Como descartar lixo eletrônico?

O crescimento do número de produtos eletrônicos em casas e escritórios gera cada vez mais uma preocupação sobre o que fazer com eles quando não são mais necessários. Mas, de olho na natureza, é necessário entender que nosso papel, como consumidor consciente, também envolve encontrar o local correto para descartar esse lixo eletrônico. Hoje em dia, muitas empresas, operadoras, prefeituras e cooperativas já fazem retirada ou disponibilizam espaços para que o descarte correto seja feito. Veja sugestões e alternativas para descartar lixo eletrônico:

O que é lixo eletrônico?

Lixo eletrônico é todo tipo de equipamento elétrico ou eletrônico descartado, seja porque está quebrado, obsoleto ou foi substituído. Esse tipo de resíduo pode conter substâncias tóxicas (como chumbo, mercúrio e cádmio), que prejudicam o meio ambiente e a saúde humana se descartadas de forma incorreta.

Exemplos de lixo eletrônico incluem:

• Celulares, tablets e smartphones antigos
• Relógios eletrônicos e smartwatches
• Consoles de videogame
• Computadores desktop, notebooks e peças avulsas (HD, placa-mãe, memória RAM, etc.)
• Televisores, monitores e rádios
• Impressoras e scanners
• Baterias e pilhas recarregáveis
• Carregadores, cabos e fontes de energia
• Eletrodomésticos (micro-ondas, fogões, geladeiras, liquidificadores, ventiladores)
• Ares-condicionados e aquecedores
• Impressoras, cartuchos de tinta e toners
• Câmeras fotográficas e filmadoras antigas

O que a lei diz sobre descarte de eletrônicos?

Desde 2010, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (também conhecida como PNRS) obriga as empresas fabricantes de dispositivos a realizarem a logística reversa de tudo o que produzem e vendem. De uma forma simples: se as companhias colocam eletrônicos no mercado, também precisam oferecer canais/locais para que os clientes devolvam produtos que não funcionam mais. A PNRS tem 15 focos:

• Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
• Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
• Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;
• Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais;
• Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
• Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
• Gestão integrada de resíduos sólidos;
• Articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos;
• Capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
• Regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de 2007;
• Prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para produtos reciclados e recicláveis, bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis;
• Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
• Estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;
• Incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético;
• Estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

De uma forma geral, esta é a lei aprovada para evitar que as empresas não sejam responsabilizadas por colocar tantos produtos no mercado. Pois quanto maior a quantidade de descartes incorretos, maior é a chance da natureza ser afetada no futuro.

Onde e como reciclar seus eletrônicos

Jogar eletrônicos no lixo comum é um erro que pode causar sérios danos ao meio ambiente. Para garantir um descarte correto, o ideal é procurar postos de coleta especializados, oferecidos por prefeituras, cooperativas, empresas e até grandes varejistas. Algumas lojas de eletrônicos e operadoras de celular mantêm pontos de entrega voluntária (PEVs) para celulares, baterias, carregadores e outros acessórios, ao final da matéria indicamos algumas empresas e cooperativas especializadas nessa coleta. Além disso, há campanhas temporárias promovidas por instituições públicas e privadas para recolher equipamentos eletrônicos usados.

Pilhas e baterias, por exemplo, devem ser entregues em coletores específicos, pois contêm metais pesados perigosos. Já eletrodomésticos maiores, como geladeiras e máquinas de lavar, geralmente precisam ser levados a ecopontos municipais ou entregues para empresas autorizadas com logística reversa.

Uma vez recolhidos, os eletrônicos passam por um processo de triagem, no qual são separados por tipo de material — plásticos, metais, vidros e placas eletrônicas. Itens em bom estado podem ser recondicionados para reutilização ou doação. Aqueles sem conserto são desmontados, e suas partes recicláveis seguem para indústrias especializadas, onde serão transformadas em matéria-prima. Os resíduos tóxicos, como mercúrio, chumbo ou cádmio, recebem tratamento adequado para evitar a contaminação do solo e da água.

Como fazer o descarte de eletrônicos, por categoria:

A seguir, entenda como cada produto eletrônico deve ser devidamente descartado.

Pilhas

Pilhas não devem ser descartadas no lixo comum, pois contêm metais pesados que podem contaminar o solo e a água. O ideal é levá-las a Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) em supermercados, farmácias, lojas de eletrônicos ou ecopontos municipais. Muitas redes varejistas e fabricantes oferecem programas de coleta para garantir a destinação correta e segura.

Eletroportáteis

Apesar de parecerem inofensivos, fones de ouvido, carregadores, cabos, controles remotos e adaptadores contêm metais, plásticos e circuitos internos que, se descartados no lixo comum, podem contaminar o meio ambiente. O ideal é levá-los a pontos de coleta específicos, disponíveis em lojas de eletrônicos, supermercados, shoppings, ecopontos e campanhas de reciclagem. Por serem pequenos, muitas vezes são esquecidos, mas acumulam um grande volume de resíduos ao longo do tempo, tornando seu descarte correto essencial.

CDs

CDs compostos por policarbonato e alumínio, materiais recicláveis que levam séculos para se decompor no meio ambiente. O ideal é entregá-los em centros de reciclagem de eletrônicos, participar de programas de logística reversa ou reutilizá-los em projetos de artesanato e doação para instituições.

Geladeiras

Geladeira, por conter gás refrigerante e metais pesados, a geladeira não pode ser descartada no lixo comum. O ideal é procurar centros de reciclagem especializados, pontos de coleta para eletrodomésticos ou programas de logística reversa oferecidos pelos fabricantes.

Vale a pena falar sobre o programa RE+ da Samsung, que oferece descontos de até R$ 3 mil para quem entregar sua geladeira antiga, quando tiver a vontade de comprar uma nova. Já falamos mais sobre isso em uma matéria especial, não deixe de conferir.

Micro-ondas

Micro-ondas, assim como outros eletrodomésticos, não devem ir para o lixo comum. Podem ser levados a ecopontos que aceitam eletroeletrônicos, entregues em mutirões de coleta da prefeitura ou destinados a empresas que trabalham com desmontagem e reaproveitamento de peças.

Eletrodomésticos menores

Pequenos eletrodomésticos,como liquidificadores, secadores de cabelo, cafeteiras, ventiladores e outros aparelhos de pequeno porte não devem ser jogados no lixo comum, pois contêm componentes eletrônicos e plásticos que podem poluir o meio ambiente. O descarte correto deve ser feito em postos de coleta específicos para lixo eletrônico, encontrados em ecopontos municipais, lojas de eletrodomésticos, campanhas de reciclagem ou por meio da logística reversa, quando o fabricante ou o vendedor oferece a devolução do produto usado.

Celulares e acessórios

Fabricantes e operadoras costumam ter programas de logística reversa para celulares usados e acessórios, e muitas lojas físicas possuem caixas coletoras para esses resíduos. Também é possível descartar em ecopontos ou em campanhas específicas de coleta de eletrônicos.

Entidades como a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abree) e a Green Eletron disponibilizam mais de 3.417 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) de eletrônicos espalhados por 1.224 municípios, em parques, escolas, empresas, farmácias, supermercados, prédios públicos etc. Acesse os sites delas para encontrar o mais próximo da sua localidade.

Marcas e operadoras do segmento,como Apple e Samsung, também oferecem processos de logística reversa para iPhones, smartphones Galaxy com Android e outros produtos vendidos por ela.

E operadoras como a Claro, Vivo e TIM também recebem e destinam os equipamentos para reciclagem, inclusive com pontos de coleta localizados em suas lojas:

Computadores (Desktops e Notebooks)

A Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos faz a coleta dos produtos descartados corretamente nas lojas, cooperativas e órgãos públicos. Já são mais de 3.800 pontos em 1.200 municípios.

O site da associação tem um serviço que permite localizar o ponto de coleta mais próximo. É só digitar o cep e o tipo de produto para ser descartado. Ano passado mais de 1.200 toneladas foram arrecadas e recicladas pela indústria.

Caso o computador desktop ou notebook ainda esteja em funcionamento, também é possível fazer a doação o produto através do Programa Computadores para Inclusão, do Governo Federal, que tem como objetivo apoiar e viabilizar iniciativas de promoção da inclusão digital por meio dos Centros de Recondicionamento de Computadores (CRC) — espaços físicos adaptados para o recondicionamento de equipamentos eletroeletrônicos, para a realização de cursos e oficinas e realiza o descarte correto de resíduos eletrônicos. Entre em contato com a associação mais próxima de seu município através deste link.

Equipamentos de escritório e informática

Impressoras, scanners, teclados, mouses, monitores, roteadores e nobreaks, devem ser descartados com atenção, pois contêm componentes eletrônicos e substâncias que podem ser prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. O descarte correto deve ser feito em ecopontos, cooperativas especializadas ou programas de logística reversa oferecidos por fabricantes e grandes redes varejistas. Antes de descartar, é importante remover dados pessoais de dispositivos com memória, como HDs e SSDs. Esses equipamentos, quando destinados corretamente, podem ter partes reaproveitadas, recicladas ou até recondicionadas para uso social, reduzindo o impacto ambiental e estimulando a economia circular.

TVs e monitores

TVs e monitores antigos ou quebrados não devem ser descartados no lixo comum, pois contêm materiais tóxicos como chumbo e mercúrio, presentes especialmente nas telas de modelos mais antigos. O descarte correto deve ser feito em ecopontos, empresas especializadas em reciclagem de eletrônicos ou por meio da logística reversa, quando o fabricante ou revendedor recolhe o produto antigo.

Máquinas de lavar roupa (ou Lava & Seca)

Máquinas de lavar roupa podem ser descartadas em locais que aceitam grandes eletrodomésticos, como ecopontos municipais, sucateiras ou por meio de serviços de retirada ao comprar um equipamento novo. Componentes como o motor e a carcaça plástica podem ser reciclados.

Fita VHS

Fitas VHS são compostas por plástico e fitas magnéticas com difícil reaproveitamento, podem ser levadas a ecopontos que aceitam resíduos eletrônicos ou cooperativas que recebam plásticos duros. Outra opção é buscar projetos de arte, ONGs ou oficinas de reciclagem criativa.

Doação de eletrônicos: quem pode receber?

Antes de descartar ou doar eletrônicos, é fundamental verificar o estado do equipamento: aparelhos em bom funcionamento ou que podem ser consertados geralmente são bem-vindos em projetos de recondicionamento. Já itens danificados ou obsoletos, como fones quebrados, televisores antigos ou impressoras fora de uso, devem ser entregues para reciclagem em locais especilaizados. Veja a seguir empresas e cooperativas que exercem esses serviços de coleta:

eCycle

A eCycle não faz a coleta diretamente, mas é um dos maiores agregadores de pontos de descarte do Brasil. Ao acessar o site e clicar em “Onde Descartar”, o usuário pode digitar seu CEP e encontrar centenas de locais próximos (incluindo cooperativas, empresas e ecopontos) que aceitam eletrônicos, pilhas, baterias e outros resíduos. A plataforma fornece endereços, horários de funcionamento e tipo de resíduo aceito. É uma excelente ferramenta para quem quer descartar corretamente, mas não sabe por onde começar.

Green Eletron

Criada pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), a Green Eletron é a principal entidade gestora de logística reversa de eletroeletrônicos e pilhas no Brasil. A empresa mantém pontos de entrega voluntária (PEVs) em shoppings, mercados, lojas e espaços públicos de diversos estados. Os equipamentos são coletados e enviados para triagem técnica, onde são desmontados de forma segura. Componentes úteis são reciclados; os perigosos recebem tratamento ambiental adequado. A Green Eletron também emite relatórios de rastreamento dos resíduos, garantindo a transparência do processo.

Coopermiti

A Coopermiti, localizada em São Paulo, é uma das cooperativas de destaque no tratamento de resíduos eletroeletrônicos. A cooperativa recebe eletrônicos de pessoas físicas, empresas e órgãos públicos, realizando triagem, desmontagem manual e separação de materiais (plástico, vidro, metal, placas etc.). O que pode ser reaproveitado é direcionado para reuso; o restante segue para recicladoras homologadas. A Coopermiti também oferece coletas agendadas para grandes volumes e participa de ações educativas com a população.

Tech Girls

A Tech Girls é um projeto social que une educação, tecnologia e impacto ambiental. A organização recebe doações de eletrônicos (computadores, monitores, mouses, teclados, placas, fontes etc.), realiza recondicionamento das peças e capacita mulheres em situação de vulnerabilidade a trabalhar com eletrônica, programação e montagem de equipamentos. O que não pode ser aproveitado vira acessórios de moda tecnológica (as chamadas Bijouxtechs®), agregando valor à sucata e evitando descarte em aterros. A Tech Girls também oferece cursos de capacitação e atua com foco em transformação social eeconomia circular.

CDI & CRCs

O CDI (Comitê para a Democratização da Informática) é uma ONG que atua em parceria com os Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) espalhados pelo Brasil. Esses centros recebem doações de equipamentos de informática usados, como computadores, monitores, roteadores e periféricos. Os aparelhos são avaliados, consertados e configurados para uso em projetos de inclusão digital em escolas públicas, ONGs e comunidades carentes. Os equipamentos que não podem ser reaproveitados são desmontados e têm seus componentes reciclados corretamente.

ABREE – Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos

A ABREE é uma das principais entidades gestoras de logística reversa no Brasil, atuando em parceria com grandes marcas para garantir o descarte ambientalmente correto de produtos eletrônicos pós-consumo. Com pontos de coleta espalhados por todo o país, a associação recebe itens como TVs, micro-ondas, notebooks, eletroportáteis e muitos outros. Os equipamentos são destinados para empresas especializadas em desmontagem, triagem e reciclagem de componentes — promovendo reaproveitamento de materiais e evitando a contaminação do meio ambiente.

Tem alguma dúvida sobre como fazer o descarte de lixo eletrônicos? Diga pra gente nos comentários!

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Fontes: CNET e Staples.