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Acordo entre Microsoft e Activision é bloqueado no Reino Unido

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O grande poder da empresa dona do Windows foi o principal fator para a restrição. Saiba mais sobre o futuro da junção da Microsoft e Activision

A UK’s Competition and Markets Authority (CMA; Autoridade de Competição e Mercado do Reino Unido, em tradução livre) restringiu a aquisição da empresa Activison Blizzard pela Microsoft. A decisão foi tomada considerando questões de inovação no mercado de jogos eletrônicos, principalmente em relação ao futuro dessa área da economia do país. A junção da Microsoft e Activision foi avaliada em setembro de 2022 e, em fevereiro deste ano, o órgão regulador fez a vistoria que levou à negação do acordo. Saiba nesta matéria as repercussões mais relevantes sobre o caso.

O que levou a CMA a bloquear o acordo entre Microsoft e Activision?

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O órgão regulador europeu restringiu um acordo que poderia valer centenas de bilhões de reais; na foto, caixas de jogos à venda, disponíveis pela XBox (Imagem: Business Today/Reprodução).

A CMA tem uma estimativa de que a empresa dona do Windows tem o controle de até 70% dos serviços de jogos eletrônicos na nuvem em todo o mundo. Somado a esse fator, a Microsoft poderia adquirir, a partir da junção com a Activision Blizzard, games como Call of Duty, Overwatch, e World of Warcraft. O órgão regulador do mercado também levou em conta o poder da companhia de tecnologia no mercado de computadores, devido à sua infraestrutura em computação global na nuvem: ela é dona também da Azure e da Xbox Cloud Gaming.

“A Microsoft tem uma forte posição no mercado de serviços de cloud gaming e a evidência verificada pela CMA mostrou que a Microsoft teria um benefício comercial ao tornar os jogos da Activision Blizzard exclusivos sem seu próprio serviço […].”

CMA

Feita pela empresa de software, a contestação inicial incluía diversos argumentos, mas, por meio da agência de regulação, o governo britânico considerou três observações importantes para bloquear a junção: o acordo “não cobre de forma ampla diferentes negócios de serviços de cloud gaming” (jogos na nuvem, em tradução livre), além de não ser aberto a “provedores que podem buscar oferecer versões de seus jogos em computadores que não operem com Windows” e, ainda, que essa aquisição levaria a um prejuízo ao mercado e à criatividade na produção de jogos eletrônicos.

Como as empresas estão lidando com o bloqueio?

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Microsoft e Activision formariam uma junção que atrapalharia mercado de jogos eletrônicos, segundo a agência britânica CMA; na imagem, o logos da Microsoft (acima) e Activision Blizzard (logo abaixo) (Imagem: Anadolu Agency/Getty Images/Reprodução).

A Microsoft planeja recorrer da restrição do acordo para tentar manter de pé o seu poderio no mercado de games. Nesse sentido, a empresa entrou com uma proposta para a agência reguladora britânica que tratava de deixar claro os jogos que seriam oferecidos pela Microsoft, sendo que a companhia teria que mostrar em que plataformas os games seriam executados e em que condições eles seriam oferecidos.

Antes da decisão final de bloqueio, a CMA indicou que a organização de tecnologia fizesse a proposta do acordo em questão, tendo em vista um período de dez anos a frente. O esforço da Microsoft envolveu fornecer 2100 e-mails sobre o plano de junção, além de 3 milhões de documentos sobre o acordo.

Em pronunciamento, o presidente da Microsoft, Brad Smith, disse que a companhia estava empenhada em manter o acordo, podendo ainda rever a decisão da restrição. Ele também falou ao The Verge que o trâmite entre as empresas envolvia disponibilidade dos jogos em mais de 150 milhões de dispositivos e o entendimento da agência europeia é “defeituoso“.

“A decisão da CMA rejeita o caminho pragmático para avaliar a questões em relação à competição [comercial] e desencoraja a inovação tecnológica e o investimento no Reino Unido. […] Nós continuamos comprometidos em reforçar essas tratativas por meio de revisões regulatórias”.

Brad Smith, presidente da Microsoft.

De forma separada, a posição do chief executive officer (CEO) da Activision, Bobby Kotick, é de que essa notícia não vai deter a negociação e, como forma de explicar o bloqueio, falou que o mercado britânico tende a ser mais restrito.

“A notícia não era a que nós queríamos — mas [o bloqueio da CMA] está longe de ser uma palavra final nesse acordo”.

Bobby Kotick, CEO da Activision

Microsoft possui histórico de grandes acordos no mercado de jogos

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O novo acordo com Microsoft e Activision poderia reduzir a qualidade dos jogos, segundo a agência britânica; na ilustração, logo da XBox sobre fundo azul e detalhes em verde (Imagem: Alex Castro/The Vege/Reprodução).

Outras empresas já foram adquiridas anteriormente pela empresa de software: é o caso da Boosteroid, da Ubitus e da NVIDIA. Elas passaram a rodar diversos jogos da Xbox PC, quando entraram no leque de games da Microsoft. Ainda em dezembro de 2022, a empresa dona do buscador Bing conseguiu também a Nintendo, dando ainda mais poder para executar jogos de marcas concorrentes em seu próprio serviço de jogos na nuvem.

Se a empresa de softwares tivesse conseguido firmar essa aquisição com a Activision, o acordo valeria US$ 68,7 bilhões (quase R$ 350 bilhões). O acontecimento seria histórico, já que seria a maior negociação envolvendo empresas que investem em jogos eletrônicos. Apesar disso, a negociação entre Microsoft e Activision foi aprovada por órgãos reguladores na Arábia Saudita, Chile, Sérvia, Japão, África do Sul e também no Brasil.

Ainda, existe a expectativa de que a reputação como grande ator no mercado de games por parte da empresa continue firme, depois da palavra final da União Europeia (UE) sobre o acordo. A UE vai analisar o caso e emitir um parecer na provável data de 22 de maio.

O que você acha que vai acontecer daqui a um mês? Tem uma opinião sobre o bloqueio? Fala pra gente aqui nos comentários aqui no Showmetech!

Veja também:

Fonte: The Verge | Reuters | Governo do Reino Unido

Revisado por Glauco Vital em 26/4/23.


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