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Em novembro de 2019, a oitava geração de videogames completa seis anos (ou sete, se considerarmos o Wii U, da Nintendo, como o início da era atual), intervalo de tempo próximo da média das gerações anteriores. Assim, naturalmente, informações sobre o que a indústria de videogames prepara para o futuro começam a surgir na internet, seja sobre a substituição das máquinas atuais, seja de novas plataformas ou novos serviços.
Para situar o leitor, a oitava geração de videogames compreende o PlayStation 4, que substituiu o PlayStation 3 em 2013, o Xbox One, substituto do Xbox 360 (2013), e o Nintendo Switch, que em 2017 ocupou o lugar do Wii U, de 2012. A nona geração, que não demorará a chegar no mercado, virá com diversas novidades, com a promessa de revolucionar como jogamos videogames.
PlayStation 5 e Xbox Scarlett
Todos os olhares da indústria de videogames estão voltados para a Sony e a Microsoft neste momento. Cada uma dessas empresas mostrará todos os detalhes de suas novas plataformas até que sejam lançadas, ambas prometidas para o final de 2020.
A Sony se adiantou à Microsoft e falou sobre a plataforma que substituirá o PlayStation 4 antes de sua principal concorrente. Em um evento voltado para a imprensa, a companhia japonesa prometeu uma máquina com muito poder de processamento através de um processador de oito núcleos, uso de SSD para armazenamento dos dados, suporte a 8K de resolução, reformulação do controle, suporte à realidade virtual e, para alegria de muitos, retrocompatibilidade com PS4.
O SSD deve diminuir consideravelmente os tempos de carregamento dos jogos. No evento, a Sony comparou o loading de uma “viagem rápida” no jogo Spider Man rodando em um PlayStation 4 Pro (que levou oito segundos) e na nova plataforma (que precisou de menos de um segundo para carregar tudo).
Quanto à resolução, chama atenção o suporte à resolução 8K. Faltam detalhes sobre este aspecto, uma vez que isso não quer dizer que os jogos rodarão nativamente em telas com tantos pixels. É possível que apenas alguns jogos alcancem tal resultado, ou que o videogame ofereça suporte apenas à reprodução de vídeos nesta resolução. (https://yourolddog.com/)
O controle também sofrerá alterações. Mark Cerny, executivo que trabalha com a Sony, falou brevemente sobre sensores hápticos no controle do PlayStation 5. A tecnologia, mais moderna que a atual, deve ser algo próximo do que vemos no Nintendo Switch, que conta com o que a empresa chama de HD Rumble. Além disso, os gatilhos (botões R2 e L2) permitirão que o jogador sinta como se estivesse executando diferentes ações, como puxar a corda de um arco ou acelerar um veículo.
As declarações de Cerny dão a entender que os desenvolvedores poderão programar a tensão que deverá ser exercida nos gatilhos para que a ação seja executada no jogo.
Quanto ao próximo Xbox, temos ainda menos informações reveladas. Na E3 2019, que ocorreu em junho, a Microsoft separou um breve período para criar expectativa nos fãs da caixa verde. Ainda não foi divulgado um nome oficial da plataforma, mas a companhia a chama, por enquanto, de Project Scarlett.
A empresa norte-americana também promete um console com grande capacidade de processamento, como aconteceu em todas as suas plataformas anteriores (Xbox, Xbox 360 e Xbox One), cada uma a sua época.
Praticamente todas as informações de que dispomos até o momento derivam de um pequeno trailer divulgado pela Microsoft. Nele, pessoas envolvidas no desenvolvimento do Project Scarlett falam um pouco sobre o novo console, que deverá ser cerca de quatro vezes mais potente que o Xbox One X, atualmente o mais poderoso videogame do mercado.
Já foi confirmado que o Scarlett será compatível com todos os controles do Xbox One, além de ser capaz de reproduzir jogos de todas as gerações Xbox anteriores — algo que já acontece com o Xbox One. O console será lançado em 2020 em conjunto do jogo Halo Infinite. Um site oficial da plataforma já foi aberto pela Microsoft.
Mad Box, a caixa louca
Pegando todos de surpresa, em janeiro de 2019 a Slightly Mad Studios, através de seu CEO, Ian Bell, anunciou que entraria na disputa dos aparelhos de videogame com o Mad Box. A empresa é conhecida por seus trabalhos em jogos de corrida de automóveis, especialmente Project CARS, este de sua autoria.
Pelo Twitter, o CEO confirmou a entrada no mercado de hardware, bem como conceitos de design tanto para a plataforma quanto para o controle. No que diz respeito a aspectos técnicos, ou inovações pretendidas, Ian não foi muito além, restringindo-se a dizer que será “o console mais poderoso já construído”, com capacidade para rodar jogos a uma resolução 4K e a 60 quadros por segundo para realidade virtual.
Desde então, a empresa e seu CEO se mantêm silentes à respeito do Mad Box. Não se sabe, portanto, se houve alguma mudança na direção da plataforma, ou quando ela será lançada. Com sorte, considerando o que Sony e Microsoft estão preparando, ouviremos mais sobre esta nova investida em 2020.
De qualquer maneira, concorrência é sempre bem-vinda ao consumidor, e certamente vale a pena ficar de olho no que a Slightly Mad Studios está desenvolvendo.
Google Stadia e os jogos na nuvem
O Google promete dar o próximo passo na direção da nona geração de videogames, e promete ser de forma revolucionária. Com o Google Stadia, será possível iniciar um jogo em qualquer aparelho que tenha acesso à internet, tela embutida ou conexão a uma e o navegador Chrome instalado.
Todos os dados serão acessados através da computação em nuvem, ou seja, via streaming — como você já faz com serviços como YouTube e Netflix. Após jogar na sua TV, será possível parar e continuar do ponto onde o jogo parou em outro dispositivo.
A capacidade de processamento prometida pelo Google é realmente impressionante (algo em torno de 10,7 teraflops de poder computacional, mais do que o dobro do que a geração atual de videogames oferece). Com velocidade de internet de apenas 35 Mbps, a gigante das buscas promete uma experiência de jogo a 60 quadros por segundo e resolução 1080p.
Em teoria, o que é prometido pelo Google é uma qualidade de jogo superior ao que é encontrado nos consoles atuais, e a um custo baixo (o preço inicial de US$ 10,00 nos Estados Unidos). Com isso, aliado à liberdade de jogar em diversos dispositivos que são comuns às pessoas, o Stadia pode significar uma verdadeira revolução na indústria de videogames.
O que gera dúvida, no entanto, é a forma de monetização da plataforma. Diferentemente da Netflix, o Stadia vai exigir uma assinatura para acesso ao serviço, além do jogador precisar desembolsar alguma quantia pela aquisição dos jogos. Se valerá ou não a pena, saberemos em novembro, quando o serviço será lançado (nos EUA, Canadá e União Europeia).
Contudo, o Google não está sozinha no mundo do streaming de jogos. A Microsoft há tempos vem promovendo o Project xCloud, o serviço de streaming de jogos da dona do Xbox.
O xCloud está atualmente em fase de testes para dispositivos Android, então possivelmente mais informações serão divulgadas em breve, como preços e data de lançamento. O que podemos esperar, obviamente, é que os jogos desenvolvidos pela companhia sejam adicionados ao serviço conforme seus lançamentos.
Ubisoft e Bethesda também anunciaram entrar no mercado de streaming de jogos com o Uplay+ e Orion, respectivamente. Todas essas plataformas devem focar na experiência de jogos a 60 quadros por segundo, que deve se tornar o padrão da indústria em um futuro próximo.
Vale lembrar que a Sony possui o PlayStation Now, também de streaming de jogos mas que já é comercializado nos Estados Unidos e Europa. Com a forte concorrência chegando, espera-se que a empresa expanda o serviço para todo o mundo e a preços competitivos.
Enquanto isso, a Nintendo…
A Nintendo é a maior incógnita para a próxima geração de videogames. A empresa, que das fabricantes de consoles é a que está há mais tempo no mercado, atualmente produz o Nintendo Switch, aparelho voltado para jogos que pode ser conectado a uma televisão ou levado para uma jogatina portátil.
O Switch foi lançado em março de 2017, sendo o mais recente dos aparelhos da indústria. Considerando que sua característica híbrida e sua forte biblioteca de jogos são aspectos que resultam em altas vendas desde seu lançamento, dificilmente a Nintendo entrará na nona geração de videogames com uma nova plataforma.
Contudo, deve-se considerar também que com o Switch a Big N abriu mão de um hardware potente para dar lugar à portabilidade. O resultado foi um videogame que não consegue bater de frente, em termos de capacidade de processamento, com a geração de videogames atual. O que dizer, então, se compararmos com as próximas plataformas?
Uma saída especulada por jornalistas e jogadores é que a Nintendo lançará uma versão mais parruda do Switch, algo como o PlayStation 4 Pro e Xbox One X foram para Sony e Microsoft. A empresa, no entanto, não fez qualquer comentário a esse respeito até o momento — o mesmo para qualquer serviço de streaming de jogos.
Certamente a Nintendo está de olho no que está acontecendo com os preparativos para a próxima geração de videogames, mas deve surfar na onda de sucesso que o Switch vive no momento.
Uma nova geração de videogames
Assim se desenha a nona geração de videogames no momento. É certo que em breve teremos jogos que farão uso de um poder computacional até então inédito na indústria, com tempos de carregamento cada vez menores.
Ainda, haverá uma acirrada disputa pela comodidade do jogador, que terá à disposição a facilidade de jogar onde bem entender, seja em um dispositivo portátil ou na televisão. Por falar nisso, 2020 talvez seja um ótimo ano para adquirir uma TV de resolução 4K (ou maior), caso você já não tenha partido para esta nova tecnologia.