Estamos naquela época em que rolam as retrospectivas do ano. Mas como fazer uma retrospectiva de 2020? Afinal, estamos falando de um dos anos mais complicados e marcantes do século 21.
Para brincar com esse desafio, a Netflix vai lançar “2020 Nunca Mais” (“Death to 2020”, em inglês), uma retrospectiva satírica criada e produzida por Charlie Brooker e Annabel Jones, que também são os criadores da série distópica “Black Mirror”.
Como a própria Netflix resumiu na sinopse deste especial, a proposta é a seguinte:
Entre esses comentaristas fictícios estão nomes de peso, como Samuel L. Jackson (Nick Fury do MCU), Hugh Grant (Diário de Bridget Jones), Lisa Kudrow (Friends) e Joe Keery (Stranger Things).
A retrospectiva cômica (e trágica) estreia em 27 de dezembro, para embalar o clima de despedida entre Natal e Ano Novo. Lembrando que esta é uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência, ok?
‘2020 Nunca Mais’: o que esperar?
A ideia desta retrospectiva é ser “o evento de catarse cômica que você nunca esquecerá”, conforme descrito pela Netflix. O especial vai passar desde a crise política das eleições dos EUA até, claro, a pandemia do novo coronavírus.
Quem dirige “2020 Nunca Mais” é Al Campbell, que já trabalhou com Brooker em “Wipe“, um programa de TV britânico sobre filmes, séries, notícias e jogos, escrito e apresentado pelo criador de Black Mirror na BBC.
Além dos atores já citados no começo desta matéria, o especial vai trazer Kumail Nanjiani (Dolittle), Tracey Ullman (Mrs. America), Samson Kayo (Truth Seekers), Leslie Jones (Caça-Fantasmas, de 2016) e Diane Morgan (Como Eu Era Antes de Você).
No final de novembro deste ano, o ator Hugh Grant – que interpreta um historiador no especial – disse, numa entrevista à Volture, que estava trabalhando com Charlie Brooker num “documentário fictício”. Então temos aí uma outra forma de definir a proposta de “2020 Nunca Mais” (inclusive, no catálogo da Netflix o especial é categorizado como “pseudodocumentário”).
Outra pretensão da retrospectiva é misturar imagens reais, de arquivos, com cenas fictícias, abrangendo o que rolou nesses 12 (estranhos) meses de 2020.
‘O real mais estranho que a ficção’
Este subtítulo é, na verdade, um verso da música “Isso Não É Um Teste” do álbum “Sua Alegria Foi Cancelada”, oitavo da banda Fresno. E convenhamos que é uma frase que resume bem o que 2020 tem sido.
“Mas o que isso tem a ver com a retrospectiva da Netflix?” Talvez você esteja se perguntando. É que, no começo do ano, Charlie Brooker informou que tinha dado uma pausa na produção da sexta temporada de Black Mirror. Numa entrevista ao Radio Times, em maio de 2020, ele justificou essa decisão falando o seguinte:
Ou seja, para Brooker a realidade já estava desoladora o suficiente. E até 2018, era tradição na Netflix encerrar o ano com uma temporada nova da série distópica. Desde que o serviço de streaming comprou a série, os episódios novos chegavam ao catálogo em dezembro, perto do Ano Novo.
Na época desta entrevista, Brooker também disse que estava pensando em revisitar sua “veia cômica” e que estava escrevendo algumas coisas apenas para se divertir. Agora vamos ver o resultado disso em “2020 Nunca Mais”.
Assista abaixo o trailer da retrospectiva satírica da Netflix:
Fontes: Hollywood Reporter, Netflix, Radio Times e Volture
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