O Galaxy S8 chegou ao Brasil há alguns dias, e por mais que o seu preço ainda esteja bem salgado, muita gente está de olho no flagship da Samsung. Desde a sua chegada por aqui, o smartphone caiu de preço, e também reduziu o valor de outros produtos da marca, como o Galaxy S7 – agora, com o antecessor também mais barato, muita gente ficou na dúvida: S8 ou S7, qual vale mais a pena?
Se este é o seu caso, fique tranquilo porque a gente te ajuda a resolver este impasse. Só lembre-se que há um porém: mesmo desejando sanar as suas dúvidas, não iremos apontar um vencedor absoluto – na verdade, isso sequer é possível, afinal, estes são dois aparelhos muito bons, mas de preços e gerações diferentes. Sendo assim, tudo o que iremos fazer aqui é direcionar qual aparelho atende melhor a quais necessidades, sejam elas práticas ou, é claro, financeiras.
Mas chega de enrolação, vamos lá:
Câmeras
Como já diria Michael Fischer, o meu guru favorito na tecnologia móvel, as pessoas não compram mais smartphones, elas compram câmeras inteligentes com acesso à internet. Justamente por isso, as câmeras dos Galaxy S8 e S7 são um dos mais importantes fatores a serem analisados, e por mais incrível que isso pareça, é justamente nesse ponto em que ambos são mais parecidos – o que também é muito bom, vale ressaltar.
No papel, ambos os sensores, tanto o do S8 quanto o do S7, têm as mesmas especificações: os dois têm 12 megapixels, abertura de diafragma em f/1.7, pixels de 1.4 micrômetros e ainda gravam em 4K – tudo isso já dava ótimas capacidades ao Galaxy S7, que era tido por muita gente como a melhor câmera do Android até o ano passado.
Em 2017, no Galaxy S8, o sensor utilizado foi o Sony IMX333*, que apesar de ser tecnicamente idêntico ao do S7, lida melhor com cenas noturnas e consegue fazer vídeos em 960fps na resolução HD (720p). Sendo assim, é inegável que o S8 se trata duma ótima câmera, mas não traz grandes revoluções perante o seu antecessor – a menos que você adore vídeos em slow-motion e tire muitas fotos em ambientes sem iluminação.
Independente de qual gadget você escolha, suas fotos sairão lindas e com os mais belos resultados que uma câmera topo de linha, dentre os smartphones vendidos no Brasil, pode oferecer.
No que tange às câmeras frontais, pouca coisa também mudou: o sensor que era de 5 megapixels, no S7, passou a ter 8 megapixels no S8 – o que prova alguma evolução técnica, mas apresenta pouquíssima melhoria na realidade, até mesmo em cenários com menos luz, por exemplo. Na hora de tirar uma selfie, portanto, não muda muito ter o lançamento ou o seu ‘irmão mais velho’.
Design e tela
Não unimos esses dois parâmetros de graça: em ambos os dispositivos, com mais intensidade no S8, é claro, a tela corresponde grande parte do design – precisamente, 85% do corpo do aparelho mais recente. Este é um ponto onde os dois flagships diferem bastante e, nos bolsos mais generosos, pode ser decisivo em favor do Galaxy S8.
Começando pelo modelo mais antigo, o Galaxy S7 tem uma tela incrível. Com resolução 2k (2560 x 1440), o display foi um dos melhores que vimos em 2016, só perdendo em contraste e qualidade de imagem para o falecido Galaxy Note 7, também da Samsung.
Embora esta seja uma ótima tela, basta colocá-la ao lado do Galaxy S8 e veremos o salto de saturação trazido pelo recurso HDR, presente na tela do lançamento. Além de cores mais vibrantes, que pulam da tela em direção aos seus olhos, o painel do S8 embala o corpo do dispositivo – tudo bem, temos isso no S7 Edge, no entanto, a curvatura presente no S8 é mais natural e acompanha as linhas do seu design.
O S8 tem mais qualidade no display e consegue oferecer mais tela mantendo as mesmas dimensões vistas no S7. Porém, se isso vale a diferença de preço entre as variantes mais simples de cada modelo, é algo que preferimos deixar ao gosto e ao bolso de cada leitor.
Por mais que a tela do S8 tenha mesmo mais qualidades técnicas e visuais, ela também tem seus contrapontos: pelo fato de dominar completamente a frente do aparelho, a tela acabou empurrando o leitor biométrico para a parte de trás do S8 – o que se tornou polêmico desde o lançamento do gadget. Com poucos minutos de uso, nota-se que o local é muito difícil de alcançar, desbloquear o Galaxy S7, por sua vez, é uma tarefa muito mais fácil.
Hardware
Assim como diremos mais posteriormente, a diferença de hardware entre os dois dispositivos não vai além do que é técnico – ao menos não por enquanto. Dizemos isso porque seja qual for o escolhido por você, pouca coisa vai mudar no quesito performance, principalmente num futuro próximo.
Dotado de uma CPU Exynos 8890 Octa, o S7 possui poder de fogo para, no mínimo, mais um ano – tudo isso sem perder o desempenho típico de um Android topo de linha. A GPU do dispositivo, o chip responsável pela parte gráfica de jogos e aplicativos, é uma Mali-T880, e por mais que este seja o componente que mais sofre com o passar dos tempos, duvida-se que exista algo na Play Store que o S7 não rode com maestria.
Os dois tem 4GB de RAM, 64GB de armazenamento interno*, suporte a cartões microSD de até 256GB e rodam o Android 7.0 Nougat – considerando que o S7 já está sendo atualizado para esta versão.
Já no lado S8 da força, o chip da vez é o 8895 Octa, também fabricado pela Samsung e pertencente à linha Exynos. Embora ele seja mais novo e mais sofisticado, inclusive com uma arquitetura menor que a do 8890, este chipset não tem grandes vitórias em processamento: o real trunfo do novo SoC é efetuar as mesmas tarefas, mas usando menos energia.
É claro que isso tudo deve mudar no futuro, daqui um ano ou pouco mais – o S8 com certeza envelhecerá melhor que o S7, mas isso é algo que teremos de esperar para afirmar em detalhes.
Bateria
Este é um ponto realmente interessante, veja só: o Galaxy S8 tem a mesma capacidade de bateria do Galaxy S7, porém, conta com uma CPU mais econômica. Em contrapartida, a tela do Samsung mais recente também é maior: são 5,8″, no S8 comum, contra as 5,1″ do S7 padrão – isso acaba gerando mais consumo por parte da tela, mas no final das contas, o S8 ainda vence neste quesito, oferecendo um pouquinho mais de uso a cada recarga completa.
O mesmo se repete no caso do S8+, que nada difere do S8 comum, a não ser por ter tela e bateria maior. Em comparação com o S7 Edge, por exemplo, o S8+ consegue até uma hora a mais de uso, mesmo tendo a menor bateria, neste caso.
Em termos de tempo de recarga, a coisa fica bem parecida entre os modelos mais caros de cada ano, o S8+ e o S7 Edge: a bateria de ambos pode ser totalmente carregada em 1 hora e 40 minutos, o tempo é igual para os dois dispositivos. Já nos modelos mais modestos, o S7 e o S8, o tempo de recarga acaba sendo menor no antecessor – o S7 vai de 0 a 100% em, aproximadamente, 1 hora e 30 minutos, 10 minutos a menos que o S8 comum.
Uma batalha de titãs
Nenhum comparativo deveria se pautar exclusivamente em especificações, afinal, elas podem ser lidas por qualquer um e nem sempre indicam quem sai melhor na comparação. Justamente por isso, não queremos que você leve apenas os números em conta, mas sim como cada aparelho se comporta em determinado aspecto – e o preço que cada vantagem acaba tendo no valor final do produto.
O Galaxy S7, vale ressaltar, é um dispositivo recente e que acabou de ter o seu preço cortado, caindo para os R$ 1.999 com o lançamento do S8. Além de ser muito potente, é bastante provável que, no futuro, o S7 ganhe boa parte dos recursos de software presentes no S8 – algo que deve vir com atualizações futuras.
O S8, por sua vez, é o suprassumo da sofisticação atual. O dispositivo é fantástico, ele captura toda a essência do S7, que já era elogiado por muitos, e a eleva a outro patamar. Seja na câmera, tela, hardware ou design, tudo foi aprimorado e parece ser um passo à frente em direção à perfeição – o principal ‘calcanhar de Aquiles’ desse bonitão, entretanto, é justamente o seu preço: pagar mais de R$ 3 mil em qualquer aparelho, é um ato que exige coragem e poder aquisitivo.
Sendo assim, a aquisição de um destes, e de qualquer outro gadget, também depende muito de como você encara a compra de um novo smartphone – se você a vê como um investimento a longo prazo, ou seja, pretendendo ficar com o dispositivo por dois anos ou mais, o S7 vai sair mais caro do que acaba parecendo – afinal, longevidade ainda é tabu no Android e poucos dispositivos sobrevivem tanto tempo sem serem esquecidos.