Alien: Romulus é o novo filme da franquia que felizmente conseguiu ganhar minha atenção. Foram várias as tentativas ao longo dos anos de fazer continuações e prequels para expandir esse universo, mas nenhum que seja bom como foram os dois primeiros filmes Alien: O Oitavo Passageiro e Aliens, O Resgate. O novo longa, dirigido por Fede Alvarez, embora não seja melhor que os dois citados, consegue o feito de ser ótimo, claustrofóbico e de certa forma, uma emulação do primeiro filme. Confira agora a crítica completa.
Enredo
O novo longa se passa em algum momento entre Alien: O Oitavo Passageiro e Aliens, O Resgate. Cansados das falsas esperanças do planeta em que vivem, 6 jovens descobrem uma grande base rodeando seu planeta, base essa que pode ter a tecnologia para levá-los até o tão sonhado paraíso.
O que eles não esperavam é que essa base (chamada Romulus) foi um local de experimentos e conta com sobras de facehuggers, os mini aliens. Em meio à exploração do local, tudo pode virar uma grande tragédia.
Dado os seus limites, o novo filme se agarra bastante na premissa do primeiro lá de 1979. O clima, a tensão e até mesmo os lugares são muito parecidos e isso é um baita ponto positivo para ele. Até mesmo o elenco funciona de forma semelhante, mas em momento algum senti isso como só uma cópia genérica ou coisa do gênero. O filme tem muita originalidade e tudo isso se deve ao diretor Fede Alvarez.
O filme consegue colocar bem cada um dos personagens na história sem precisar usar flashbacks ou outros recursos parecidos. Temos o suficiente na trama para saber suas motivações e pronto, até porque o foco do filme não é ficar explorando o drama profundo de cada um deles. Apesar disso, temos algumas cenas bem bonitas, como a de Rain vendo o Sol pela primeira vez e aquilo gerando esperança a ela.
Direção
Fede Alvarez é o diretor por trás de Don’t Breathe (O Homem nas Trevas), um excelente filme de suspense, assim como o remake de Evil Dead (A morte do Demônio), de 2013. Aqui em Alien Romulus, o diretor teve 100% de liberdade para trabalhar da forma como desejava e ele escolheu o melhor caminho possível, a meu ver.
O diretor disse em uma entrevista que um dos pontos que adora no primeiro filme é que o protagonista é construído durante todo o filme. Ou seja, qualquer um dos tripulantes pode ser alvo. Hoje em dia sabemos que Ellen Ripley (Sigourney River) é a protagonista da franquia, mas isso aconteceu apenas era de ouro no primeiro filme. O diretor disse querer replicar isso em Romulus, o que ajuda demais a criar um cenário de desespero e medo, ou com personagens em tela.
Ao invés de expandir a franquia para novos horizontes, Alvarez decidiu voltar ao básico, mas com seu toque. Locais escuros e claustrofóbicos, momentos de tensão muito bem dirigidos que fazem o espectador também ficar muito tenso e uma qualidade de efeitos especiais maravilhosos.
O diretor buscou a equipe do primeiro filme para conseguir fazer toda a nojeira envolvendo o Xenomorfo e suas variações de forma prática. Sim, temos efeitos especiais digitais também, mas ele fez questão de usar o máximo possível de cenário real para tudo no filme, deixando a experiência mais interessante tanto para o elenco quanto para nós como espectadores. Confira este vídeo que mostra alguns bastidores:
Já falei algumas vezes que o filme parece emular no bom sentido o Alien de 79, mas Alvarez consegue ser bastante criativo nas cenas, misturando não apenas cenas de medo e tensão, mas também ótimas cenas de ação e até mesmo coisas bizarras beirando o ridículo, sem medo de que pareça ridículo, como um bom filme de terror deve ser.
Temos o uso da gravidade, armas de fogo, piadas e diversos outros elementos narrativos que na mão do diretor se tornam possíveis armas ou apenas uma virada de chave para resolver um problema.
Não vou entrar em todos os detalhes aqui, mas as cenas envolvendo o Alien são incríveis nesse filme. São nojentas, assustadoras e também servem como pretexto para o diretor explorar diálogos sobre tomar atitude de forma racional ou emocional.
Elenco
Por aqui temos 6 grandes personagens. Rain é interpretada por Cailee Spaeny e sua personagem é ótima. É a personagem que faz o drama todo acontecer, principalmente pela sua relação com Andy (David Jonsson) e Tyler (Archie Renaux). Para completar o grupo, temos a piloto Navarro (Aileen Wu), Bjorn (Spike Fearn) e Kay (Isabela Merced).
Admito não conhecer nenhum dos atores, mas gostei de cada um deles a sua maneira. Temos o personagem cheio de traumas, o com espírito de líder, a moça em perigo e outros clichês que funcionam para aumentar a tensão em filmes de terror. Quero ver mais desses atores em futuras produções e ouso dizer que alguns podem inclusive voltarem a trabalhar juntos por terem uma ótima química.
Conclusão
Alien Romulus é um ótimo filme de suspense com pequenos alívios de ação. A mistura de um diretor bom e que ainda é bastante fã da franquia faz toda a diferença e faz com que tudo seja cheio de vida e crível, mesmo que no espaço e com seres alienígenas que grudam na cabeça de humanos. É definitivamente um filme que recomendo, principalmente se for fã da franquia.
Quando estreia Alien Romulus?
O filme chega amanhã (15) nos cinemas brasileiros com cópias dubladas e legendadas. Eu assisti ao filme a convite da Disney em uma tela IMAX e sugiro que você opte por essa tela também, se possível. Você está empolgado para o filme? Conta pra gente nos comentários!
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