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Após trazer pra gente um aprofundamento na história de Sofia Falcone no episódio passado, o quinto episódio da série do Pinguim avança a história com novidades muito bem-vindas para o universo de máfia de Gotham. Vem conferir os detalhes comigo nessa crítica!
Mas antes, fica o alerta que essa crítica conta com SPOILERS, então vai lá, assiste o episódio e depois volta aqui, beleza?
Uma nova família para a máfia de Gotham
Sofia matou todos os Falcone no episódio passado, deixando passar apenas Johnny Vitti e a garotinha que eu chuto ser sua prima. O novo episódio parte a partir disso e da investigação da polícia em cima desse caso. Se antes Sofia Falcone era uma personagem inocente e com medo das coisas, é a partir daqui que vamos ver ela como uma líder.
The Batman se baseia muito na história O Longo Dia das Bruxas da DC, essa onde temos o surgimento de personagens como o Duas-Caras e aqui na série não é diferente. Ainda temos muito dessa fonte, principalmente na questão de Sofia e da máfia, mas o roteiro é inteligente e interessante o suficiente para criar algo novo.
Então, ao invés de seguirmos com os Falcone e os Maroni, esse episódio desmancha tudo para dar lugar a algo novo. Por parte de Sofia, ela acaba com os Falcone e em memória a sua mãe, uma Gigante, passa a se chamar Sofia Gigante.
Oz também toma uma atitude cruel e parte pra cima dos Maroni. Ele sequestra o filho deles e pede os cogumelos para fazer Bliss em troca do rapaz. Como uma boa história de máfia, no meio do processo, a violência desencadeia e Oz coloca fogo tanto no rapaz quanto em sua mãe, Nadia, ao mesmo tempo que pagou um guarda para dar fim em Salvatore.
O plano de Oz era perfeito, exceto pelo fato de que Salvatore não é bobo e não morreu. Isso gera um conflito e uma relação mega inesperada: Sofia e Salvatore, algo que ficou para o próximo episódio, mas que com certeza deixou um gostinho de quero mais.
Esses conflitos desse episódio foram ótimos e são todos reflexos do desenvolvimento do mundo e dos personagens criados até aqui. É um primor no texto e na narrativa que amarra tudo e conseguiu me fazer vibrar em cada cena. Oz matando Nadia é uma cena muito pesada, mas é crível no mundo do crime.
Sofia abandonou a ideia de se justificar e agora é uma líder nada. Poupou Johnny Viti só para demonstrar força na frente dos capangas posteriormente em uma cena que me deixou de boca aberta por vir de forma inesperada. E nisso tudo ainda temos a volta do Dr. Julian Rush. Eu gosto do ator, mas seu personagem não demonstrou ser interessante o suficiente ainda. Dá a entender que ele vai ser o capanga de luxo de Sofia a partir de agora, mas ainda assim se mostra como alguém deslocado.
E claro, temos também a volta de Vic. O garoto teve seu momento de desenvolvimento em episódios passados e aqui vemos o resultado. Antes um garoto medroso, agora ele está pronto para se envolver o fim na máfia de Gotham. É um personagem interessante de acompanhar, não quero vê-lo em um fim trágico, mas, ao mesmo tempo, tenho a impressão que isso pode acontecer a qualquer momento.
O episódio se encerrou com Oz se lembrando de um antigo túnel de Gotham onde passava o tempo quando criança, esse que deve se tornar sua base de operações nos próximos episódios. É interessante que vimos também que Oz e sua família vieram do mesmo lugar de Vic na cidade, esse inundado quando o Charada explodiu tudo no filme.
Pinguim consegue ser muito bem uma série de máfia independente do Batman e isso é muito legal. Ainda assim, a mitologia e as referências estão ali e funcionam muito bem. As novidades implementadas aqui são mais que bem-vindas e estou muito curioso em ver como isso vai impactar o segundo filme, marcado para 2026. Ainda restam 3 episódios e muito coisa pode acontecer e minha empolgação só aumenta.
Atuações
Mais uma vez, começo destacando Cristin Milioti aqui. Embora não seja um episódio totalmente focado nela, seus momentos são ótimos. A atriz consegue trazer boas nuances e uma mudança de tristeza para seriedade assustadora. Reparem no início do episódio quando o policial intima ela. É sensacional.
Colin Farrel também merece muitos elogios aqui. Seu personagem exige uma atuação muito mais física e é sempre muito convincente o seu desconforto em andar, por exemplo. Além disso, Oz não teve sossego em momento algum nessa semana. Seja porque estava cometendo crimes, preocupado com sua mãe ou muito bravo por seu plano dar errado, mal deu pra ver aquele sorrisinho sarcástico dele.
Rhenzy Feliz volta a ter espaço de tela aqui também e é bem interessante ver a visão de uma “criança” no meio do crime. O ator consegue passar muito bem o seu desespero no meio de toda a bagunça que é viver no meio da máfia de Gotham, ao mesmo tempo que temos a explosão do garoto no sequestro do filho de Salvatore, mostrando um lado diferente dele.
Por falar em Salvatore, Clancy Brown foi finalmente solto nesse episódio, mesmo que de formas não oficiais. Se antes, o clássico ator parecia deslocado, agora ele tem motivos suficientes para aparecer com frequência e se tornar um dos principais antagonistas. O destaque da sua atuação aqui fica pro seu pesar pela morte de esposa e filho e também por ter de se aliar com uma Falcone, mesmo que agora seja uma Gigante.
Aspectos técnicos
Eu poderia usar esse tópico só para falar do figurino de Sofia e dos seus cortes de cabelo. Cada episódio ela está de um jeito diferente. Se por um lado isso pode representar seu estado de espírito completamente maluco, também funciona como forma de apreciação.
A produção também é bem empenhada nos cenários, mantendo os escombros criados pela inundação do filme e deixando claro que aquela área é basicamente abandonada. O retorno de Con O’Neill como Chefe de Polícia de Gotham também é um bom detalhe para dar continuidade a esse universo.
A qualidade técnica num geral se mantém excelente como sempre e mesmo que os cenários não variem muito, isso não se torna chato e nos mantém sempre próximos dos personagens. O jogo de câmera das cenas também é um ponto importante. Muitas vezes temos um ângulo esquisito como se estivéssemos escondidos naquela cena. É bem legal e também aumenta a imersão.
Trilha sonora
Outro mérito da série. Apesar de não ser presente o tempo todo, ela se destaca em momentos de tensão e causam um bom impacto. Só pela trilha já conseguimos ter uma noção do que pode vir acontecer. Não comentei em posts passados, mas os créditos também trazem sempre uma música, quase sempre um cover de alguma música muito conhecida e funciona bem para a proposta da série.
Conclusão
Pinguim se mantém muito sólido na qualidade nos seus 5 episódios lançados. É criativo, desenvolve muito bem seus personagens e aguça nossa curiosidade para o que vem na próxima semana. Já falei antes e repito que não ficar nas asas do Batman é um baita elogio aqui e por mais que eu queira ver o morcegão chegando para resolver as coisas, não é como se fizesse falta também.
Com certeza já é uma das grandes séries do ano e eu só consigo pensar no que pode ou não acontecer nos últimos três episódios. Vejo vocês semana que vem.
Onde assistir
Lembrando que Pinguim é transmitido na HBO aos domingos às 22h, ou então pelo serviço de streaming MAX.
Veja também:
Confira também a minha crítica dos 4 primeiros episódios:
Texto revisado por Alexandre Marques em 21/10/2024.
Pinguim: Episódio 5 Boas-Vindas
Pinguim: Episódio 5 Boas-Vindas-
Avaliação do episódio10/10 Excelente