Índice
O segundo episódio da série Pinguim já está disponível e com ele tivemos um maior desenvolvimento de alguns personagens, uma demonstração maior do que Oz pode fazer para atingir seus objetivos e do tamanho da loucura que passa na cabeça de Sofia Falcone. Foi um episódio mais calmo, mas cheio de vida e desenvolvimento. Confira a crítica completa!
Avisamos que esta crítica possui spoilers, logo recomenda-se assistir o episódio antes da leitura.
Oz, o maior mentiroso do mundo
O que foi apresentado no primeiro episódio continua neste, porém com um novo propósito. Oz já colocou o caos entre as famílias Falcone e Maroni enquanto saiu como o coitado bonzinho — ou quase isso — com as duas. É muito interessante ver o quanto o personagem consegue usar suas mentiras e histórias para atingir seus objetivos. Com ele, há sempre uma carta na manga e lentamente ele está conseguindo atingir seus maiores inimigos na família Falcone, para assim tomar o império deles para si próprio.
Como o nome do episódio sugere, temos um Infiltrado na história e isso é muito interessante de acompanhar. Desde os primeiros minutos, essa história é lançada e começa com um carregamento de drogas com Oz envolvido, até que isso começa a respingar para qualquer um da família Falcone, tudo devido à lábia mentirosa do protagonista que consegue convencer a família Maroni a entrar no jogo dele.
Sofia Falcone
Sofia Falcone ganha mais destaque neste segundo episódio do que no anterior. Em luto pelo seu irmão, ela está disposta a encontrar o culpado por isso a qualquer custo. A questão é que ela, além de ser bem instável mentalmente, também precisa enfrentar seu tio e o resto da família que pouco pensa nos entes familiares, apenas nos negócios. Ao longo do episódio, vamos vendo a personagem de Sofia desenvolvida para ir completamente contra sua própria família, seja por eles a tratarem como uma doida e coitada, que não deve se meter nos negócios, mas também por ter dedo de Oz nisso tudo.
Desde o primeiro episódio, vemos que quem matou Alberto, irmão de Sofia, foi Oz, que conseguiu se safar jogando a culpa nos Maroni. Isso se repete aqui. Se antes Sofia estava 100% disposta a acabar com Oz, com tudo que acontece neste episódio e sua própria família a afastando do caminho, ela acaba indo para o lado do protagonista, tentando tomar seu lugar, mas sendo enganada e sem perceber isso.
Sofia é minha personagem favorita até o momento, e a atuação de Cristin Milioti é ótima, transmitindo toda a dor, loucura e desespero que ela carrega. É possível sentir que ela amava de verdade seu irmão, sendo o único a dar algum valor a ela quando ela foi para o Arkham.
Por falar nisso, é aqui que temos a menção ao nome “A Carrasca”, título que ela recebeu após assassinar sete pessoas. No original, esse nome é Hangman, por ela literalmente pendurar suas vítimas em um sádico jogo de forca.
O Pinguim se construindo
Outro elemento que me chamou muito a atenção neste episódio foi a canalhice de Oz. No primeiro episódio, ele jogou o jogo, meio que contratou Vic, e os dois se entenderam. Neste novo episódio, as coisas deram errado, e Oz precisou mudar completamente seu plano. A questão é que o tratamento com Vic mudou drasticamente, além de ele jogar toda a culpa no garoto, algo que quem jogou os games da franquia Arkham reconhecerá com facilidade.
O Pinguim manda e desmanda e não tem a melhor personalidade quando o assunto é afeto. A série mostra um pouco mais sobre isso, trazendo sua mãe para a história, mas nem mesmo ela o trata com carinho. Ela apenas joga o peso sobre ele, afirmando que ele não pode ser um fracassado na vida. No fim, Oz é um cara traumatizado tentando realizar o sonho da mãe de ser um homem cheio de glória. Não por ele, mas por ela.
E isso diz muito sobre o que é O Pinguim. Por mais que a série esteja mostrando resquícios de afeto em Oz, a maioria desses sentimentos são apenas interesses para que ele atinja seu verdadeiro objetivo. Vic é usado quase como um escravo, e Sofia é completamente manipulada por suas mentiras. Assim como na máfia das famílias Maroni e Falcone, o que, nesse caso, eu até entendo, pois são um bando de safados.
Outro ponto que se destaca neste episódio é a frieza de Oz. No enterro de Alberto, seu plano era fazer uma social para que Vic colocasse as jóias no carro de outro integrante da família para assim o incriminá-lo. Nesse momento, contudo, Sofia tinha um homem dos Maroni no porão para dar informações sobre quem é o infiltrado. No momento em que Oz descobre que o plano das joias falhou, ele mata o homem do porão e foge. Não só isso, mas no meio da confusão, consegue jogar seu canivete para outra pessoa que nem estava envolvida. É o mestre do caos.
Personagens
Neste episódio, fomos apresentados a alguns novos personagens. O primeiro deles é o Dr. Julian Rush (Theo Rossi), que é basicamente o psicólogo de Sofia. Pela intimidade da cena, fica implícito que ele nutre sentimentos mais profundos por ela, embora Sofia se veja em uma posição bem distante de ser consertada.
A família Maroni também trouxe mais integrantes. Além do retorno de Salvatore (Clancy Brown), tivemos a introdução de Nadia Maroni. Ela parece ser a verdadeira dona da família e não precisa de muito para eliminar as pessoas. Enquanto Salvatore entra na onda de Oz, ela não se deixa enganar tão facilmente, o que pode gerar um desenrolar interessante ao longo da série.
Outro personagem novo é Luca Falcone, tio de Sofia. Ele é o novo líder da família e parece estar mais interessado em atrasar a vida dela. Vem com conversas fiadas, dizendo que ela precisa de férias e outras coisas. No fim, dá para perceber que ele não quer uma mulher ali, muito menos a filha problemática do seu falecido irmão. Essa é uma problemática interessante que provavelmente vai esquentar no próximo episódio, com a ajuda do mentiroso Oz.
Aspectos técnicos
A qualidade técnica se mantém impecável. A maquiagem em Colin Farrell continua excelente, e é difícil perceber que é o ator ali. O figurino e os cenários também cumprem muito bem seu papel, garantindo a imersão no ambiente de Gotham. É curioso porque, ao contrário de uma obra com o Batman, pouco vemos do centro de Gotham aqui. Sabemos que é o mesmo lugar, mas estamos explorando algo à parte, e isso é excelente. É literalmente uma série sobre o submundo de Gotham.
Conclusão
O segundo episódio de Pinguim mantém a qualidade em todos os sentidos e explora o lado mais manipulador do protagonista. Em alguns momentos, consegui vislumbrar elementos de Breaking Bad na série, o que é ótimo. A produção parece saber para onde está indo e no tempo certo. É preciso aguardar os próximos episódios, mas, até aqui, é uma ótima produção, e já estou ansioso pela próxima semana.
Comenta aqui embaixo o que você está achando da série, lembrando que ela pode ser assistida pelo MAX e também pelo canal pago da HBO.
Veja também
Revisado por Gabriel Princesval em 01/10/2024