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Ano novo, vida nova, metas novas… No Reino Unido e nos Estados Unidos, uma das metas do início do ano é o Dry January. A iniciativa da Alcohol Change UK, uma instituição de caridade britânica, que começou em 2012 e em tradução livre significa “janeiro seco”, propõe um mês sem o consumo de bebida alcoólica para aumento do bem-estar. Além dela, outras campanhas como “Sober October” e “Dry July” também são propagadas ao longo do ano, incentivando as pessoas a se unirem e se desafiarem a ficar 30 dias sem álcool. Mas será que vale mesmo a pena desistir dos drinks aos finais de semana? Confira!
Consumo de álcool: quanto é muito?
Desde o início da pandemia, em março de 2020, houve aumento do consumo de bebidas alcoólicas em todo o mundo. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), 55% da população brasileira consome frequentemente bebidas alcoólicas e 17,2% da população aumentou o consumo de bebidas durante o período de isolamento social. Por ocasião, segundo a pesquisa, um brasileiro costuma consumir, em média, três doses de álcool. Isso pode representar 450 ml de vinho ou três latas de cerveja, por exemplo.
Pode não parecer muito, mas de acordo com a especialista em Gastroenterologia e Hepatologia pela Associação Médica Brasileira, Liana Codes, esse consumo está acima do recomendado pelos órgãos de saúde. O consumo considerado adequado está abaixo de 14 gramas de álcool, equivalendo a uma dose de 45 ml de destilado, uma taça de 150 ml de vinho ou uma lata de cerveja, por dia.
No entanto, adeptos do que costumam chamar de “consumo moderado” também devem se preocupar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há um padrão de consumo de bebida alcoólica que seja seguro. Aquele drink no fim de semana pode ter impactos sociais, emocionais e psicológicos a longo prazo, além de consequências cardiovasculares e cerebrais.
O que acontece durante os 30 dias sem álcool?
Por mais incrível que pareça, os efeitos do álcool no corpo duram além da terrível ressaca. Segundo a OMS, o tempo para a desintoxicação depende da quantidade e do tempo de consumo, da idade, do peso, do gênero e de fatores genéticos, além da saúde em geral. No entanto, um mês sem álcool já pode mostrar mudanças significativas no corpo. E para demonstrar isso, a Dra. Harriet Bradley, diretora médica do Livi, um provedor de saúde digital, relatou os efeitos do álcool no corpo durante o período de abstinência ao longo de cada semana.
Primeira semana: melhora o sono e a hidratação
O álcool atrapalha o sono restaurador. Então, mesmo quando você dorme por longos períodos após a ingestão de alguns drinks, pode se sentir cansado ao acordar. Além disso, por ser diurético — auxilia na remoção de fluidos do sangue através do sistema renal — o álcool pode causar rapidamente desidratação, o que provoca dores de cabeça e atrapalha a concentração e até mesmo o desempenho físico, se você não aumentar drasticamente o consumo de água.
Segunda semana: melhora o refluxo ácido
O consumo de álcool pode aumentar muito a produção de ácido estomacal, o que causa danos ao revestimento do estômago e diminui a capacidade do organismo de se livrar de bactérias. Isso pode aumentar as chances de refluxo gastroesofágico, conhecido como refluxo ácido. A normalização da produção de ácido no organismo só ocorre durante a segunda semana de abstinência, ou seja, se você bebe durante todos os finais de semana, seu corpo não tem chance de se recuperar.
Terceira semana: reversão do dano hepático e perda de peso
Todo mundo sabe que a ingestão excessiva de álcool a longo prazo pode levar à cirrose hepática. Isso acontece porque o álcool contribui para a elevação de gordura no fígado. E é só a partir da terceira semana de abstinência que o órgão começa a se regenerar, reduzindo a inflamação e os depósitos de gordura. Além disso, é a partir desse prazo que você pode notar uma diminuição de peso, principalmente na cintura. As bebidas alcoólicas são altamente calóricas, beber cerveja pode ser comparado a comer chocolate: meio litro da bebida tem cerca de 239 calorias.
E se isso não fosse o bastante, a partir de 21 dias sem beber, a desintoxicação do corpo também auxiliará na regulação da dopamina. Você terá melhora no humor e na motivação. E até a memória será beneficiada.
Quarta semana: redução da pressão arterial e do açúcar no sangue
O consumo de bebida alcoólica aumenta a pressão arterial, e, por consequência, aumenta o risco de desenvolvimento de doenças mortais, como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC). E se você sente sua pele avermelhada, manchada ou inchada, isso também pode ser efeito do álcool: ele provoca um envelhecimento precoce da pele. É só após parar de beber por um mês que há uma redução na tensão das artérias, e uma melhora na aparência da pele, que fica mais viçosa, além disso, o nível de açúcar no sangue também é reduzido nesse período, diminuindo o risco de diabete tipo 2.
Além disso, um benefício de passar um tempo em sobriedade é a economia! E você, vai aceitar o desafio?
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Fontes: Daily Mail, CNN.
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