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Ao fim do primeiro episódio da série do Loki, fica claro que o grande vilão da série é o mesmo de todas as séries do MCU na Disney Plus até agora: os créditos de seis minutos. Confira a análise dessa espetacular série da Marvel:
Brincadeiras à parte, nos primeiros minutos a série nos traz conforto, não apenas por finalmente revermos Tom Hiddleston como Loki, mas por revisitar a cena (que revisita) a batalha de Nova Iorque em Vingadores: Ultimato, a cena responsável por abrir o gigante precedente que levou os fãs a especularem se veríamos o Deus da Trapaça novamente, e, felizmente, estávamos certos.
Ao invadirem uma linha do tempo alternativa para recuperar as Joias do Infinito, a falha no plano dos heróis levou o Tesseract (a Joia do Espaço) até as mãos do deus ardiloso. Como nós imaginávamos, daí pra frente tudo pode acontecer, mas, sem dúvida, a Marvel quer ir além. Confira abaixo nossa resenha do Loki e claro, daqui para frente, temos spoilers do primeiro episódio e de diversos momentos de todo o MCU.
Tão confusa quanto seu protagonista
Um dos maiores charmes do Deus da Trapaça, é o quão imprevisível ele é. Algo sempre fascinante ao vê-lo nos filmes da Marvel, é tentar supor o que ele vai fazer em cada situação, e, na maioria das vezes, ele surpreende. Quando parece que ele finalmente se aliou ao Thor no final de Thor: Ragnarok, ele tenta enganá-lo mais uma vez.
No final do filme, Thor não acredita que seu irmão foi em carne e osso para falar com ele, e quando nós vemos Loki pegar a pedra arremessada no ar, é difícil não se emocionar.
É entendendo a essência do personagem que a série cria um ambiente caótico ao ponto de que o personagem mais imprevisível se sente oprimido e confuso e nós, telespectadores, ficamos tão confusos quanto ele.
Logo no começo, ele é detido e preso por uma organização chamada Autoridade de Variância do Tempo, que aparece pela primeira vez no MCU. Enquanto ele faz tentativas em vão de fugir, vários conceitos novos são apresentados e aumentam o escopo do universo Marvel, dando grandiosidade até com frases dignas de notas de rodapé, enquanto aguça a nossa curiosidade pela novidade. Mas afinal, o que é essa organização?
Quem é a Autoridade de Variância do Tempo?
A AVT foi introduzida no universo Marvel na edição 371 de O Poderoso Thor, em 1986. Trata-se de uma organização que fiscaliza e interfere (quando necessário) no fluxo temporal de todo o multiverso. Eles mantêm a ordem em cada uma das linhas temporais, deixando que tudo que estiver predestinado a acontecer aconteça, e impedindo quem, de alguma forma, ameaçar esse fluxo.
A sede se encontra em algum domínio no espaço-tempo, para poder, assim, monitorar todas as linhas temporais. Na série, ela é retratada com uma estética cinquentista, pela ambientação, direção de arte e, claro, aparelhos tecnológicos nitidamente “parados no tempo”. A sede muito me lembrou a Comissão de Umbrella Academy, que possui uma estética visual e um trabalho similar de monitoramento do fluxo temporal naquela obra.
A trilha sonora contribui muito para o ar de confusão retratado, mesclando violinos, que combinam com a estética cinquentista, com sintetizadores sci-fi, dando um tom etéreo e cósmico.
Enquanto Loki se recusa a passar pelos procedimentos mais simples, como retirar uma senha e tomar uma fila que está completamente vazia, dando dor de cabeça aos funcionários da AVT, a série não perde tempo em introduzir conceitos novos, que nos deixam mais curiosos do que acompanhar o deus.
Quem são os Guardiões do Tempo?
Sendo introduzidos nas HQs na edição 282, antes da AVT em O Poderoso Thor, os três Guardiões — Ast, Vorth e Zanth — são entidades super poderosas que mantém a AVT através de seu poder, e funcionam como árbitros do fluxo temporal, se certificando de que tudo ocorra como deve ser.
Eles são apenas mencionados no episódio durante o tribunal de Loki, e nos é contado que eles protegem a Linha do Tempo Sagrada. Até então, nós acreditávamos que o multiverso simplesmente… existia, mas não é bem assim.
Essa linha do tempo principal deveria ser o único universo existente, porém, nos é dito que sempre que alguém manipula o espaço-tempo e age “contra” o seu destino preestabelecido, uma nova bifurcação é criada. Assim, a AVT atua investigando essas bifurcações e neutralizando quem interfere com o fluxo da Linha do Tempo Sagrada.
Atenção! Novos nomes para você anotar no caderninho: sempre que alguém cria uma bifurcação na linha principal, acontece um Evento Nexus, a anomalia que deve ser combatida, e o responsável pelo evento é chamado de Variante.
Como você já deve ter percebido, Loki se tornou um Variante ao usar o Tesseract para fugir, criando assim, um Evento Nexus. Um momento de arrepiar nesse episódio foi quando o deus questionou que a verdadeira bifurcação, na verdade, não era de responsabilidade dele e, sim, dos Vingadores — e nesse momento, descobrimos que Loki percebera a presença de um segundo Tony Stark, entendendo tudo que estava acontecendo.
A resposta da juíza no tribunal foi dizer que o que os Vingadores fizeram, tinha que acontecer — nos levando a entender melhor a fala da Suprema com o Hulk, ao entregá-lo a Joia do Tempo. Isso ainda nos mostra o quão devastadora era a ameaça do Thanos e que, mesmo assim, um evento como esse não justificaria que os Guardiões intervissem, pois era sabido que os Vingadores conseguiriam.
O Deus reduzido a um mortal
Agente Mobius, interpretado por Owen Wilson, leva Loki até uma sala e no melhor estilo Vale a Pena Ver de Novo, mostra os acontecimentos predestinados na vida do deus, que não se conforma ao ver seu último encontro com Frigga, sua mãe, que logo em sequência, é assassinada pelos elfos negros.
O Deus da Trapaça ainda assiste à despedida de seu pai Odin, vê momentos calorosos cheios de afeto com seu irmão, Thor, e fica horrorizado ao ver que sua vida acaba nas mãos de Thanos.
Com um egocentrismo bem alimentado até demais, Loki acreditava que seu destino era ser rei de Asgard e conquistar até mesmo a Terra — apontada por Mobius como Midgard, um dos reinos da mitologia nórdica. Prestemos atenção sobre isso no futuro –, mas ele descobre que isso nunca iria acontecer.
Não satisfeita, a série quer nos impressionar mais e ela vai além. Ao tentar fugir, o deus ameaça o recepcionista para conseguir o Tesseract que havia ficado em sua gaveta. Acontece que, ao abri-la, nós vemos inúmeras Joias do Infinito dentro da gaveta. Várias Joias da Realidade, várias Joias do Tempo. O suficiente para algumas manoplas completas.
Nesse momento, fica claro o nível incompreensível de poder desse lugar. Apesar do título de Deus, Loki se vê pequeno, medíocre, sem propósito. O estrago causado por Thanos em todo o universo. O quanto ele batalhara para ficar em posse do Tesseract e, na sede da AVT, os funcionários usam as Joias do Infinito como peso de papel, conta o recepcionista.
O que esperar da série?
Após se ver completamente desmotivado e oprimido, com o impulso único e instintivo de escapar daquele lugar, Loki recebe uma proposta do Agente Mobius: encontrar e deter um Variante que está causando muitos problemas no multiverso, abatendo vários agentes da AVT.
Quando o deus pergunta de quem ele deve ir atrás, a trama principal da série se consolida: o alvo a ser neutralizado é o próprio Loki, de outra linha do tempo.
A visão ultra macro do universo Marvel é muito determinista, dando a sensação de que não há livre-arbítrio e que todos os acontecimentos da sua vida já estão definidos. Porém, após compreender a sua pequenez no grande esquema das coisas, será que o Deus da Trapaça será capaz de enfrentar a si mesmo? Nós não vemos a hora de saber.
A certeza que temos, é que sem dúvida o futuro das séries da Marvel no Disney+ é muito promissor, e por mais que existam chances dos acontecimentos da série trazerem consequências autocontidas, apenas à linha do tempo bifurcada e à Autoridade de Variância do Tempo, Loki mostra potencial de sobra para ser a melhor série do MCU no Disney+ até agora.
Onde assistir Loki?
Você encontra Loki na Disney+, serviço de streaming da Disney. A série será composta por 6 episódios entre 50 minutos e 1 hora de duração.
Com essa expansão do escopo cósmico do universo cinematográfico da Marvel, a ansiedade para as outras obras que estão por vir só aumentam, né? Principalmente para o filme dos Eternos, que tem previsão de estreia mundial no dia 5 de novembro ainda desse ano!
Se quiser saber mais do que esperar das produções da Marvel, leia também a nossa com previsões de tudo o que esperar na Fase 4 do MCU.
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