa ByteDance, envolve uma curadoria com matérias de jornais mais conhecidos, como o New York Times, até blogs com menor alcance. Para conseguir popularidade, entre outras dificuldades, o novo lançamento de Systrom e Krieger precisa superar outros aplicativos no mesmo sentido, como o japonês SmartNews, cujo CEO é o empreendedor de tecnologia Kaisei Hamamoto.
Como o aplicativo Artifact funciona?
Ao abrir o app, o usuário pode escolher artigos pelos quais se interessa, depois o próprio Artifact vai selecionar matérias que podem ser da preferência do usuário. Quem for utilizar o aplicativo nesse momento, que ainda está na fase de lançamento, pode notar que há um feed com uma espécie de ranking de artigos. Porém, a estratégia é que o aplicativo passe a contar com outras duas funções.
Uma delas é mostrar artigos escritos pelos próprios usuários, junto de comentários sobre os textos. A outra implementação a ser colocada é um inbox para o envio de mensagens, para conversar sobre as matérias publicadas no feed da rede social. Mesmo com alguns complementos a serem feitos, a nova rede de textos vai contar com recomendações feitas por pessoas.
Porém, é importante saber que o aplicativo ainda não está com lançamento público e que os interessados precisam deixar o número de telefone para poder ser convidado: o site oficial já avisa que o app está em um “teste beta privado”. Em outras palavras, por enquanto não há como aderir ao app e já ir navegando pela nova plataforma de notícias.
Inteligência artificial para indicar artigos
Há dez anos, o Google encerrava o seu feed de notícias personalizado, o RSS. A diferença com o falecido projeto terminado em 2013 é que ele vai contar com IA e ter recursos de mídias sociais, incluindo controle de comentários, feeds separados por pessoas que você segue, além de um chat interno para mandar mensagens diretas.
O que anima os criadores do Artifact, Mike Krieger e Kevin Systrom, é o fato dos avanços em aprendizado de máquina terem chegado num nível muito aprimorado. Isso porque as recomendações feitas pelo algoritmo podem fazer muito mais do que já foi alcançado por outras plataformas de notícia. Mas, há o temor de enfrentar essa mesma tecnologia quando aplicada na indicação de vídeos aos usuários, como acontece no TikTok.
Junto ao aparato tecnológico, há ainda outras razões que motivam o investimento no novo app. A tecnologia, segundo os cofundadores do Instagram, pode servir para criar conexões inéditas. Isto é, com um projeto e design novo, há mais chances de conquistar usuários para consumir e compartilhar artigos e notícias.
O lado financeiro do Artifact
O que pode favorecer o surgimento do novo aplicativo de notícias é o caos que Elon Musk está provocando dentro do Twitter. A rede social possui um foco semelhante ao do Artifact, por ser um espaço de produção de conteúdo e comentários sobre diversos fatos e, entre eles, as notícias. No entanto, a rede social do passarinho difere de tentativas do início dos anos 2000, que tinham como base o apenas o compartilhamento de notícias e, hoje em dia, conta com mudanças controversas e demissões em massa.
Para se firmar, os criadores precisam aprender com os erros de outros que se aventuraram nesse nicho de tecnologia na primeira década deste século, além de inovar com o uso da IA.
“Com o passar dos anos, o que eu vi foi que sempre que nós usávamos o aprendizado de máquina para elevar o nível da experiência do usuário, as coisas ficavam melhores rapidamente.”
Kevin Systrom, para o blog Plataformer.
Outras tentativas já surgiram no ramo. No Japão, o SmartNews surgiu como um app otimizado para recomendar publicações noticiosas; o app Pocket, é conhecido por incentivar a colecionar matérias e consumir jornalismo; não podemos nos esquecer do Google News que, vez ou outra, se envolve em alguma situação complexa sobre financiamento da imprensa.
Veja também: Novo app te ajuda a identificar Fake News | Projeto Comprova
Fonte: Plataformer | Núcleo Jornalismo | Tech Crunch | Rest of World
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim
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