O processo de formação de planetas é um assunto complexo, que se mantém como um dos grandes mistérios da ciência. Um estudo divulgado na revista Nature na última segunda-feira (21) pode colocar ainda mais dúvidas sobre a questão. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) identificaram o exoplaneta K2-33b. Com aproximadamente 10 milhões de anos, o corpo celeste é o mais jovem objeto já catalogado pela ciência humana.
Astrônomos já descobriram em torno de três mil exoplanetas (planetas fora do nosso Sistema Solar) como o K2-33b. Entretanto, quase todos são objetos de “meia idade”, com bilhões de anos. Para essa área da ciência, compreender o ciclo de vida de sistemas planetários usando exemplos nessa “faixa etária” pode ser comparado a tentar entender como as pessoas crescem apenas estudando adultos.
A descoberta do K2-33b oferece aos astrônomos uma “oportunidade de ouro” para entender a formação e o desenvolvimento dos planetas, entre eles a Terra. Quando as estrelas se formam, elas estão cercadas por densas regiões de gás e pó, chamadas discos protoplanetários, a partir dos quais os planetas se formam. No entanto, quando os astros já têm alguns milhões de anos, os discos quase desaparecem e a formação dos planetas está quase completa.
O K2-33b foi descoberto graças ao telescópio espacial Kepler. O planeta se situa em uma região do universo chamada Escorpião Superior. Por seu tamanho, é parecido com Netuno, que tem cinco vezes a dimensão da Terra, e orbita ao redor de sua estrela uma vez a cada cinco dias. Considerando que o planeta tenha no máximo 10 milhões de anos os pesquisadores descrevem que o planeta está em sua infância, se comparado à Terra, que tem 4,5 bilhões de anos.