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Em julho de 2021, o Magazine Luiza fez a compra do KaBum, um dos maiores varejos online do Brasil, pelo valor de R$ 3,5 bilhões. Apesar de terem se passado quase dois anos, os ex-proprietários Leandro e Thiago Ramos alegam que o Itaú BBA agiu de má-fé para a compra ser feita apenas pela empresa da família Trajano. Com os problemas no setor varejista, os irmãos também citam que uma parte do pagamento foi feito em ações que se desvalorizaram e houve uma perda 86% do valor de mercado.
Uma ação na justiça foi aberta para o caso ser investigado e a há a acusação de que o Itaú BBA fechou a comunicação com outras empresas interessadas para que apenas o Magazine Luiza estivesse entre os concorrentes de compra. Entenda os detalhes.
Antigos donos da KaBum alegam manipulações
Desde janeiro de 2023, uma ação na 24ª Vara Cível de São Paulo tramita sobre o caso da venda do KaBum para o Magazine Luiza, finalizada em julho de 2021.
Leandro e Thiago Ramos alegam que o Itaú fez manipulações que impediram a disputa da empresa por outras empresas. O principal argumento dos ex-donos é que o principal responsável pela negociação entre as partes foi o cunhado de Frederico Trajano, diretor-presidente e membro da família controladora do Magazine Luiza.
Além disso, com foco em permitir que apenas uma empresa estivesse disputando o KaBum, o banco teria dificultado qualquer interesse de outra empresa que não fosse o Magazine Luiza. Em 2020, quando o processo de compra foi iniciado, Leandro Ramos recebeu uma ligação de Luciano Hang (dono da Havan) perguntando porque os irmãos não queriam mais falar com ele. Ambos ficaram perplexos sobre o que estava acontecendo, mas explicaram que o processo de compra estava em andamento.
Outra informação citada pelos irmãos no processo é que o valor da compra não foi completamente pago em dinheiro. Apenas R$ 1 bilhão chegou à conta dos antigos donos do e-commerce nerd e o restante do valor foi pago em ações. Isso é uma prática bastante comum no mercado de compra e venda de empresas, mas os advogados de Leando e Thiago alegam que o problema está no “travamento” das ações, que após 18 meses, se desvalorizaram em 86%.
Por fim, outra ação considerada indevida pelos irmãos é que o Itaú fez uma oferta de ações no mercado de capitais com foco em captar R$ 4 bilhões para o Magazine Luiza pagar os donos do KaBum. Tal ação pode ter beneficiado a instituição financeira, mas também reduziu o valor unitário das ações da varejista.
O que diz o Itaú BBA?
Em defesa enviada à Justiça, os advogados do banco citam que muitas empresas participaram do processo de aquisição do KaBum, mas, como você sabe, apenas a empresa da família Trajano fechou a compra com os irmãos. Sobre este caso, é citado que “a operação em questão foi concluída após um processo competitivo transparente e que envolveu diversas companhias interessadas“.
A defesa dos advogados apresentada na Justiça também comenta que empresas como Americanas/B2W, Via Varejo, Havan e Whirlpool foram contatadas para uma possível compra do KaBum. Segundo o banco, os irmãos acompanharam tudo de perto durante todos os momentos.
Uma resposta sobre o pagamento em ações também é mencionada pelos advogados do banco. Eles comentaram que a prática, na verdade, foi bastante benéfica para Leandro e Thiago Ramos e que os ex-donos sabiam dos riscos quando aceitaram o que foi oferecido. Também é citado que o que foi apontado pelos irmãos não passa de “uma grande narrativa”:
Agora, insatisfeitos com os impactos negativos sofridos pelo setor varejista, cujas ações despencaram nada menos que 86% nos 18 meses seguintes à assinatura da operação, os bilionários autores (os irmãos Ramos) se valem de uma fabricada narrativa de que os requeridos teriam violado os seus deveres fiduciários enquanto assessores financeiros. Logo eles, empresários experientes, que se declararam com bastante apetite para riscos durante o curso das negociações.
Advogados dos Itaú.
Os advogados finalizam a defesa citando que o grau de parentesco entre o cunhado de Frederico Trajano “é um fato público e notório” e que isso não influenciou, em nada, a compra pelo Magazine Luiza. O caso segue correndo na Justiça e nos resta esperar pelos próximos capítulos.
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Com informações: Metrópoles
Revisado por Glauco
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