As ameaças de 2023 para a economia e política mundiais. Secas históricas, radicalismo religioso e guerras são algumas das ameaças de 2023; confira a nossa lista

As ameaças de 2023 para a economia e política mundiais

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Secas históricas, radicalismo religioso e guerras são algumas das ameaças de 2023; Confira a nossa lista

As ameaças de 2023 são alimentadas pela pandemia do covid-19 e a Guerra da Ucrânia, o mundo sofreu uma série de baixas humanas e econômicas que afetaram o funcionamento da sociedade em todo o planeta, desde aumento da fome até desacordos nucleares.

Com a economia retraída, muitos países pobres e em desenvolvimento sofrem com pobreza, secas extremas e a beira dos países mais ricos com maiores condições de superar adversidades. Como exemplo a alta nos preços da energia mundial causada pela invasão russa na Ucrânia, com o aumento dos valores e a menor disponibilidade de geração do recurso, nações subdesenvolvidas não alcançam altos investimentos para se manter como antes do conflito.

As ameaças de 2023 são alarmantes?

Em entrevista para o canal Big Think, Ian Bremmer, fundador do grupo Eurasia, pontuou diversas possíveis ameaças de acordo com a análise de risco feito pela empresa para esse ano. O empresário afirmou que China, Rússia e Irã são as nações que mais preocupam em questões nucleares e econômicas.

Ian menciona o aumento do radicalismo de Vladimir Putin, presidente russo por causa da invasão na Ucrânia e as repressões a atos anti-guerra, de Xi Jinping, presidente da China, pela concentração de poder em seu mandato, fechando o cerco para opositores e Ebrahim Raisi, presidente iraniano, pelo extremismo religioso contra as mulheres e as tensões com Israel.

Além disso, menciona água e energia como ampliadores da desigualdade global por causa da escassez dos recursos, o primeiro pela baixa disponibilidade e pouca preocupação mundial, e a energia pelo aumento mundial dos preços. Confira a entrevista com Ian:

O Showmetech fez uma lista com as principais ameaças para esse ano para você ficar por cima dos maiores problemas que poderemos enfrentar:

Recessão econômica

O fundador do Eurasia relata que até uns anos atrás a economia estava crescendo e favorecendo a “classe média trabalhadora”, porém a nova realidade está criando vagas informais, aumentando o turismo sexual com foco na exploração de mulheres e crianças.

Bremmer traz um dado das Nações Unidas que relata que 5 anos de desenvolvimento da população mundial foi perdido entre 2020 e 2022. A World Food Programe(WFP) afirma que a fome e a insegurança alimentar atinge 349 milhões de pessoas em 70 países, um aumento de mais de 200 milhões antes da pandemia.

Grupo de crianças negras sem camisa pedindo comida
Fome cresceu nos últimos anos e meta de acabar com a crise em 2030 parece longe de real.(Divulgação/THN1)

A WFP indica como motivos a alta nos fertilizantes, devido à baixa produção gás natural na Rússia, podendo gerar um efeito dominó que vai afetar fazendas de arroz, trigo, soja e milho no mundo todo, além disso, conflitos regionais que impossibilitam abastecimento de comida para cidades e desastres naturais que destroem plantações são razões para essa prorrogação da fome como uma ameaça para 2023, sem previsão de melhora, como indica a WFP.

O alto desemprego e a disrupção de logística de alimentos e insumos causou uma alta na inflação global com as pessoas não tendo poder de compra ou o que comprar, Ian menciona que os países fizeram altos gastos fiscais com programas sociais para manter a população viva durante a paralisação do Covid-19 e tudo isso, na economia global, gerou uma desaceleração no crescimento de 6% em 2021 para 3% em 2022 e se espera menos de 2% para este ano, o aumento expande desigualdades e a crise do capitalismo e se torna um obstáculo não só para 2023, mas para muitos anos a frente.

Entre os motivos, podemos mencionar a Guerra da Ucrânia, que impulsiona o aumento na energia com a não presença da Rússia no mercado de geração global do recurso, a alta no petróleo requisitada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo(OPEP), que controla a maioria da produção no planeta e o aquecimento global causando aumento do nível do mar, aumentando o número de furacões e enchentes.

Secas globais

A falta de água é uma das maiores preocupações da sociedade, mas não vem sendo uma prioridade de investimento global, países subsaarianos e desérticos estão cada vez mais necessitando de recursos internos para obter água para hidratação e irrigações, um estudo publicado na revista Nature Sustainability afirma que 90% da população vai ser afetada por calor extremo ou secas.

Ao Nature, o autor da pesquisa Jiabo Yin comentou que a América do Sul, Índia, China e o chifre e o sul da África serão os mais afetados, o relatório menciona que o efeito estufa gerado por emissões de gás é o principal causador desses efeitos.

Mulher carrega objeto em local afetado por seca com barracas ao fundo.
Mulher carrega objeto em local afetado por seca. (Divulgação: Eduardo Soteras/AFP)

A África atualmente vem passando pela pior seca dos últimos 40 anos e isso deve continuar em 2023. Quênia, Somália e Etiópia são os países mais atingidos, com 20 milhões de pessoas em situação de sede e fome.

Ian Bremmer fala na sua entrevista que além de lugares com pouca água, regiões como a Flórida, e aqui no Brasil como as mais costeiras e ligadas a lagos e rios, são afetadas por enchentes e inundações, que provocam destruição e desabrigamento de populações. A situação também é crítica para fazendeiros e pecuaristas, as mudanças na temperatura e a instabilidade na disposição de água são desafios cruéis para as produções de alimento.

Ele ainda relata sobre a Conferência da ONU sobre a água, que vem sendo ignorada pela setor da sociedade capaz de resolver esses problemas, e que só agora isso está virando uma pauta prioritária.

Geopolítica conflitante

A geopolítica mundial tende a ser ainda mais acirrada em 2023, com a disputa entre Rússia e Ucrânia longe de terminar e os aliados continuam a enviar armamento e veículos para o país invadido, a China tendo que se readequar devida a sua desaceleração pós-covid 19 e o Irã tensionando com os Estados Unidos e Israel devida as suas violações de direitos humanos e incentivos a armas nucleares.

No entanto, não são só esses países que sofrem com revoltas populares, no seu discurso Ian menciona os ataques em Brasília, no dia 08/01, e o do Capitólio dos Estados Unidos, no dia 6 de janeiro de 2021, mas além disso, o avanço da extrema-direita, responsável pelos dois eventos mencionados, junto a insatisfações gerais contra governos ou ditaduras podem gerar uma massa de atos violentos no mundo inteiro, apesar de já ocorrem em 2021 e impulsionadas pela covid-19 e a recessão, poderão ganhar força.

Irã

A república iraniana vive uma série de protestos populares após a morte da jovem Jina Mahsa Amini, por não usar o seu véu de forma correta, quando presa pela “polícia da moralidade” em dezembro. A tensão com o ocidente vem crescendo após as tensões recentes com a comunidade internacional pedindo justiça e o fim do extremismo religioso contra as mulheres no país, além disso, não existe uma abertura para diplomacia e resolução da situação.

O país ainda se encontra em uma fase delicada de negociação com os norte-americano e Israel, pela libertação de supostos prisioneiros estadunidenses do país persa, essa situação gerou a saída do acordo nuclear mútuo, com os judeus prometendo ações se não entregarem os supostos reféns. Para 2023 a expectativa é de aumento das tensões e mais conflitos civis no Irã, mas não deverá haver confrontos internacionais.

Rússia x Ucrânia

A guerra entre as duas nações europeias está perto de completar um ano de início e mostra dois lados em situações delicadas além da guerra. A Rússia como causadora do confronto está sancionada e excluída do cenário mundial, apesar de receber ajuda de Irã e Bielorrússia no conflito. Internamente, como no país persa, vive protestos e insurreições anti-guerra e enfrenta com violência, ao ponto de proibir menções a palavras como “invasão” e “guerra” sendo punido como traição pela legislação.

As produções russas de gás e energia, negada pelos países europeus no andar da guerra, são um dos pilares da crise econômica em 2023, provocando altas históricas não só na energia e combustível, mas podendo aumentar os alimentos e objetos mais fúteis pelo encarecimento de insumos e transporte.

Uma das ameaças de 2023 em uma imagem, cidade ucraniana destruída por bombas e homem andando sobre escombros.
Cidadão anda por conjunto de prédios destruídos na Ucrânia. (Foto: AFP)

A Ucrânia está no meio de uma onda de corrupção, o presidente Volodimir Zelensky demitiu ou recebeu a renúncia de personalidades de alto escalão do seu governo. O primeiro foi Vasyl Lozynskyy, ministro de desenvolvimento regional, preso pelo Bureau Nacional Anticorrupção, por supostamente receber US$ 400 mil para facilitar obtenção de contratos de equipamentos sensíveis como geradores de energia. Outro queda foi de Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe de gabinete, que deixou o cargo após ser apontado como um possível utilizador irregular de automóveis públicos.

Zelensky sofre com as quedas e não parece perto de resolução, o trigo ucraniano opera em queda e prejudica a oferta mundial da lavoura, para esse inverno, a produção deverá cair para 15 milhões de toneladas, contra 32 milhões ano passado, o país já foi o maior produtor do mundo antes da guerra.

China e Xi Jinping

Ian Bremmer chama o presidente chinês Xi Jinping de “líder indisputado da China”, afirma que Xi se livrou de limites e que está protegido dentro do partido comunista. O fato é que Jinping abriu o pais e terminou a política de zero covid, que foi implementada desde o início da pandemia até novembro de 2022, essa decisão culminou em casos recordes da doença no país. Apesar de que a China vai abaixar o nível de emergência e retirar a necessidade de quarentena para entrada no país.

A China sofreu com o mercado imobiliário e o fechamento do país, desacelerando a economia e criando desafios para o que está para vir em 2023, a procura de manter aliados e o ocidente perto, mas também recolocando as indústrias chinesas no topo do mercado, Xi poderá balançar a economia mundial.

Veja mais:

Ideias para salvar o planeta e invenções sensacionais!

Fontes: Big Think, Indian Express, DW, WFP, CNN


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14 comentários
  1. vai na ideia do socialismo que ai além desses problemas vamos enfrentar a fome mundial ainda mais, nunca deu certo em lugar nenhum do mundo.

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