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Ao alinhar lifestyle ao uso prático da tecnologia, a Samsung lança os earbuds Galaxy Buds Live. Junto do sistema de cancelamento de ruído ativo, os Buds deixam de lado as características de um aparelho intra-auricular trazendo mínima compressão a quem ouve, o que resulta na sensação de liberdade – além, claro, do belíssimo design. Nas últimas semanas pudemos testá-lo e te contamos tudo aqui neste review.
Destaques do Galaxy Buds Live
O nome “Live” indica a impressão de liberdade carregada pelos fones, que tem dupla abertura para passagem de ar. Cada aparelho conta com drivers de 12mm com selo de qualidade AKG, uma das líderes e pioneiras em fones premium. Falando nisso, há a função de cancelamento de ruído ativo para eliminar sons em baixa frequência do exterior, o que em teoria isola o áudio e entrega uma melhor experiência auditiva.
Além destas tecnologias um dos detalhes é a existência do IPX2, ou seja, ele resiste a respingos de água (por efeito de comparação, o concorrente AirPods Pro é IPX4) e pode sobreviver ao suor de caminhadas, por exemplo. Outra característica que impressiona é o design: basta “encaixar” dentro da orelha girá-lo para cima, pois o formato ergonômico prende o Buds Live no contorno da cartilagem de quem ouve.
Inclusive o design garante um ponto forte por funcionalidade e também pelo visual, que intriga céticos em fones estilo earbuds pela portabilidade e leveza. Até mesmo a caixinha de carregamento levou atenção especial e tem acabamento elegante, independente da cor escolhida.
Performance de áudio
O encaixe do Galaxy Buds Live varia de pessoa para pessoa, mas tudo correu bem em nossos testes. Você sabe que eles estão encaixados do jeito certo ao balançar a cabeça para os lados (mesmo de forma violenta, aos bateristas ou fãs de heavy metal) e notar que os fones não caem com tanta facilidade. O giro após posicioná-los é o segredo de tudo. O alcance da conexão é alto até apresentar problemas (mais de 10 passos de distância) e o tempo de resposta é quase zero, então você pode jogar no celular sem problemas.
Para controle de músicas ele reconhece, nos dois fones, uma área de toque que parece englobar toda a “frente” dele — a parte à mostra depois de colocado na orelha. Leva um tempo até o costume da parte do touch enquanto você tenta descobrir o posicionamento certo. De fábrica você pode pausar e retroceder, como de costume em fones do tipo, e ativar o cancelamento de ruído ao segurar. Dica essencial: aprenda o encaixe antes de dar play em qualquer música, pois ajustá-los com toque pode pausar a música com frequência.
Uma única crítica a este sistema é que o controle de volume poderia ser melhor, como um “swipe” — afinal, a superfície sensível a toque é larga. Por meio do app próprio você consegue configurar qual lado irá aumentar ao manter pressionado e qual irá diminuir o volume, mas nada seria mais intuitivo do que um leve gesto para os lados.
Em questão de qualidade de som, eles são muito bons. Percebi que ele performa melhor com músicas de menor escala, como as mais tranquilas de vocais e violão. Com volume na casa dos 70%-80% a qualidade em vários os gêneros é mantida, até com solos de hard rock dos anos 80 e eletrônicas agitadas do ano passado. Pelo fato de os fones serem mais encorpados, passam a impressão de que deveriam ser pelo menos um pouco melhores nos graves, mesmo porque estão muito bem encaixados na orelha, mas desapontam um pouco nisso.
A performance sonora, por consequência, vai ser uma questão de perfil do consumidor. Quem mais deseja o Galaxy Buds Live talvez opte pelo estilo e pode ter gosto musical eclético, sem exigir tanto da potência ou de distorções pesadas de guitarra. Neste ponto, estilo de vida, design e gosto musical estão alinhados — se pensarmos para quem estes fones foram feitos.
Microfone e aplicativo Galaxy Wearable
Com gravações de áudio, percebi que o volume e qualidade da voz é muito similar ao par dos fones de ouvido (com fio) que acompanha a linha básica e intermediária Galaxy. Um ponto positivo é isolar a voz de sons como digitação no teclado ou vento em uma janela próxima, mesmo que sua fala soe mais comprimida. Em chamadas de voz via aplicativos, porém, não ouvi reclamações (nem elogios) sobre a qualidade do áudio ser diferente do que colegas estão acostumados. De certa forma, afirmo que isso seja uma aprovação, ainda mais se pensarmos que eles estão longe da boca.
Essencial para quem usa os Buds, o aplicativo Galaxy Wearable (para gadgets da Samsung) permite certos ajustes que melhoram a experiência. Com ele, podemos escolher entre 6 perfis predefinidos, ativar um som de alarme caso você tenha perdido um bud, checar status da bateria e mudar a resposta do toque, por exemplo. Recomendo ativar a configuração de “Mais graves” no equalizador para um som mais rico, pois funcionou bem com diversos gêneros musicais.
Só senti falta do equalizador personalizável, uma adição que seria interessante para customização. No Android você pode até adicionar widgets de controle rápido (com funções de cancelamento de ruído e de bloquear toques) e de informações da bateria, tanto do case como de cada aparelho.
Cancelamento de ruído ativo
Já te explicamos por aqui como o cancelamento de ruído funciona, mas para resumir neste review: os fones possuem microfones embutidos que detectam ruídos indesejados e reproduzem uma frequência “oposta” ao que é ouvido, cancelando de maneira ativa o som exterior. Como reafirmado pela Samsung, o cancelamento em teoria funciona melhor em metrópoles com barulho constante de fundo, onde o sistema dos fones pode reconhecer e ajudar a eliminar os sons. Este foi inclusive um ponto importante reafirmado no comercial.
Na loja oficial vemos a informação mais detalhada pela marca: “O cancelamento de ruído ativo (ANC) do Galaxy Buds Live recebeu a certifiação da UL Verification por reduzir o ruído de fundo em até 97% em bandas de frequência baixa“. Ou seja, ele pode eliminar as vibrações e sons baixos, mais graves, mas não vai filtrar nem reconhecer barulhos estridentes ou conversas paralelas. E realmente, quem tem ouvidos um pouco mais treinados pode notar certa diferença quando ligar a função sem tocar música (seja por toque nele ou via controle do app).
É uma pena que na maioria dos casos não há cancelamento. Se até em ambientes pequenos com um único ruído constante, de baixa frequência, o Galaxy Buds Live não conseguiu funcionar bem, não creio que ao ar livre de qualquer cidade grande esta tecnologia faça alguma diferença. Mesmo quando o único barulho no cômodo vinha de um ruído proposital, o cancelamento não funcionou. Coloquei uma música pop (volume em 50%) estando a 2 metros de distância do cooler do computador e ainda pude ouvi-lo. O mesmo aconteceu com a vibração da geladeira, mais de 3 metros de distância, com a mesma música e volume.
Carros passando a dezenas de metros e vibrações de motor distantes são exemplos de casos onde a tecnologia funciona, mas em testes foram os únicos cenários perceptíveis (só se você se esforçar para perceber). No dia-a-dia de cidade grande cheio de barulhos próximos, a única solução é aumentar o volume até o talo, como qualquer fone. Pior ainda, se você ligar o cancelamento a bateria é drenada de forma significativa. Do tempo de uso médio, ele pode sugar 80 minutos de uma única carga (para algo que poucas vezes funciona).
Pelo desenho da peça com as saídas de ar, as aberturas causam vazamento da música tocada. Então, alguém que esteja a “um braço esticado” de distância ouvirá qualquer som acima dos 50% de volume. Pode-se interpretar o cancelamento de ruído pelo lado positivo, porque todo o design e hardware tem a intenção de dar liberdade ao ouvido, o sentimento de leveza que não te isola do mundo exterior. Se você mora em casa e precisa ficar atento, por exemplo, ao chamado de alguém ou à campainha, isso é excelente.
Bateria
A estimativa de duração da bateria impressa na embalagem é real: as “6-21 horas” de duração são traduzidas em 6 horas com cancelamento ligado e 8 horas desligado, além de pelo menos mais duas cargas completas com a caixinha. Sem que a bateria deles esgote, consegui até três cargas. Se preferir, um “bud” pode carregar enquanto você utiliza o outro, mesmo que em cinco minutos de carga rápida consegue-se bateria para quase uma hora de uso.
A caixinha carrega sem fio (dock de carregamento wireless ou atrás de celulares compatíveis) ou via cabo USB-C, plugado a um computador ou com um adaptador de tomada (não incluso, mas qualquer um funciona). Por possuir contatos magnéticos, basta colocar os fones que o ajuste para o lugar certo acontece sem esforço. A luz de indicação é um toque perfeito para indicação de carga completa e de bateria restante.
Conforto e praticidade
Pincelado acima na seção de performance de áudio, o ponto mais forte dos Galaxy Buds Live é o conforto. Ele não precisa ficar “enfiado” no ouvido como os intra-auriculares, somente encostado, sem obstruir a passagem de ar. Mesmo assim, o design ergonômico e a sensação de orelhas livres fica confortável para aqueles que pretendem usar fones diariamente para diversas ocasiões. Inclusive na cama, logo antes de dormir, eles trazem conforto. Se você é a pessoa que ouve podcasts, músicas ou vê séries para relaxar enquanto deitada, o Buds Live pode ser muito conveniente.
Eles ficam posicionados confortavelmente na orelha de maneira discreta, mas vale lembrar que o “molde” de cada orelha pode variar. O encaixe do Galaxy Buds Live, particularmente, pareceu ficar a um ângulo menor do que imagens de exemplo da fabricante — sugere-se que eles fiquem a um ângulo de 45 graus. É uma verdadeira questão de tentativa e erro, até porque as orelhas de um usuário podem ser levemente assimétricas, ao ponto de a orelha esquerda ficar com encaixe diferente da direita. No kit está incluso uma espécie de adaptador emborrachado, mas para meu uso não achei necessário.
Para pareá-lo também não tive problemas, o que toca na questão de praticidade. O celular Samsung com o app ajuda a facilitar um pouco as coisas, mas mesmo no notebook consegui encontrá-los sem problema. A configuração deste pode ser feita com o Galaxy Wearable (“parear novo dispositivo”). Também é prático ter o carregamento direto na caixinha portátil, bem como a conexão com smartphone só ao abri-la.
Custo-benefício e conclusão
O Samsung Galaxy Buds Live começou a ser vendido nos EUA por 170 dólares, chegando aqui por pouco mais de mil reais. Não podemos negar que headphones e headsets de hardware superior podem ser adquiridos pela metade do preço (inclusive vários modelos da própria AKG), porém, deve-se tomar como primeiro plano a versatilidade destes earbuds.
Por “consertar” uma crítica que levantamos ao falar sobre o Galaxy Buds+ no começo do ano, o Galaxy Buds Live inova ao propor cancelamento de ruído a um preço R$200 mais caro (comparado ao atual valor do Plus). O antecessor pode dar a impressão de isolar melhor o mundo exterior por seu encaixe intra-auricular, mas isso vem junto do sentimento de compressão e pouca passagem de ar.
Para os pontos que propõe cumprir, o Buds Live preenche as lacunas de conectividade, portabilidade, qualidade sonora e duração de bateria. Só desaponta em cancelamento de ruído ativo, que é quase impossível por colidir com a principal proposta de som aberto e de “orelhas livres”. Logo, podemos resumi-lo em conforto e design – ele conquista mais pelo visual e praticidade do que pela performance em si.
Assim como a The Sero (TV vertical), o Galaxy Buds Live é mais um exemplo de que a Samsung consegue muito bem alinhar qualidade ao lifestyle dos usuários. Disponível em três cores (preto, branco e bronze), ele pode ser encontrado pelo preço sugerido de R$ 1.169,10 à vista na loja do Showmetech no Magazine Luiza.
Especificações técnicas — Galaxy Buds Live
Modelo | Samsung Galaxy Buds Live |
Dimensões (L x A x P) (mm) | Earbud: 16.5 x 27.3 x 14.9mm Case: 50.0 x 50.2 x 27.8mm |
Cores | Mystic Bronze Mystic White Mystic Black |
Bateria | 6 horas de conversação 21h em espera |
Sensores | Acelerômetro, giroscópio, proximidade, touch |
Recursos | Cancelamento ativo de ruído Bixby |
Compatibilidade | Android 5.0 ou superior iPhone 7 ou superior, com iOS 10 ou superior |
Preço | R$ 1.169 |