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O nono episódio de A Casa do Dragão estreou neste domingo (16). Para quem era fã das conspirações políticas de Guerra dos Tronos, é um episódio satisfatório. Para quem assiste a série só para ver Rhaenyra (Emma D’Arcy), Daemon Targaryen (Matt Smith) e dragões, é um episódio frustrante.
Isso porque o episódio “O Conselho verde” foca nos Hightower – o Mão do Rei Otto (Rhys Ifans) e sua filha Alicent, a rainha – e suas movimentações para colocar Aegon II Targaryen (Tom Glynn-Carney), primeiro filho de Alicent com o então rei Viserys I (Paddy Considine), no Trono de Ferro.
É um pedaço da história que carrega o DNA de Guerra dos Tronos que conquistou o público no começo de 2011, quando a HBO lançou a primeira temporada da série. Tanto que assistir ao episódio nove chega a ser até nostálgico. Mas vamos por partes.
Recapitulando…
O rei Viserys I Targaryen, o Pacífico, está morto. Isso tinha ficado implícito no final do oitavo episódio de A Casa do Dragão, após os esforços (no sentido literal mesmo) do rei em apaziguar os ânimos entre as partes Hightower (leia-se: Alicent e seus filhos) e Targaryen (leia-se: Rhaenyra, Daemon e seus filhos) da sua família.
O episódio foi marcante por mostrar a última vez em que Viserys sentou no Trono de Ferro – para defender, mais uma vez, a sucessão de Rhaenyra ao trono -, o estado carcomido do seu rosto por conta da sua doença e o mal entendido que vai causar uma guerra em Westeros.
É que, no seu último suspiro delirante, Viserys contou à Alicent sobre a Canção de Gelo e Fogo, isto é, a visão de Aegon, o Conquistador, dos eventos que aconteceriam na Guerra dos Tronos (a guerra entre Westeros e os caminhantes brancos de Para-Lá-da-Muralha). O que Alicent entende disso? Que Viserys queria que Aegon, seu filho, fosse rei, ao invés de Rhaenyra.
O Conselho verde
Esse é o pontapé que dá início ao episódio “O Conselho Verde” de A Casa do Dragão. O episódio começa escuro e melancólico, com a notícia da morte do rei chegando aos ouvidos de Alicent e seu pai, Otto. E aí começa o verdadeiro jogo dos tronos e a escalada de tensão que só acaba quando rolam os créditos.
O sol nem tinha raiado e os membros do Pequeno Conselho já estavam reunidos para receberem a notícia e discutirem sobre como proceder. Alicent conta o que ela tinha entendido como o último desejo de Viserys, mas nem todos estão de acordo com esse cavalo de pau nas intenções do então rei, que passara décadas defendendo a sucessão da sua primeira filha, com a sua primeira esposa, Aemma Arryn (Sian Brooke). A tensão no ar era tão densa que dava para cortar com uma faca.
O primeiro a, literalmente, se levantar contra isso foi o lorde Lyman Beesbury, que tem um final bem estilo George R. R. Martin mesmo. Num ataque de fúria, o cavaleiro Criston Cole (Fabien Frankel), da Guarda Real e leal à Alicent, esmaga sua cabeça contra uma pequena bola de ferro da mesa. E aí o restante do Conselho parece estar de acordo com o novo rumo, mas o Lorde Comandante da Guarda Real, Harrold Westerling (Graham McTavish), pede demissão.
Jogo dos tronos
Fica decidido que o príncipe Aegon seria coroado rei. Mas onde ele estava? Começa, então, a caçada por ele, que toma um quarto do episódio. Enquanto isso, fica subtendido que Rhaenyra e Daemon seguem em Pedra do Dragão, sem saber de nada que estava acontecendo na Fortaleza Vermelha, em Porto Real.
Nessa busca por Aegon, de um lado estavam os cavaleiros gêmeos Erryk (Elliot Tittensor) e Arryk Cargyll (Luke Tittensor), a serviço da Mão do Rei. De outro, o cavaleiro Cole e o príncipe Aemond, irmão de Aegon (e contrariado, porque, na sua visão, ele é quem estaria mais apto a assumir o trono), a mando de Alicent. Isso porque, neste momento, pai e filha têm motivações diferentes. Um quer convencer o jovem a aceitar a coroa e matar Rhaenyra e Daemon, já o outro quer costurar um acordo menos violento.
Enquanto esse grupo busca Aegon, seu avô, Otto, já começa a mexer os pauzinhos na Fortaleza. Ele convoca os senhores das famílias que tinham jurado lealdade à Rhaenyra, tantos anos antes, para se curvarem a Aegon. Aqueles que não concordaram, tiveram um fim bem George R. R. Martin.
Finalmente luto e revelações
Quando alguém importante morre, geralmente mostra-se o luto dos seus familiares e amigos. Mas quando estamos falando do rei de Westeros, numa história de Martin, as movimentações de peças no tabuleiro do jogo político do reino vêm primeiro. É só na metade do episódio que o luto aparece – e de forma bem contida.
Quando Alicent vê as Irmãs Silenciosas embrulharem o corpo de Viserys, rola um choro meio estrangulado, após o último vislumbre que teremos do rosto do rei pacífico. E isso é o máximo que se tem no episódio em relação ao luto e funeral de Viserys.
Em paralelo, os cavaleiros gêmeos Cargyll descobrem que Aegon curte rinha de crianças e, provavelmente, já tem filhos bastardos espalhados por Porto Real. Quem revela onde o jovem está escondido é Mysaria (Sonoya Mizuno), ex-esposa de Daemon que agora é conhecida na cidade como Verme Branco. E aí rola uma luta entre um dos gêmeos e Cole (que chegou ao príncipe sabe-se-lá-como).
Coroação, Rhaenys e (finalmente) dragão
A reta final do episódio desta semana de A Casa do Dragão se dedica à coroação de Aegon, que se mostra bem relutante a assumir o cargo de seu falecido pai. Pouco antes da cerimônia, sua mãe, Alicent, mais exausta que nunca, vive um momento perturbador. Para ela, parecia rotineiro. Para o espectador, foi novidade.
A série revela que o lorde Larys Strong (Matthew Needham), conhecido por ter um pé torto (e carregar um apelido por isso), tem fetiche por… pés. E Alicent usa isso como moeda de troca pelos serviços e informações que ele oferece. Após informá-la sobre a rede de espiões que existe no castelo, Strong se masturba enquanto olha para os pés dela.
Enfim, chega a cerimônia de coroação, em que Otto Hightower informa a população do Porto Real que Viserys I está morto e que seu filho, Aegon II, será o sucessor ao trono. O povo ovaciona o comunicado, bem como a entrada do príncipe. A coroação traz flashbacks de guerra para quem assistiu Guerra dos Tronos, porque lembra o momento em que Joffrey Baratheon (Jack Gleeson) assume o trono.
Enquanto o espectador provavelmente pensa “putz, ferrou, cadê a Rhaenyra?”, o chão explode e, dele, verte um dragão vermelho enorme. Nas suas costas, não, não está a Rhaenyra. Seria um momento legal, mas não faria sentido. Quem está montado nele é a princesa Rhaenys Targaryen (Eve Best), que fecha o episódio finalmente fugindo da Fortaleza Vermelha.
Balanço do episódio novo de A Casa do Dragão
O que o episódio novo de A Casa do Dragão teve de movimentações e reveses no jogo dos tronos, não teve de ação nem de personagens que, a essa altura, são os favoritos. Isso pode agradar alguns tipos de fãs e desagradar outros.
A esperança que fica é que a série compense isso no próximo episódio. Afinal, ficou no ar que o próximo passo da história é a reação de Rhaenyra e Daemon aos acontecimentos deste episódio.
Porém, o que a princesa Rhaenys realmente vai fazer (e as consequências dos seus atos) nós só vamos descobrir quando o episódio dez de A Casa do Dragão ficar disponível, no domingo (23), às 22h, nos canais da HBO e na sua plataforma de streaming HBO Max.
Veja também:
Lista completa dos lançamentos de outubro da HBO Max
O Conselho Verde
O Conselho Verde-
Roteiro9/10 IncrívelIncrível
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Trilha sonora8/10 ÓtimoBom
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Fotografia10/10 ExcelenteExcelente
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Atuação8/10 ÓtimoBom
Materia maravilhosa, bem explicativa e didática. Sem contar nos detalhes que aperfeiçoa a leitura. Parabéns .
Ainda estou confuso do porque quer matar a princesa