O Google Campus cedeu espaço para realização da segunda edição do LGBT TECH, uma iniciativa de funcionários de empresas como o LinkedIn, Uber, Facebook, Google e IBM, para incentivar boas práticas de diversidade e tornar ambientes de trabalho mais inclusivos.
Segundo uma pesquisa realizada por representantes do evento, apenas 25,6% dos entrevistados afirmam trabalhar em empresas com boa ações de diversidade e integração de funcionários no Brasil.
UBER ON
Ana Pellegrini, diretora jurídica na Uber, e Letícia Mazon, associada de comunicação sênior, subiram ao palco para comentar as ações de inclusão da empresa.“Basta uma pessoa para fazer a mudança cultural”, afirma Letícia, informando que o grupo de diversidade interno da empresa já soma 450 membros.
Nele, são realizadas palestras presenciais ou anônimas, em um grupo de empregados e apoiadores, além de seções com depoimentos e happy hours com times nos escritórios da Uber pelo mundo.
“A missão da Uber é trazer mobilidade para pessoas, mas também para promover a diversidade nessas oportunidades”, completa Ana, lembrando que são realizadas ações onde a Uber facilita o acesso à paradas LGBT e eventos relacionados, além de garantir o respeito e repúdio à discriminação durante a prestação do serviço.
Ela também traz dados de uma pesquisa do Grupo Dignidade, que demonstra que 50,3% dos passageiros LGBT entrevistados já sofreram algum tipo de preconceito em viagens de Táxi. Já com passageiros de motoristas da Uber, esse número cai para 1,6%.
PRIDE@FACEBOOK
Representando o Facebook, Leonardo Silva, gerente de vendas da rede social, lembra que “quando a diversidade está integrada à crença da empresa, todos só têm a ganhar”. Isabela Motta, sources da rede, também comenta que esta é “uma empresa de pessoas”, motivo pelo qual ações do gênero ganham ainda mais importante.
A rede social já desenvolveu ações para celebrar o casamento gay e facilita cada vez mais com que os registros de usuários representem respeitosamente suas opções de gênero. Através de eventos chamados “Global Prides”, os funcionários LGBT da rede se reúnem para conhecer ideias sobre como realizar ações de diversidade, angariar fundos para eventos e criar campanhas de sucesso.
LÍDER IBM
A empresa já tem o costume de selecionar líderes de diversidade internos, além de trazer para si a responsabilidade de promover ações LGBT, ao invés de esperar que as áreas de recursos humanos da empresa tomem este tipo de atitude. Segundo a Adriana Ferreira, consultora de RH da empresa, comenta que a IBM Brasil acaba de contratar mais uma funcionária Trans e, por essa razão, os gerentes responsáveis pela contratação entraram em contato com o grupo de diversidade para garantir uma boa recepção à nova funcionária.
João Bevilacqua, gerente operacional de vendas da rede social LinkedIn na América Latina, lembra que embora o escritório da empresa seja pequeno no país, o continente LGBT já representa 20% dos funcionários. Por essa razão, ações de diversidade já se tornaram comuns no dia a dia da empresa.
Ele lembra que, além do LGBT TECH, o LinkedIn participa de outras iniciativas como o Reaching Out, que há dois anos convida estudantes brasileiros e interessados em ingressar em carreiras em bancos, empresas de tecnologia e consultorias, a conhecer exemplos de diversidade e histórias de funcionários destas empresas. O evento oferece, inclusive, uma feira de recrutamento formatada especialmente para a ocasião.
Alex Silva, partner manager do Google Brasil, comenta que a empresa realiza atualmente campanhas para questionar a proibição relativa à doação de sangue por parte de homossexuais no Brasil. Parece retrógrado lembrar isso, mas portarias do Ministério da Saúde ainda tratam como “inaptos temporários” à doação de sangue homens que tiveram relações sexuais com outros homens.
O Gayglers grupo de diversidade da empresa, realiza também ações para incentivar a participação de todos os funcionários. “Não é necessário ser LGBT para participar, bastando tem interesse em promover a diversidade na empresa”, afirma Alex.
Q&A
A coordenação da seção de perguntas e respostas foi comandada pela YouTuber Jéssica do “Canal das Bee“, com a participação dos panelistas Isabela Motta (Facebook), Ana Pellegrini (Uber), Adriana Ferreira (IBM), João Bevilacqua (LinkedIn) e Alex Silva (Google).
As perguntas foram feitas pelos participantes do evento e por anônimos, que tiveram a oportunidade de enviar perguntas por um sistema de questionamentos criado para o evento.
Lembrando que o percentual de brasileiros com acesso à internet ainda é representado apenas por metade da população (51%), Jéssica questiona o alcance dessas ações do evento e o que as empresas fazem para reduzir esse gap. Ana, do Facebook lembra que, justamente por esta razão, são ainda mais importantes as ações externas e apoio às paradas de diversidade. Adriana, da IBM, lembra que as empresas devem pensar no público que dialoga com a sua marca e idealizar ações de conscientização focadas para ele.
Alex, do Google, finaliza que qualquer empresa ou funcionário pode buscar os representantes do LGBT TECH para obter ajuda em como crirar um grupo de diversidade em seu próprio convívio profissional.
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