Último trabalho sobre física de Stephen Hawking é publicado

Em março desse ano, tivemos a triste notícia do falecimento do famoso físico Stephen Hawking. Entretanto, sua produtividade ecoa para além de sua vida. Nesse mês foi publicado o que seria o último estudo do ícone na área da física, em parceria com o pesquisador Thomas Hertog.

O estudo é parte de uma teoria desenvolvida por Stephen Hawking e Thomas Hertog sobre a expansão do universo. Ela foi publicada no Journal of High-Energy Physics, famoso portal de periódicos de física. Entretanto, o trabalho em si há havia sido aceito para a publicação antes da morte de Hawking no dia 14 de Março deste ano.

A física mais simples

O estudo de Stephen Hawking e seu colaborador sugere que o universo na verdade é bem mais simples do que se imagina. Um de seus pontos cruciais é de que ele não é infinito, indo contra alguns dos estudos mais modernos a respeito da origem do nosso universo.

A pesquisa, iniciada no ano passado, foi oficializada em julho em uma conferência em comemoração dos 75 anos de Stephen Hawking. Acrescentando ideias passíveis de novos estudos na área da física, o trabalho teórico sugere inclusive a existência de universos finitos em relação constante uns com os outros.

A pesquisa foi anunciada em julho do ano passado em uma conferência realizada em Cambridge por ocasião do 75º aniversário de Hawking. Chamado de “A Smooth Exit from Eternal Inflation?“, o trabalho recebeu uma pré-impressão pública no ano passado.

Universo finito? como assim?

A ideia do artigo é discutir sobre, basicamente, a origem de todo o cosmos. Nessa lógica, vários cientistas teorizam que o universo se expandiu rapidamente após a ocorrência do Big Bang. A ideia é de que essa expansão se assemelha a um balão sendo inflado infinitamente e em velocidades inimagináveis.

Entretanto, Stephen Hawking, assim como Hertog, não concordava com a ideia do universo ser infinito. Além disso, mesmo que existam teorias de um possível multiverso feiro de inúmeros universos, estes seriam imprevisíveis e impossíveis de serem calculados, outro ponto com o qual Hawking não concordava.

Com isso, os dois físicos criaram um modelo simplificado do comportamento do cosmo. Nesse modelo, uma abordagem matemática poderia restringir bastante o número de possíveis multiversos, tornando a variável mais fácil de entender. Assim, o que existiriam de fato seriam universos com física semelhante à do nosso.

E a física moderna quanto a isso?

As teorias de física mais modernas estabeleceram que a criação do universo partiu de uma breve e inimaginável explosão, quando o cosmos se expandiu rapidamente. Na física em geral até se acredita que atravé da inflação do cosmos possam existir regiões que nunca pararam de crescer! Sendo assim, por conta de fenônemon quânticos, essa expansão pode ser de fato infinita.

Alguns até pensam que possa existir lugares que se caracterizam como bolsões estáveis ??de espaço. Nesses bolsões, a expansão pode ter sido freada ou então diminuída. Cada uma dessas “bolhas”, assim, seria um universo inteiro, sendo parte de um multiverso muito maior sempre em expansão.

As opiniões sobre o último trabalho de Stephen Hawking foram diversas. Entre elas, alguns consideraram o artigo científico como algo mais especulativo. Entretanto, essa seria exatamente a intenção de Stephen Hawking com o trabalho, onde ele menciona a necessidade de mais desenvolvimento da teoria.

A realidade das pesquisas em física

Muito poucos trabalhos teóricos de física atuais são tão grandiosos como os de Albert Eistein, por exemplo. Mas isso não é um problema exatamente. Estudos atuais estão muito mais próximos de novas abordagens para problemas já existentes discutidos em âmbito mundial.

Hertog planeja estudar essa teoria em pequenas escalas em um futuro próximo. Essas pequenas escalas vem com o objetivo de se adequar a capacidade dos telescópios atuais. Sobre o último trabalho de Stephen Hawking, não compete a nós dizermos se ele foi bom ou ruim exatamente. Mas este serve para admirarmos ainda mais o icônico físico. Isso porque, em seu último ano de vida, ele ainda produzia conhecimento como ninguém.

Fonte: El País