Índice
- 1 – Velocidade Máxima
- 2 – Uma longa jornada
- 3 – Cinzas da memória
- 4 – Potência atômica
- 5 – Sempre em frente
- 6 – A missão mais complexa do PlayStation 1
- 7 – Força extra
- 8 – Inferno de Dante
- 9 – Houston, we have a problem!
- 10 – Mesmo famoso, ainda um planeta-anão
- 11 – A novidade é vermelha
- 12 – Inverno permanente
- 13 – A família cresceu
- 14 – O pequeno gigante
- 15 – Para o alto e avante
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A sonda espacial New Horizons da NASA fez história completar uma jornada de 9 anos até o ponto mais próximo do planeta Plutão. Depois de viajar quase 5 bilhões de quilômetros (que é a distância entre Plutão e a Terra), ela chegou a apenas 12.500 km do planeta anão – o ponto mais próximo que o equipamento conseguiria alcançar.
O objetivo da missão era analisar mais detalhes sobre a superfície e a temperatura de Plutão, além de ampliar o conhecimento sobre a região em que ele se situa, o chamado Cinturão de Kuiper. O planeta é uma espécie de “Patinho Feio” do nosso sistema solar, tendo sido “rebaixado” à planeta-anão pela União Astronômica Internacional em 2006.
Mas, agora, Plutão e a New Horizons estão no centro das atenções dos astrônomos e do público em geral, com toneladas de dados científicos e fotos de alta resolução sendo enviadas à equipe que coordena a missão aqui na Terra. Confira abaixo alguns fatos bem interessantes sobre esta grande empreitada humana:
1 – Velocidade Máxima
Com velocidade alcançada de 21 km por segundo (quando passou por Júpiter), a New Horizons é o veículo espacial mais rápido já lançado pelo homem. A velocidade da sonda possibilitou que ela chegasse à Lua em apenas 9 horas de viagem, ou seja, 8 vezes mais rápido do que o tempo levado pela missão Apollo, que levou o homem à Lua em 1969 após 3 longos dias de viagem. A essa velocidade, seria possível ir de São Paulo ao Rio de Janeiro em cerca de 20 segundos.
2 – Uma longa jornada
Mesmo indo mais rápido do que qualquer outra veículo espacial já construído, a New Horizons levou mais de 9 anos para chegar a Plutão. A sonda foi lançada em 19 de janeiro de 2006 (quando Plutão era ainda um planeta), cruzou quase todo sistema solar, até chegar no seu destino final em 14 de julho de 2015.
3 – Cinzas da memória
Ao lado dos instrumentos que ajudaram a New Horizons a capturar as imagens mais detalhadas já registradas de Plutão, estará um tipo de bagagem muito peculiar: as cinzas de Clyde Tombaugh, o astrônomo americano que descobriu Plutão no começo do século passado, falecido em 1997.
Um pequeno recipiente contendo as cinzas de Tombaugh está preso no teto da New Horizons, com a inscrição: “Aqui dentro estão os restos do americano Clyde W. Tombaugh, descobridor de Plutão e da ‘terceira zona’ do sistema solar, filho de Adelle e Muron, marido de Patricia, pai de Annette e Alden, astrônomo, professor, piadista e amigo: Clyde W. Tombaugh (1906-1997)“.
4 – Potência atômica
Painéis solares não são úteis nos confins do sistema solar, então a New Horizons funciona a base de um gerador termoelétrico de radioisótopos (RTG). Este tipo de gerador usa plutônio-238 como fonte de calor por fusão atômica. Este calor é utilizado para produzir uma pequena quantidade de energia, que pode alimentar de maneira eficiente os sistemas da sonda, podendo atingir uma potência máxima de cerca de 300 watts.
5 – Sempre em frente
Não há motores de foguetes tradicionais na New Horizons. O lançamento inicial proveu mais velocidade do que a sonda precisava para alcançar Plutão. Mesmo assim, a sonda ainda leva um tanque contendo 77 kg de um monopropelente chamado hidrazina, que deverá fornecer combustível para os 16 propulsores distribuídos ao longo do equipamento. Esses dispositivos não precisam ser utilizados toda hora, sendo acionado em situações eventuais, como correções da trajetória, por exemplo.
6 – A missão mais complexa do PlayStation 1
Um dos fatos mais curiosos sobre a New Horizons está no fato dela estar equipada com o mesmo processador do PlayStation 1. A CPU MIPS R3000 de 33,8688 MHz é idêntica ao do popular console da década de 1990. A bordo da New Horizons, este processador é o responsável por ligar os propulsores, monitorizar sensores e transmitir dados.
Apesar da nave ter sido lançada em 2006 e o processador ter mais de 10 anos, a escolha da NASA foi planejada e a agência espacial sabia que estava utilizando um processador relativamente ultrapassado. A Agência não queria velocidade, mas sim um chip confiável, que já tivesse passado por vários testes e com muita resistência, e o MIPS R300 se encaixou perfeitamente nessa combinação de fatores.
7 – Força extra
A New Horizons foi lançada em 2006 a bordo do foguete Atlas. Ela viajou até Júpiter e usou a gravidade desse planeta como um estilingue para acelerar sua velocidade. Após receber um “empurrão” da força de gravidade do gigante gasoso, a sonda partiu rumo a Plutão, a quase 90.000 km/h. Se não fosse por esse impulso, teria levado mais 3 anos para chegar até Plutão.
8 – Inferno de Dante
A New Horizons captou uma enorme erupção vulcânica no pólo norte de Io, uma das luas de Júpiter, durante a manobra de aproximação ao planeta (quando passou por sua órbita em 2007). As imagens da erupção foram feitas pela câmera de reconhecimento de longo alcance da sonda, que identificaram a atividade no pólo norte de lua, no vulcão Tvashtar.
9 – Houston, we have a problem!
Cerca de uma semana antes da New Horizons encontrar Plutão, a sonda desapareceu dos scanners da NASA. Houve um princípio de pânico por cerca de 1 hora até que a sonda voltou a ficar online em modo de segurança. O que ocorreu foi um mal funcionamento no software que causou a falha do sistema.
10 – Mesmo famoso, ainda um planeta-anão
Por mais que as informações que venham de Plutão sejam úteis, uma coisa é certa: a missão da New Horizons não fará Plutão voltar a ser considerado um planeta. “O que fazia Plutão ser um planeta era justamente a falta de informações sobre o assunto. Com as informações da missão, o posto de planeta-anão deve se reforçar”, diz o professor Ivan Soares, da UnB.
11 – A novidade é vermelha
Uma das maiores surpresas da missão da New Horizons foi descobrir que Marte tem um pequeno concorrente no Sistema Solar – Plutão também é avermelhado, ao contrário do que se pensava. Em imagens anteriores, ele parecia ser um misto de tons acinzentados, quase puxados para o azul.
12 – Inverno permanente
Plutão é um dos lugares mais frios no sistema solar, principalmente, por estar tão longe do sol. As temperaturas da superfície oscilam em torno de -225° C. Os cientistas acreditam que o planeta anão é composto por 70% de rocha e 30% de gelo. A superfície é coberta predominantemente com nitrogênio congelado.
13 – A família cresceu
Ao contrário da Terra, que possui um único satélite natural, Plutão é orbitado por 5 luas. A maior e mais conhecida delas, Caronte, tem um diâmetro de 1,2 mil quilômetros – bem pequena quando comparada com nossa Lua (cujo diâmetro chega aos 3,4 mil quilômetros). As outras foram descobertas mais recentemente e têm o tamanho de asteroides relativamente pequenos. Elas se chamam Hidra (45 quilômetros), Nix (35 quilômetros), Cérbero e Estige (o diâmetro das últimas duas, as menores das quatro, ainda não foi confirmado).
14 – O pequeno gigante
Ele pode ser um anão, mas o tamanho apontado pela New Horizons superou as estimativas prévias dos cientistas: Plutão mede 2,3 mil quilômetros de diâmetro. Apesar de não ser nem duas vezes maior do que Caronte, os dados confirmaram a suspeita de que as dimensões do astro superam as de todos os outros objetos conhecidos além da órbita de Netuno.
Em comparação com o diâmetro da Terra, o de Plutão corresponde a 18,5%, e o de Caronte a 9,5%. A questão do tamanho dos dois corpos foi debatida ao longo de décadas, e no caso do planeta anão, o fato de ter atmosfera, tornava uma medida precisa ainda mais difícil.
15 – Para o alto e avante
A New Horizons já se se distancia de Plutão, mas a missão ainda não acabou. Se a NASA conseguir um financiamento adicional para a missão, a sonda irá usar a hidrazina restante em seus propulsores para explorar outros corpos do Cinturão de Kuiper. Os novos encontros devem ocorrer entre o fim de 2018 e o início de 2019.
O motivo para prolongar a missão é óbvio. Afinal, estes corpos celestes do cinturão são verdadeiras relíquias da infância do Sistema Solar. Estudar as propriedades de suas superfícies, suas geologias, composições internas e atmosferas permitirá responder questões em aberto sobre este período crucial de formação. Isso, sem contar a chance de entender melhor como esses corpos se relacionam com os outros planetas.
E aí? Tem algo a acrescentar? Conte pra gente!
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