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Países com altos níveis de desigualdade social indicam muitas dificuldades para famílias pobres conseguirem uma vida melhor. Essas oportunidades eram ainda mais limitadas no século passado e não havia muita abertura para que as pessoas seguissem seus sonhos, principalmente no segmento artístico. Tudo isso é mostrado em The Get Down, série original da Netflix.
A primeira temporada contará com 12 episódios, sendo que os seis primeiros foram lançados em agosto de 2016 e o restante chega à Netflix agora, em 7 de abril.
Não assistiu ainda? Vale a pena conferir o trailer dos primeiros episódios:
https://www.youtube.com/watch?v=NaxfH5v8YR0
Formato
A série é baseada na história de um famoso cantor de rap que conta durante um show, nos dias atuais, como foi o início da trajetória artística na adolescência. Esse rapper é um dos protagonistas da série quando ambientada na década de 70. Neste período, Ezekiel (apelidado de “Books”) é um adolescente metade negro e metade latino do bairro do Bronx que perdeu os pais e mora de favor com a tia e o namorado dela.
Sua família – ou o que restou dela – não enxerga sua vocação artística e intelectual, e só quer que ele faça trabalhos “comuns” para ajudar a sustentar a casa. Por isso, ele encontra um mentor que o incentiva e ensina como enfrentar esses obstáculos para poder tocar, escrever e rimar junto com seus outros amigos.
Apesar de muitos novos talentos aparecerem nessa obra, outros atores renomados e conhecidos por papeis em outras séries marcam presença, como Giancarlo Esposito (Gus Fring, de Breaking Bad) e Jimmy Smits (Nero, de Sons of Anarchy), além de Jaden Smith, filho de Will Smith.
Ótima fotografia suburbana
O cenário da série tem o estilo já conhecido pelos amantes de “Everybody Hates Chris”, mostrando o comércio de bairro, a rotina das famílias e a forma humilde de viver, principalmente focando nos jovens.
The Get Down mostra também a luta de empresários locais para fazer a periferia evoluir para deixá-la tão modernizada quanto os bairros de ricos (ou de brancos, neste caso). Tudo isso reflete a busca por uma sociedade menos desigual e com chances para todos. O subúrbio vem acompanhado do crescimento do grafite como uma arte de rua. Além disso, aparecem alguns problemas corriqueiros das grandes cidades, como a violência.
Todos os componentes da década de 70 são muito bem retratados e nota-se que os cenários foram feitos com muito cuidado, inclusive nos ambientes externos. Não à toa, a série conquistou a categoria de produção mais cara da Netflix, com gastos de mesmo nível de grandes sucessos como Game of Thrones, chegando a atingir cerca de U$ 120 milhões.
O auge da era disco e o início do rap
Se você gosta de música, dificilmente não vai se encantar com The Get Down. A série conta com uma trilha sonora da mais alta qualidade e muito bem selecionada para o contexto da série, abordando o início do rap/hip hop e dos encontros de MCs para batalhas de rima. Além disso, mostra o ponto alto das discotecas e das coreografias da época.
O problema é que os personagens sofrem muito para conseguir desfrutar de toda essa musicalidade, já que as habilidades intelectuais e artísticas das pessoas pobres ou negras eram mal aproveitadas, desacreditadas ou até vistas como algo negativo.
Isso fica ainda mais evidente no núcleo feminino (que é um dos pontos mais fortes da série!), retratando bem essa época em que o talento das mulheres era esmagado por tradições familiares e religiosas voltadas para os “bons” costumes, que não permitiam que elas se destacassem por suas habilidades individuais.
A também protagonista Mylene, que possui uma voz fora do comum e quer seguir carreira artística, é repreendida por seu pai, um religioso rígido que tenta a obrigar a seguir o mesmo caminho. Para conseguir suas escapadas em busca da carreira musical, conta com a ajuda de seu tio, um influente e rico líder comunitário local.
Gostou? Então confira o teaser dos novos episódios que serão lançados em abril:
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