O mundo que vemos só existe porque o vemos, porque o criamos visualmente. O cientista cognitivo Donald Hoffman está tentando responder a uma grande questão: Será que nós experimentamos o mundo como ele realmente é ou como nós precisamos que ele seja? Hoffman estuda como a nossa percepção visual, desenvolvida por milhões de anos de seleção natural, interage com cada aspecto de nossa realidade cotidiana e como esse mecanismo pode nos enganar, causando desde ilusões de ótica até mesmo distorções de compreensão da realidade.
O cientista demonstra que a visão não é produzida por uma percepção passiva, e sim fruto de um processo construtivo da inteligência. Há um conjunto de regras que atuam sobre nossa percepção para construir a visão: a linha, forma, cor, movimento e profundidade. Dessa forma, as imagens 3D que vemos são o resultado de imenso e intenso processamento inteligente de imagens, que ocupa quase metade do córtex cerebral.
A complexidade do enxergar e ponderações sobre como nossas mentes constroem realidade para nós, são algumas das ideias inquietantes que Donald Hoffman nos apresenta com muita intensidade e energia em sua palestra no TED: Do we see reality as it is? (livre tradução: Vemos a realidade como ela é?).
Donald Hoffman
Donald Hoffman é membro do corpo docente da Universidade da Califórnia, Irvine (The University of California, Irvine – UCI) e vencedor do Prêmio Troland (Troland Prize) da Academia Nacional de Ciências dos EUA (National Academy of Sciences of the USA). Em sua pesquisa para descobrir os segredos subjacentes da percepção humana, Hoffman descobriu pistas importantes que apontam para a natureza subjetiva da realidade. Ao invés de como um conjunto de princípios físicos absolutos, a realidade é melhor entendida como um conjunto de fenômenos que nosso cérebro constrói para orientar nosso comportamento.
Sua obra mais conhecida Visual Intelligence: How We Create What We See (Inteligência visual: como criamos o que vemos) explica como funciona a inteligência visual, até hoje ignorada pelos testes de QI, que nos permite criar imagens complexas. A inteligência visual, de acordo com Hoffman, é mais democrática que o QI ou a famosa inteligência emocional, podendo todos nós sermos gênios nas criações de imagens. Segundo a resenha do livro no The New York Times, “Donald D. Hoffman tenta fazer para a visão que Chomsky e Pinker fez para a linguagem, isto é, codificar e tornar acessível os princípios subjacentes de como nós vemos“.
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