A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta terça-feira (23), quatro pessoas suspeitas de hackear os telefones do ministro Sergio Moro e do procurador e chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol. A medida foi cumprida através do inquérito que investiga a suposta invasão e roubo de dados do ministro e de outros magistrados.
As ordens judiciais foram expedidas por Vallisney de Souza Oliveira, juiz federal de Brasília, autorizando os mandados de prisão temporária de cinco dias, e sete de busca e apreensão. Desde cedo, a PF já estava nas ruas para cumprir com a decisão. A operação foi batizada de “Spoofing”, conhecida por ser uma falsificação tecnológica que visa enganar pessoas ou rede, fazendo com que ela acredite que a devida informação seja confiável – porém não é.
A operação ocorreu nas cidades de São Paulo, Ribeirão Preto (SP) e Araraquara (SP). Antes de chegar nessa medida, uma perícia já estava andamento para analisar a suposta invasão ao celular de Sergio Moro. A prisão dos hackers ocorreu no mesmo dia em que o ministro da economia, Paulo Guedes, relatou a invasão de seu celular. No domingo (20), a deputada federal Joice Hasselmann divulgou um vídeo em que diz vítima de invasão no telefone.
The Intercept: relação das conversas entre Sergio Moro e Deltan
Segundo a Folha de S.Paulo, os investigadores chegaram aos possíveis hackers após rastrearem os sinais de onde ocorreu a invasão. Para eles, a capacidade técnica dos criminosos era baixa. A PF não revelou se o grupo tem alguma relação com as mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil. Desde 9 de junho, o site vem revelando conversas entre os procuradores através do aplicativo Telegram. A autenticidade já foi confirmada pela Veja, Folha e BandNews. De acordo com os investigadores, a perícia continua para analisar quaisquer circunstâncias dos crimes.
A operação desta terça que prendeu quatro suspeitos de hackear os celulares de Sergio Moro e Deltan foi mantida em sigilo. A Polícia Federal não divulgou outros detalhes e os próximos passos.